Marenna-Meister: “Decidimos que essa parceria não poderia acabar”, garante Alex Meister
Foto: Eduardo Amayo (@eduardoamayo)
Se você curte hard rock e ainda não ouviu “Out Of Reach”, début da parceria entre o vocalista Rod Marenna (Marenna) e o guitarrista Alex Meister (ex-Pleasure Maker), deveria achar um tempinho e tentar priorizar sua audição. Sério mesmo, você não vai se arrepender! Ao longo de onze faixas (ou dez mais a bonus track “Follow Me Up”), a dupla foi responsável por uma obra que nos enche de orgulho, provando outra vez que música boa é elaborada em solo nacional, não importando o estilo.
Cris Gavioli (baixo) e L.A. Tilly (bateria) completam o time do play lançado pelo selo dinamarquês Lions Pride Music em 28/09 e você pode ler uma resenha do trabalho feita por este escriba aqui para o site clicando aqui. Sem mais, vamos à conversa com Alex, que fez um apanhado geral da carreira, focou no mais recente full length e ainda deu detalhes sobre o que está por vir:
Vagner Mastropaulo: Alex, muito obrigado pela entrevista! Comecemos pelo princípio: desde quando você e Rod se conhecem e de onde?
Alex Meister: Olá, Vagner! Obrigado pelo convite! Nós nos conhecemos há mais ou menos dois anos. Um dia eu estava ouvindo a webradio Rock Melodic Rádio e, num determinado momento, tocou uma música da banda Marenna. Achei o som bom e em seguida fui descobrir que era do Brasil! Então fui procurar o Rod e, para minha surpresa, ele já era meu amigo no Facebook. Após isso, mandei uma mensagem elogiando o trabalho dele e começamos a amizade.
VM: E como rolou o convite para Out Of Reach? Digo, quem contatou quem? E qual dos dois teve a idéia de desenvolver o projeto primeiro?
AM: Em 2019, eu estava justamente encerrando o ciclo com o Pleasure Maker, após quinze anos de estrada, para fazer novas experiências na minha carreira solo, assumindo vocais e, ao mesmo tempo, procurando por novas parcerias. Daí um dia o Rod me perguntou: “Quando é que vamos fazer um som juntos?”. E prontamente respondi: “Agora! Quer uma música já com melodia para trabalhar ou sem para você criar?”. No dia seguinte já estava nascendo a primeira música, “(There’s So) Many Things”, e logo em seguida escrevemos “Follow Me Up”. Ou seja, tudo foi desenvolvido de forma muito rápida e com resultado excelente! Não levou muitos dias para decidirmos fazer um disco completo! E simplesmente enxerguei esse trabalho como minha nova banda e não apenas um projeto collab. Acho que isso explica o resultado obtido neste álbum.
Foto: Roger Clots (@rogerclots.fotografia) e Eduardo Amayo (@eduardoamayo)
VM: Cris Gavioli (baixo) e L.A. Tilly (bateria) fecham o line-up, mas como vocês chegaram a eles?
AM: O Cris integrou os últimos momentos do Pleasure Maker substituindo Mark Sant’Anna, o baixista original, de forma excepcional! E o Tilly já é um velho conhecido da cena hard rock do Rio de Janeiro como excelente e muito criativo baterista. Ambos são do Rio.
VM: Uma checagem cronológica: o single de “Follow Me Up” saiu em 2019 e só aí a Lions Pride Music assinou com vocês, que então partiram para a composição do álbum. Foi isso? Se sim, ainda bem que o selo os contratou, caso contrário, sabe lá Dio se teríamos Out Of Reach. Ou vocês já tinham material escrito e teriam composto mais conteúdo mesmo sem o acordo na mesa?
AM: Sim, lançamos “Follow Me Up” em julho/19, neste momento assinamos com a Lions Pride Music para o full length e somente a partir daí escrevemos todas as músicas. Mas caso não tivéssemos fechado o contrato com eles, teríamos fechado com outro selo, pois recebemos outras propostas. Ou até mesmo produziríamos independentemente o Out Of Reach, que aconteceria de qualquer forma!
VM: E como funcionou a composição em si? Você bolava o instrumental e o Rod as letras? Ou ambos colaboravam com as duas partes? Para quem está vendo tudo de fora, instintivamente é mais natural imaginar o cenário todo desta forma.
AM: Muitas vezes aconteceu desta forma, comigo mandando o instrumental e ele me entregando as letras com melodias encaixadas, como aconteceu com “(There’s So) Many Things” e “Out Of Touch”. Mas, outras vezes, eu já mandava o instrumental com o refrão composto, como em “The Price Of Love” ou “I Don’t Wanna Lose You”. E em outras, o Rod me mandava um áudio dele tocando violão, cantando por cima já com letra e, em seguida, eu reescrevia o instrumental a partir do que ele havia criado, como em “Ride, Ride, Ride” e “It Ain’t So Easy (Loving You)”.
