Resenhas

Primal Sinner - 2019 - Dying Like The Sun In The West

Por Vagner Mastropaulo | Em 17/12/2020 - 00:21
Fonte: Alquimia Rock Club

 

Arte: Igor Morski (@igormorskigallery

 

Vamos lá: ao pensar na Colômbia, o que primeiro vem à sua mente? Sofía Vergara? Gabriel García Márquez? Pablo Escobar? Sem polemizar sobre substâncias ilícitas, talvez você associe o país ao produto legal mais exportado por lá, o café – a ponto de o apelido de sua seleção ser “Los Cafeteros”. O futebol, aliás, pode te remeter a jogadores de renome, como René Higuita, Carlos Valderrama, Faustino Asprilla, Freddy Rincón ou James Rodríguez e a times como Atlético Nacional, Tolima, Once Caldas, América e Deportivo Cali. E é justamente da cidade dos dois últimos que vem o Primal Sinner, quem sabe sua futura conexão imediata com a Colômbia...

 

Curiosamente, ao bater os olhos em “Primal Sinner”, este escriba imediatamente se lembrou do Primal Fear, de Mat Sinner, mas que os paralelos se encerrem por aí porque, além do nome, seria injusto traçar comparações entre os consolidados alemães e o grupo iniciante dos irmãos Jhon e Fabián Tejada, ambos guitarristas, com o segundo ainda auxiliando nos vocais de apoio. Completam o line-up o vocalista Dio López, o baixista Freddie Zambrano (também a colaborar com backing vocals) e seu xará na bateria, Freddie Olave.

 

Partindo mais especificamente ao début, Dying Like The Sun In The West é aberto com a poderosa “Red Horn Calls”, sem que um instrumento se sobressaia entre os demais ou o vocal, muito bem encaixado. E de cara já se nota o dedo de Jens Bogren, o cara por trás de Machine Messiah e Quadra, ambos do Sepultura, para citar duas produções às quais estamos mais familiarizados. À primeira audição, fica a impressão que o refrão da faixa demora um tanto a surgir, mas se esta foi a opção da banda, por que seguir um padrão e ser mais do mesmo? A partir daí, seria um crime apontar destaques, pois a qualidade do trabalho é uniforme e com durações para todos os gostos entre as duas versões, por assim dizer, de “Albam Tenebrae”: a instrumental “Prologue”, com 1’23”, e sua épica continuação, “Blindness & Seeing”, com 7’44”.

 

O que dá para fazer é indicar algumas vertentes abordadas nas composições do conjunto, que até passa pelo power metal com influências germânicas, como na empolgante “Scars Of War”, e pelo heavy tradicional em “The Stage Is Waiting”, mas não somente, incorporando à sua sonoridade elementos e estilos distintos, como pitadas hard rock em “Rage For Freedom” e até amostras de progressivo em “When Lightning Falls”, com um belo agudo de Dio López (até o nome ajuda!) em seu final, fazendo a cabeça viajar ao imaginar como funcionaria o “grito” ao vivo. E para sair do muro e escolher algo “diferente”, a saideira instrumental “Opus One” é uma grandiosa pedrada a beber na fonte de tantas influências de nosso gênero musical favorito que é melhor deixarmos para você ouvi-la e tirar suas próprias conclusões!

 

No mais, quando desejar um mero show parece pedir demais, seria sonhar alto imaginar o Primal Sinner tocando por aqui? E a curiosidade se atiça ainda mais em saber como os caras se sairiam ao vivo ao nos depararmos com um trecho da nota publicado aqui no site “A banda optou por evitar divulgação em redes sociais ou realizar shows até finalizar um álbum profissional”. Como assim??? “A estrada foi muito mais longa do que se imaginava, cheia de obstáculos inevitáveis para uma banda independente tentar cumprir os padrões internacionais em seu álbum de estréia, mas o objetivo foi alcançado e o grupo iniciou a divulgação do trabalho inédito”. Valeu a espera e, quando o mundo permitir, que caiam na estrada, afinal de contas, como diz o título da terceira canção do lançamento, único lyric vídeo finalizado, “The Stage Is Waiting”!

 

Por fim, outras informações que você precisa saber: as nove faixas se alongam por 42’33”; o full length saiu em 09/03/19 (é, demoramos!); Jens Bogren produziu o play no Fascination Street Studios em julho e agosto/18; a masterização ficou a cargo de Bob Katz no Digital Domain em dezembro/18; as músicas tiveram artes individuais criadas pelo polonês Igor Morski em seu Morski Studio; tanto o site oficial do Primal Sinner quanto seu Instagram trazem estes desenhos elaborados.

 

 

Tracklist:

 

1- Red Horn Calls – 4’55”

2- Scars Of War – 6’00”

3- The Stage Is Waiting – 3’08”

4- Rage For Freedom – 5’03”

5- Let Rock Be Heard – 5’32”

6- When Lightning Falls – 4’52”

7- Albam Tenebrae (Prologue) – 1’23” [instrumental]

8- Albam Tenebrae (Blindness & Seeing) – 7’44”

9- Opus One – 3’56” [instrumental]

 

 

Confira o lyric vídeo de “The Stage Is Waiting”: https://www.youtube.com/watch?v=ek_KA1gwl4s

  

 

 

Ouça Dying Like The Sun In The West onde preferir:

https://www.youtube.com/watch?v=jRiecmiBfmk&feature=youtu.be

https://open.spotify.com/album/4v4yFfJBvxOskd28flxDae

 

Links:

https://primalsinner.com

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Foto: Carlos Giraldo
 


Vagner Mastropaulo

Bacharel em inglês/português formado pela USP em 2003; pós-graduado em Jornalismo pela Cásper Líbero em 2013; professor de inglês desde 1997; eventualmente atua como tradutor, embora não seja seu forte. Fã de música desde 1989 e contando... começou a colaborar com o site comoas melhores coisas que acontecem na vida: sem planejamento algum! :)




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