Ted Marengos: “Nós vamos cruzar o país (EUA) literalmente”
Fotos: Caio Vasques
Prestes a embarcar para os Estados Unidos rumo a mais uma turnê internacional, a banda Ted Marengos, atualmente formada por Júlio Starace (vocais e guitarra), Luiz Pimentel (baixo), Thomaz Ayres (bateria) e Paulinho Costa (guitarra) concedeu uma entrevista exclusiva para o Alquimia Rock Club para falar desta nova turnê em divulgação de seu mais novo álbum Timeless Beat, lançado no último dia 26 de junho.
Alquimia Rock Club: Primeiramente, gostaríamos de agradecer por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club. Vamos começar falando um pouco sobre a Ted Marengos, para quem ainda não conhece a banda. Como e quando vocês começaram e quais são as influências e propostas da banda?
Julio Starace: Gostaríamos de agradecer você pela entrevista, é um prazer pra gente. A Ted Marengos começou em 2011, já de uma antiga banda que se chamava Ferrorama, a gente reformulou tudo e começamos a compor umas músicas em inglês, somos três irmãos que começamos a tocar desde criancinha, então a banda teoricamente existe há séculos (risos) e a gente continuou gravando e lançando ao longo de todo esse período, já gravamos três álbuns, estamos lançando agora nosso terceiro álbum na verdade, nós já fizemos turnês pela Europa, EUA também, já tocamos bastante aqui em São Paulo e em alguns festivais no interior, fazemos parte dessa cena aqui de São Paulo, do Rock e de todas as vertentes que já afloraram ou nasceram aqui, a nossa casa sempre foi aqui, nosso som reflete muitas das coisas que a gente vê e vive aqui.
Thomaz Ayres: Fica difícil definir o estilo da banda, acho que deixamos isso pras pessoas, mas somos uma banda a prior de Rock n Roll, a gente ouve tudo que veio nessa vertente, desde os mais clássicos como Beatles e Led Zeppelin, essas coisas...
Julio Starace: A gente está em uma frequente busca do nosso estilo também, pra encontrar o nosso som, eu acho que é uma viagem sem fim, mas por onde começou até hoje em dia, a gente vem de uma escola do Metal e do Hard Rock, ouvimos Kiss, Iron Maiden, Metallica e até bandas mais recentes dos aos 90 como Nirvana, por exemplo. E na verdade acho que fomos procurar da onde veio toda essa música que ouvimos desde a infância e descobrimos o Blues, Country americano, música negra americana de lamentos e tal, entre outros estilos, isso é muito interessante pra gente.
Thomaz Ayres: Eu costumo dizer também sobre as influencias, que hoje pra mim, por exemplo, minhas influencias são as coisas que escuto hoje, é o que mais aflora quando você vai tocar e colocar pra fora seus sentimento e experiências, claro que ajuntando com o que você ouviu sua vida toda, mas o recente é sempre presente.
Alquimia Rock Club: Vocês estão prestes a embarcar para uma turnê nos EUA, essa não é a primeira turnê da banda no exterior, mas quais as expectativas para essa nova ida aos EUA?
Julio Starace: As expectativas são boas e ao mesmo tempo desconhecidas, nós vamos passar por muitos lugares e não imaginamos o que vamos encontrar pela frente, mas na verdade fomos nós que selecionamos os lugares e as regiões, acho tem seus motivos pra gente dar essa volta quase inteira pelos EUA.
Thomaz Ayres: Acho que em comparação com o que já viveu em outras turnês, essa é a primeira vez que vamos para fazer uma sequencia tão grande e de shows. Nós vamos cruzar o país literalmente, das outras vezes que tivemos oportunidade de fazer turnê lá fora eram coisas como ficar na mesma cidade e fazer shows pela cidade, desta vez vamos rodar o país de norte a sul e de leste a oeste o país inteiro em dois meses, são mais de 30 shows, uma média de um show a cada dois dias mais ou menos e ainda estamos fechando mais alguns.
Alquimia Rock Club: Além disso, vocês também criaram um financiamento coletivo para a turnê onde o fã que participar da campanha, tem a chance de comprar uma guitarra Epiphone Lucille assinada pelo B.B. King, comentem um pouco sobre isso, como e de onde surgiu essa ideia? Esta dando certo?
Julio Starace: Faz duas semanas que lançamos essa campanha para nos ajudar financeiramente nos nossos desafios que vamos encontrar lá nos EUA, sempre toda ajuda é necessária quando se fala de bandas independentes e que tomam conta da própria carreira e nós temos a oportunidade de dar esse presente aos fãs que gostam do B.B. King e da gente, é uma relíquia ter uma Lucille autografada pelo cara na mão, é importante pra gente ter essa relação tanto com a música do B.B. King e poder ir pra terra dele por meio desse apoio.
Alquimia Rock Club: Vocês já tinham essa guitarra ou alguém a cedeu?
Julio Starace: A gente tem um parceiro que está indo com a gente pra viagem e a gente falou que estava fazendo o financiamento coletivo e ele sugeriu colocarmos a guitarra na promoção, pois ele já estava vendendo, e isso foi um algo a mais para darmos aos fãs. E ele vai documentar essa viagem pra gente e também é uma forma de financiarmos o documentário com uma coisa que vamos poder lançar lá na frente com uma qualidade bacana, então foi uma pareceria, um acordo que a gente chegou dessa guitarra fazer isso acontecer.
Alquimia Rock Club: Como vocês veem a cena atualmente, quais as dificuldades encontradas, expectativas e onde a Ted Marengos se encaixa nesse contexto?
