Resenhas

Shadowside - 2017 - Shades of Humanity

Por Fabiano Cruz | Em 12/01/2019 - 02:12
Fonte: Alquimia Rock Club

 

Foram seis anos de espera, e muitas mudanças. A Shadowside, após recolher os frutos do excelente Inner Monster Out, contornou os ventos das transformações – o que a banda já está acostumada, pois sempre se reinventar foi o seu lema – e lançou Shades of Humanity. No meio de tantas mudanças, duas principais e de destaque ocorreram: em primeiro, a entrada do conceituado baixista Magnus Rosén, o mesmo que ficou mundialmente conhecido no meio Heavy Metal pela banda Hammerfall; em segundo, uma mudança, um salto na sonoridade da banda, que apresenta timbres bem mais modernos e uma Dani Nolden mais melódica e bem menos agressiva que nos trabalhos anteriores.

 

Shades of Humanity é um trabalho bem esculpido, com detalhes nos andamentos e rítmicas da música (o lado mais prog que sempre apresentaram aqui, mesmo que em detalhes, soa mais forte) e um trabalho minucioso na construção harmônica e nos riffs da guitarra de Raphael Mattos. Porém o disco mostra alguns pontos que infelizmente não condiz com o que a banda pode fazer... As músicas, mesmo bem trabalhadas em detalhes, se parecem muito entre si, principalmente em questão da forma das canções – basta perceber que mais da metade tem tempo parecidos que variam de 3:30 a 3:50, e com isso vem o outro ponto, onde o disco não tem muito do carisma e energia que seu antecessor, Inner Monster Out. Mesmo com esses detalhes, o disco mantém um equilíbrio do começo ao fim, e músicas como “Beast Inside”, “What If”, “The Crossing” e “Parade the Sacrifice” são de qualidade ímpar. Os destaques ficam justamente com as duas últimas canções: “Unreality” é uma contribuição de Rosén que compôs em conjunto com Andy LaRocque (sim, aquele mesmo guitarrista que acompanha King Diamond), se tornando a música mais agressiva do disco; e “Alive”, que fecha o trabalho com a sensação de “serviço bem feito”, em uma das melhores gravações e performance feita pela Dani Nolden (não deve ter sido a toa que foi escolhida como música de  trabalho).

 

Talvez os anos entre um trabalho e outro fizeram com que a Shadowside perdesse um pouco do pique que Inner Monster Out deixou aos músicos, causando essa “distância sonora” entre um e outro; mas também marca uma nova fase da Shadowside, mais moderna e mais direta (sem deixar o tempero prog de lado) em seu discurso musical. Esperamos que a banda não demore mais alguns anos para lançar um novo trabalho, mantendo e aumentando a inspiração que os levaram a Shades of Humanity.

 

 

Faixas:

 

1- The Fall

2- Beast Inside

3- What If

4- Make My Fate

5- Insidious Me

6- The Crossing

7- Stream of Shame

8- Parade the Sacrifice

9- Drifter

10- Unreality

11- Alive

12- Haunted (Faixa bônus japonesa)

 

Websites:

www.shadowside.net

www.facebook.com/shadowsideband

www.youtube.com/shadowsideofficial

 

Confira também a entrevista com a vocalista Dani Nolden concedida para o Alquimia Rock Club: http://www.alquimiarockclub.com.br/entrevistas/4713/

 

 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




blog comments powered by Disqus