Magnus Rosén: “Achei que era hora de entrar em uma banda de Metal de verdade de novo”
Fonte: Alquimia Rock Club
Fotos: Lars Millberg
Dono de uma carreira invejável como um dos maiores baixista do Heavy Metal mundial, o sueco Magnus Rosén escreveu seu nome na história do estilo, mais especificamente ao lado do Hammerfall, onde construiu uma carreira solida, tendo também tocado no Jorn (Jørn Lande) e sendo agora o mais novo integrante da banda brasileira Shadowside. Divulgando também seu mais novo álbum solo “The World Changes”, o músico concedeu uma entrevista exclusiva para o Alquimia Rock Club, onde falou sobre esse e outros assuntos que você confere a seguir:
Tradução: Rafael Soares e Sérgio Dias
Alquimia Rock Club: Primeiramente gostaríamos de agradecer por conceder essa entrevista para o Alquimia Rock Club. Vamos começar falando um pouco sobre o seu atual momento, você se juntou recentemente a banda brasileira de Heavy Metal Shadowside, conte como surgiu a oportunidade de entrar para banda.
Magnus Rosén: Eu recebi um e-mail vindo do Brasil e era de uma banda chamada Shadowside. Eu lembro de tê-los conhecido 2 anos antes na Suécia, quando eles fizeram uma turnê europeia com o Helloween. Eu estava lá por causa dos meus amigos no Helloween, eu escutei meu nome nos bastidores e lá estava o Shadowside. Tivemos uma conversa muito legal.
E como eu disse, 2 anos depois eu recebi o e-mail e a pergunta se eu gostaria de gravar o 4º álbum deles. Não é todo dia que uma banda do Brasil entra em contato comigo, então me senti lisonjeado. Eu escutei a música deles e vi que era uma banda com ótimos músicos. A música era poderosa e o que lembrei é que eles eram muito legais. E logo depois, eles me perguntaram se eu gostaria de ser membro efetivo da banda. E você já sabe minha resposta (risos). Então veremos aonde a nova estrada vai nos levar.
Alquimia Rock Club: Você estava um pouco distante do Heavy Metal há algum tempo, o que te fez querer voltar ao estilo que te projetou para o mundo e o que mais te atraiu na banda?
Magnus Rosén: Após 10 anos com o Hammerfall, eu ainda amava o Metal e o Hard Rock. Foram outras coisas que me fizeram sair do Hammerfall, mas eu não sou o tipo de musico que fala “coisas especiais” sobre bandas com as quais eu toquei, então vou manter os motivos para mim mesmo. De qualquer forma, eu decidi trabalhar nas minhas habilidades e segui em frente para fazer música com apenas meu baixo. Eu fiz 10 álbuns solo dessa forma e em alguns deles convidei outros músicos fantásticos. Após alguns anos, minha música começou a ficar cada vez mais complicada, não o tempo todo, mas em algumas partes das músicas. Meu álbum solo “Set me Free” talvez tenha sido o auge desse período com compassos de 15/16 e coisas assim, que é divertido, mas meio complicado. Não precisamos entender tudo, o mais importante é o sentimento na música, se temos algo a dizer com ela.
Enfim, de volta ao meu trabalho solo! Eu fiz turnês com a minha música tipo “banda de um homem só”. Então quando recebi o convite para entrar no Shadowside, achei que era hora de entrar em uma banda de Metal de verdade de novo.
Alquimia Rock Club: Você sentia muita falta de estar tocando em uma banda de Heavy Metal? Como foi ficar esse tempo um pouco afastado do estilo?
Magnus Rosén: Em primeiro lugar, eu senti a falta do fãs, acho que eles sempre nos trataram muito bem. Eu sinto falta dos shows e de todas as outras bandas de Metal que conhecia nos festivais ao redor do mundo. Então quando eu disse adeus ao Hammerfall depois de 10 anos, mesmo amando todas essas coisas, sempre há um motivo quando você decide tomar uma atitude.
Agora eu comecei a correr na floresta para estar pronto para bangear. Eu sempre achei que um show de Metal precisa de muita energia, então estou trabalhando nisso (risos).
Alquimia Rock Club: Como você esta se sentido compondo com a banda e como tem sido o processo de composição do novo álbum?
Magnus Rosén: Eu fiquei muito feliz por ter a chance de me expressar na música com o Shadowside. Eu não estava acostumado com esse tipo de oportunidade. Então eu e meu amigo Andy La Rocque do King Diamond fizemos algumas músicas para o álbum, às quais é claro que o Shadowside acrescentou coisas. Então posso dizer que as fizemos juntos.
Acho que as músicas ficaram muito legais. E a performance do pessoal do Shadowside no álbum é fantástica.
Também foi muito legal que eu pude criar minhas próprias linhas de baixo e dar minha cor para a música! Isso me deixou muito satisfeito. Sou muito grato por isso!!!!
Alquimia Rock Club: Ainda sobre a Shadowside, o que os seus fãs podem esperar do seu trabalho no próximo álbum da banda?
Magnus Rosén: Em primeiro lugar, um baixo com muita energia. Espero que vocês sintam como eu estou feliz de voltar aos palcos de Metal. Acho que as músicas são muito boas e as letras têm algo a dizer. É mais do que guerra e espadas! Fala mais com a alma, que é onde toda a energia e a criação começa. Estamos no caminho para o futuro com terapia na mala (risos).