Thomaz Ayres: Acho que existem os lados positivos da cena Rock n Roll hoje, muitas coisas estão acontecendo, portas estão se abrindo, o Rock n Roll parece ter voltado a ter um espaço maior...
Julio Starace: Não só no Brasil, acho que no Mundo, tem umas bandas como Greta Van Fleet que começou a ter um pouco mais de visibilidade no mundo em geral, na audiência de um jeito um pouco mais contundente.
Thomaz Ayres: Talvez as pessoas estejam começando a voltar prestar atenção que existem bandas legais rolando e existe um trabalho honesto sendo feito com respeito a música e com qualidade, isso é muito interessante.
Alquimia Rock Club: A banda lançou recentemente o single “Eternally Fab” e seu respectivo videoclipe “Eternally Fab”, composição inspirada e dedicada a uma das maiores bandas de Rock de todos os tempos: The Beatles. Conte um pouso sobre essa canção, o Julio Starace a compôs em 2001, qual o motivo de mostra-la só agora?
Julio Starace: Foi uma parceria, na verdade não era uma música que era pra gente gravar, foi quase um presente que eu preparei. O Beto Iannicelli que é nosso professor, ele está na nossa vida há muito tempo, aprendemos a tocar com ele, não só a tocar, mas outros níveis de aprendizado também, e temos uma relação com ele há muito tempo, e ele é um cara que nunca teve nenhuma ambição de fazer nenhuma música ou influenciar no nosso trabalho como banda, então ele veio com essa música pronta já com a melodia em 2001, pediu pra que eu escrevesse a letra e falou que era uma homenagem aos Beatles, e eu disse que poderia tentar. Eu fiquei incrivelmente com isso na cabeça e fiz a letra em menos um dia e entreguei gravada pra ele uma semana depois, como se fosse só um presente, então ela acabou ficando guardada por muito tempo como se fosse um presente mesmo e como iriamos gravar esse novo disco que estava virando um álbum quase que colaborativo contando com a colaboração de outros músicos convidados, criou-se a possibilidade de gravarmos essa música, pois o Beto já tinha todos os arranjos de cordas, metais e vocais, então decidimos inclui-la no álbum.
Alquimia Rock Club: Vocês já tem um novo álbum “Timeless Beat", que será lançado oficialmente no dia 26 de junho em todas as plataformas digitais. Gostaria que comentassem um pouco sobre esse novo álbum, como o processo de composição e como foram desenvolvidas as ideias para chegar no resultado final?
Julio Starace: Essas músicas foram compostas em diferentes épocas, então é difícil dizer que houve um processo de composição ou de criação, elas são seleções de diversas épocas, tem coisas de 2015 até agora 2019. O que mais posso dizer sobre este disco é que ele é diferente dos dois anteriores, parece que cada música tem um significado um pouco mais forte, com seu tema mais definido, cada música tem seu um universo meio que particular, mas ao mesmo tempo ele se conversa inteiro, mas acho que essas músicas são mais carregadas de significado, não sei como explicar isso melhor...
Thomaz Ayres: Eu acho interessante também que essas músicas foram feitas em épocas diferentes com ideias diferentes, mas que dentro do disco você consegue sempre achar conexões entre elas e isso não foi uma coisa que pensada, mas faz sentido pra gente.
Julio Starace: foram algumas músicas que a gente selecionou mesmo pra fazer esse disco e que conversam uma com a outra, mas não necessariamente foram compostas na mesma época.
Alquimia Rock Club: Com relação ao álbum anterior “Lifts” de 2017, quais as principais diferenças e mudanças na opinião de vocês, se comparado ao novo álbum?
Thomaz Ayres: O “Lifts” é um álbum que gravamos em Nova Iorque, um álbum orgânico gravado em fita e totalmente ao vivo no estúdio com a banda na mesma sala, da pra sacar isso quando se houve o álbum, já esse terceiro disco vem com uma roupagem e arranjos mais elaborados com mais tempo de produção (quase um ano), tem um processo diferenciado, que também soa no disco, apesar de também ter sido gravado ao vivo a maior parte, mas foi gravado aqui no Brasil com Pro Tools, não foi gravado em fita, é outra sonoridade, que é o que o tipo de som que a gente estava fazendo pedia.
Alquimia Rock Club: Alguma mudança na produção? Quem foi o produtor desse novo disco?
Thomaz Ayres: O produtor foi o Pedro Montagnana, ele já acompanhou a gente no processo dos outros discos, não como produtor, mas como músico acompanhante e desta vez assumiu o posto de produtor e inclusive é responsável por grande parte dos arranjos de corda e metais que rolam no disco todo.
Alquimia Rock Club: Mais uma vez, agradecemos por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club, o espaço é todo de vocês para darem um recado final ao público.
Julio Starace: Ouçam nosso disco novo que vai ser lançado dia 26 de junho, acompanhem nossa tour, estamos muito animados, para quem puder acompanhar os shows ao vivo os ingressos estão disponíveis no nosso site, em breve novas camisetas, novos merchandises que estamos preparando.
Thomaz Ayres: E quem não puder ir até lá nos EUA espere que a gente volta em agosto pra tocar o novo disco pra todo mundo. Inclusive já podemos anunciar nosso show em São Paulo no retorno da turnê, que será dia 21 de agosto.
Luiz Pimentel: Fiquem de olho nas nossas redes sociais, nosso canal do Youtube e instagram, que vamos postar novidades diariamente por lá, acompanhar a turnê vai ser bem fácil, pra quem tiver com um celular nas mãos é claro (risos).
Julio Starace: E gostaria de lembrar também que o Paulinho Costa estará com a gente na turnê, nosso novo guitarrista!
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