Entrevistas

Threesome: “Sem amarras! Liberdade é o nosso maior lema”

Por André BG | Em 25/06/2018 - 01:59
Fonte: Alquimia Rock Club

Fotos: Daniel Gonçalves

 

A banda Threesome concedeu uma entrevista exclusiva para o Alquimia Rock Club através da vocalista Juh Leidl, que falou sobre o estilo da banda, mudanças na formação e pretensões para chagar ao mercado exterior, dentre outros assuntos que você confere a seguir: 

 

Alquimia Rock Club: Primeiramente, gostaríamos de agradecer por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club. Vamos começar falando um pouco sobre o Threesome, para quem ainda não conhece a banda. Como e quando vocês começaram e quais são as influências e propostas da banda?

 

Juh Leidl: Nós é que agradecemos sempre o espaço que vocês da imprensa têm nos proporcionado. Começamos o projeto da Threesome em 2012, pela persistência de Fred Leidl. Ele já estava há alguns anos compondo músicas e tentando reunir músicos para voltar aos palcos. Surgiu um núcleo embrionário com amigos que se reuniam de finais de semana para tocar. Dessa gig saíram os primeiros integrantes do que viria a ser a Threesome até a formação atual que conta com Henrique Matos na bateria, Bob Rocha no baixo, Bruno Manfrinato na guitarra solo, Fred Leidl guitarra base e voz e eu, Juh Leidl voz. Nossas influências primárias são o rock dos anos 60 e 70, mas com referências no blues, acid jazz e indie. Há muito tempo temos escutado que nossas músicas tem um quê de grunge e apesar de nunca compor nada pensando no estilo, especificamente hoje também percebo traços dele, afinal, nossa adolescência foi forjada nos anos 90, então impossível escapar dessa influência também rs. A proposta musical é trazer um rock autoral de qualidade e com características de tudo aquilo que sempre gostamos de escutar.

 

Alquimia Rock Club: A sensualidade imposta nas músicas é algo bem evidente e característico no som do Threesome, algo que era muito bem explorado principalmente por bandas de Hard Rock do final da década de 70 e durante toda a década de 80 e que em minha opinião está um pouco esquecido dentro do Rock ultimamente, como vocês enxergam isso?

 

Juh: Realmente você tem razão em relação a sensualidade da música dos anos 70. Mas lembrando que o fim dos anos 60 e os anos 70 tiveram uma super revolução sexual e isso claramente reverberou até os anos 80. Particularmente acho essa sensualidade super atraente e interessante. Acredito que talvez pela nossa influência da música desse período a sensualidade acaba sendo um tempero fundamental na maioria das composições. 

 

 

 

Alquimia Rock Club: Ainda sobre esse lance da sensualidade no estilo da banda, na hora de compor as músicas, de alguma forma vocês colocam (ou colocaram) o pé no freio ou ficam pensando em como o público irá receber e reagir às músicas ou simplesmente deixam rolar tudo naturalmente?

 

Juh: Nunca tivemos freio em relação às letras mais erotizadas, ou contextos bissexuais, ou ainda sobre relacionamento aberto, enfim, fazemos aquilo que dá vontade de escrever, de musicar e se achamos que ficou legal, se a gente realmente gostar de tocar e cantar a música, aí ela entra para o repertório. A arte tem que ser verdadeira sempre. Só podemos fazer bem feito e só conseguiremos nos conectar ao público se estivermos entregues ao trabalho. Sem amarras! Liberdade é o nosso maior lema.

 

Alquimia Rock Club: Vocês já têm um álbum lançado em 2014 (Get Naked) e recentemente lançaram o EP Keep On Naked após passarem por mudanças na formação, como foi esse período de transição?

 

Juh: Sempre trabalhamos alternando três vocais entre o antigo integrante, Fred e eu e as vezes duetos, mas o Bruno Baptista era o que interpretava o maior número de músicas da Threesome. Em janeiro de 2017 estávamos com data marcada para entrar em estúdio e gravar o novo EP, foi quando tivemos a saída do Bruno. Acredito que esse momento de transição foi o maior desafio para a banda. Adiamos a entrada no estúdio, mas estávamos desde novembro anunciando o trabalho do novo EP com a equipe de assessoria o que não nos deixava muita margem de tempo. Perder um integrante na banda nunca é um processo simples, ainda mais quando se trata do vocal principal. O lado bom dessa mudança foi percebermos que a banda Threesome mais do que nunca sempre foi e será uma BANDA no sentido mais profundo da palavra. Nós não temos brigas internas de ego, o nosso processo de criação, composição e arranjos cada vez mais acontece em conjunto e todos contribuem em todas as músicas. Nosso foco é sempre pelo melhor para A MÚSICA. Nossa linguagem, nossa musicalidade, nossa personalidade só ficaram ainda mais evidentes além da nossa união. Tínhamos um grande desafio ao reorganizar a “casa” e conseguimos fazer juntos. Não foi fácil, mas tenho a sensação que ficamos mais maduros e ainda mais cúmplices depois de tudo.