Alquimia Rock Club: Você esta lançando um novo álbum solo (The World Changes), fale um pouco sobre esse novo trabalho, como foram desenvolvidas as ideias que resultaram nesse trabalho e como tem sido a repercussão?
Magnus Rosén: Se você olhar o mundo hoje, você vai ver como o mundo muda muito rápido, e meu maior desejo é que essas mudanças no mundo tenham algo de bom para os humanos, nossa natureza e animais.
Mas eu vejo que as mudanças têm sido obscuras, então é bom abrir os olhos e olhar em volta, e nunca ter medo de perguntar “POR QUÊ”. Essa palavra ajuda a encontrar respostas.
É a mesma coisa quando eu tento ver as coisas bonitas no mundo que ainda estão lá para que eu possa ter inspiração do lado certo.
Eu gosto de fazer música que venha da minha parte do mundo. A melancolia nórdica, com raízes clássicas dos anos 1700 e 1800. Um pouco de música folk misturada a elementos virtuosos. Tudo feito a partir do centro do meu baixo.
Eu convidei os melhores músicos que pude encontrar, especialmente um fantástico pianista clássico chamado George Keczán. O tempero dele fez uma grande diferença na música. Eu também chamei meu velho amigo Anders Johansson, o baterista do Hammerfall, para tocar algumas músicas. Tony Martin, ex-Black Sabbath, também está no álbum.
Uma cantora de ópera sueca, Carolina Sandgren, está conosco em 4 músicas. Além disso, também toca o saxofonista Johan Stengård que gravou com a banda sueca ABBA. Além de outros músicos.
Isso é mágica em um mundo além da nossa realidade ordinária. Se você meditar ou relaxar e abrir sua mente, você terá uma bela aventura com essa música.
Alquimia Rock Club: The World Changes conta com músicos renomados além de participações de nomes importantes do Heavy Metal como seu antigo companheiro de Hammerfall Anders Johansson e Tony Martin (ex-Black Sabbath). Fale um pouco sobre essas participações e como surgiu a ideia de contar com eles no álbum?
Magnus Rosén: Se você olhar para a música como uma história e precisa de alguns personagens, por exemplo, se você precisa de um mago para fazer com que a sua mensagem se torne realidade: neste caso, eu chamei o Tony Martin. Ele fez um trabalho fantástico no álbum com vocais sem palavras. Minha vontade era a de que a alma dele se expressasse, e não as palavras comuns.
O Anders Johansson toca bateria de uma forma majestosa. Ele também é um personagem que minha música recebeu muito bem. Ele é um ser humano especial em uma boa direção. Então fiquei muito feliz que ele tocou na minha história, no “The World Changes”.
Alquimia Rock Club: Agora você faz parte de uma banda brasileira, obviamente que vocês deve se apresentar no Brasil muito em breve, quais suas expectativas para se apresentar no Brasil?
Magnus Rosén: Eu amo o seu país e tive a sorte de tocar aí 8 vezes. Pessoas legais, comida boa e toda uma atmosfera boa. Acho que o Brasil vai crescer por tudo que vocês têm aí.
Também vou conhecer mais bandas do Brasil, além das outras atividades culturais. Mas em primeiro lugar, vou curtir os momentos com os melhores e mais legais companheiros de banda, o pessoal do Shadowside.
Alquimia Rock Club: Você já se apresentou no Brasil nos tempos de Hammerfall, quais são suas lembranças do nosso país?
Magnus Rosén: Fãs de Metal maravilhosos, que nos respeitaram e ergueram a bandeira do Hammerfall nos shows, e também nos hotéis e aeroportos. É fantástico receber isso das pessoas. Eu sempre ficava feliz quando chegávamos na América do Sul nas nossas turnês. A mentalidade das pessoas sempre foi fantástica.
Alquimia Rock Club: Estando em uma banda brasileira, acredito que você também esta mais próximo de nossa cultura. Você aprecia algo na musica brasileira ou tem alguma banda que você goste?
Magnus Rosén: A música brasileira é grandiosa e cheia de cores. É claro que eu conheço algumas das suas bandas, como o Angra, Sepultura e outras. Eu também gosto de outros estilos de música. Música para mim é VIDA.
Alquimia Rock Club: Quais seus planos e expectativas para o seu futuro com a Shadowside e seu álbum solo?
Magnus Rosén: Espero que o novo álbum do Shadowside deixe as pessoas felizes e traga bons frutos para a banda. Estamos muito felizes com o álbum. Além disso, o nosso novo videoclipe tem uma grande mensagem. Espero que as pessoas se abram e absorvam isso. Se conseguirmos fazer uma turnê no Brasil e na América do Sul, além de outros continentes, ficarei muito feliz. Eu também vou ter tempo para fazer alguns shows de baixo solo com piano se as pessoas quiserem. Então os dois álbuns estarão lado a lado na minha aventura.
Alquimia Rock Club: Mais uma vez, agradecemos por conceder essa entrevista para o Alquimia Rock Club, o espaço é todo seu para dar um recado final ao público do Brasil
Magnus Rosén: Meu maior desejo é que vocês sejam honestos consigo mesmos, mas sempre respeitem que todos somos diferentes. É nesse mundo que eu quero viver. Batam muita cabeça e nos vemos em breve.
Foto: Lars Millberg
Mais informações em:
Confira também a resenha do mais recente álbum solo do baixista Magnus Rosén pelo Alquimia Rock Club “The World Changes”: http://www.alquimiarockclub.com.br/resenhas/5044/
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