 

Alquimia Rock Club: Sobre o EP Keep On Naked, falem um pouco sobre esse trabalho, qual o motivo de lançar um EP e não um álbum completo e como tem sido a repercussão?

 

Juh: Depois do lançamento do Get Naked começamos a tentar entender um pouco mais e ver outros exemplos de lançamentos e estratégias do mercado musical. Chegamos à conclusão que no mundo de hoje, sendo a plataforma digital o nosso principal canal e o hábito dos usuários cada vez mais de fazer playlists com faixas de vários artistas, não fazia sentido lançar de cara mais um álbum. Então optamos por divulgar faixas em 3 EPs e então um álbum com os 3 e mais 3 ou 4 músicas inéditas. A absorção é mais fácil e mais rápida para o público de hoje. Temos certeza que a estratégia deu certo. A repercussão do trabalho tem sido surpreendente e já obtivemos convites e propostas de trabalho interessantes logo após o lançamento do Keep On Naked. Na verdade estamos ainda meio chocados com a repercussão. Não esperávamos algo tão positivo! Mesmo tendo nos dedicado tanto ao processo, é claro.

 

 

 

 

Alquimia Rock Club: Ainda sobre o EP Keep On Naked, das três faixas do EP, duas são regravações de músicas do álbum de estreia, sendo elas; “Why Are You So Angry”, rebatizada de “Sweet Anger” e “Every Real Woman”, agora apenas “ERW”, ambas totalmente repaginadas. Qual a razão para fazer essas novas versões para essas canções?

 

Juh: Com a saída do ex-integrante dividimos as músicas entre os vocais do Fred Leidl e os meus e nessa mudança veio a necessidade de refazer os arranjos, principalmente nas músicas que saíram do vocal masculino para o feminino. Como Every Real Woman era nossa música de abertura de show e de maior visibilidade, optamos por colocá-la no EP. Em relação a Sweet Anger, foi uma necessidade que tínhamos de mudar a música. Adorávamos a letra, mas o arranjo não nos empolgava na hora de tocar. Como dito acima antes de qualquer coisa nós precisamos gostar e curtir tocar a música e com o novo arranjo tudo ficou perfeito! 

 

Alquimia Rock Club: Muita coisa mudou e continua mudando na cena Rock no Brasil, como vocês veem a cena atualmente, quais as expectativas e onde o Threesome se encaixa nesse contexto? 

 

Juh: Sinceramente não temos perspectivas focadas no Brasil. Conhecemos uma infinidade de bandas de Rock brasileiras, mas todas sofrendo ou desistindo. Existe um pequeno e embrionário espaço onde encontramos Far From Alaska, Ego Kill Talent, mas muito tímido ainda. E mesmo eles estão indo fazer um trabalho fora do Brasil. Atualmente sem conseguir um mercado por lá é quase impossível criar um por aqui. Desde quando começamos a compor tínhamos essa noção da necessidade de focar nossos esforços lá fora. E estamos nos preparando para isso.

 

Alquimia Rock Club: Ainda sobre nossa cena, não é novidade pra ninguém que viver de música no Brasil não é algo fácil, no Rock então nem se fala. Vocês possuem outras atividades profissionais fora da banda? Já sabemos, por exemplo, que a vocalista Juh Leidl também é artista plástica...

 

Juh: Sim todos tem outras atividades. O Henrique Matos é músico profissional, dá aulas de bateria e também atua em mais algumas bandas. O Manfrinato e o Bob trabalham com sistemas e Fred com desenvolvimento em engenharia.

 

Alquimia Rock Club: Quais os planos para o futuro próximo da banda? Vocês já trabalham em novas composições para um novo álbum de estúdio completo?

 

Juh: Atualmente estamos terminando a mix de duas faixas para dois projetos do selo Secret Service Records. Tivemos o prazer de receber o convite para fazer parte de um tributo ao AC/DC e um para Deep Purple que irão sair em Agosto e Novembro respectivamente. Assim que finalizarmos esse material entramos no estúdio para os ensaios e gravações do próximo EP com 4 faixas e lançamento também no segundo semestre.

 

Alquimia Rock Club: Mais uma vez, agradecemos por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club, o espaço é todo de vocês para darem um recado final ao público.

 

Juh: Dependemos dos fãs de ROCK para garantir novas gerações de bandas, músicas, hits. As bandas consagradas já foram bandas de bairro. Apoie a cena local, não ouça só o que já é consagrado, escute o novo, apoie o novo, vá a shows de bandas autorais mesmo sem saber cantar, pode ser que você descubra algo que ama e vai ser questão de minutos aprender a cantar. Não deixe o rock morrer! Quem pode nos matar não são os fãs de outros estilos, são os fãs de Rock! Vida longa ao Rock n' Roll.

 

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Confira também a resenha do EP Keep On Naked pelo Alquimia Rock Club: http://www.alquimiarockclub.com.br/resenhas/5884/

 
 


André BG



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