VM: E foi muito diferente do que compor para o Pleasure Maker, agora levando em conta o timbre de voz do Rod? Ou, na prática, foi a mesma coisa?
AM: Na prática, foi exatamente a mesma coisa, com a diferença que, neste novo trabalho, eu tinha um parceiro que contribuía diretamente na composição. A minha linha de criação foi exatamente a mesma, ainda mais sabendo que a voz do Rod se encaixaria perfeitamente! Se você escutar “Dancin’ With Danger”, último CD do Pleasure Maker, você perceberá que Out Of Reach é claramente uma continuação, numa versão ainda mais vibrante! Sempre compus na linha do hard rock/glam metal, desde meu primeiro disco.
VM: Esta talvez seja uma questão mais delicada de responder: embora seja efetivamente uma banda, é indiscutível que o Marenna é capitaneado pelo Rod e está 100% ligado à identidade musical dele. Você integrou o Pleasure Maker de 2001 a 2019, salvo um hiato, e passou a cuidar de sua carreira solo, pela qual já havia lançado o play instrumental My Way (11). Pois bem, como fazer para que dois artistas acostumados a tomar decisões em suas empreitadas “se biquem”, no melhor sentido do termo, sem que as armadilhas do ego afetem o resultado final?
AM: Foi muito mais simples do que você pode imaginar! Como nós dois liderávamos nossas respectivas bandas escrevendo todas as composições e decidindo o direcionamento musical, além de empresariar tudo dentro desses trabalhos, unir nossas forças foi algo muito simples e as funções de cada um foram se desenhando naturalmente. O relacionamento dentro do trabalho é de uma sinergia excelente e não poderia ser melhor!
VM: Entrando no álbum em si, a primeira (e até aqui, única) escolha como lyric vídeo foi “The Price Of Love”, em 05/09 do ano passado. Nada contra a faixa, muito pelo contrário, aliás, mas por que exatamente ela?
AM: Sempre que produzo um novo CD, tenho que escolher dois ou três singles para se tornarem as músicas de trabalho. “The Price Of Love” já nasceu com esse perfil, desde que seu refrão foi escrito, e se destacou dentre várias outras. Ela “brigou” diretamente com “(There’s So) Many Things” para se tornar o single principal de Out Of Reach. Sem dúvida, elas são duas das melhores músicas que já escrevi em toda minha carreira!
VM: E como vocês chegaram à conclusão que o primeiro clipe seria o de “(There’s So) Many Things” e o de “I Don’t Wanna Lose You” o segundo?
AM: Foi no momento em que percebi que o refrão de “(There’s So) Many Things” pegava as pessoas na primeira audição de modo um pouco mais forte do que “The Price Of Love”. As duas têm a mesma pegada, fazendo com que fosse uma decisão extremamente difícil e definida no detalhe! “I Don’t Wanna Lose You” seria naturalmente o último single por ser a faixa mid-tempo, que traria um approach diferente das up-tempo lançadas anteriormente e mostrando uma veia mais acessível para conquistar mais ouvintes. Para isso, fizemos a versão single edit para este vídeo-clipe, transformando a música ainda mais forte na primeira audição. Essas três faixas são, sem qualquer dúvida, são as minhas favoritas do álbum e entraram no Top 10 de melhores composições de toda minha carreira!
VM: Visualmente, achei o clipe de “(There’s So) Many Things” muito bonito, contando até com duas tomadas aéreas iniciais do mar e outra fechando para a praia (tudo isso em menos de vinte segundos), sem contar mais uma espetacular aos quarenta e cinco segundos, com rotação em zoom out. Elas foram filmadas com drone?
AM: Sim! Esse clipe ficou muito bonito mesmo. Usamos todas essas imagens aéreas com drone. A produtora do clipe, Criatorium Idéias, junto com a GK Produções, disponibilizou o drone e fez a direção do clipe.
VM: E por que a opção pela Praia de São Conrado para a captação das imagens?
AM: Em princípio, havíamos pensado na Praia da Barra da Tijuca por ter o skyline de prédios mais moderno da cidade do Rio, porém a Praia de São Conrado era bem mais vazia, o que facilitaria as filmagens, além de não ser tão diferente da Barra. O resultado final ficou ótimo! Gostei muito de usar, como locação, uma praia pouco conhecida da cidade!
VM: Na mesma pegada, conte-nos os detalhes sobre as filmagens de “I Don’t Wanna Lose You”:
AM: A primeira curiosidade é que as tomadas desses dois clipes foram filmadas todas no mesmo dia, excetuando as imagens da praia, que foram filmadas na véspera. O Rod chegou aqui no Rio numa sexta à noite e ficamos o sábado inteiro fazendo as filmagens dos dois clipes, das 11 às 21. As imagens do clipe de “I Don’t Wanna Lose You” foram feitas entre 17:15 e 20:30 no terraço do meu prédio. Foi uma correria muito doida, pois contávamos com o pôr do sol e isso acontece extremamente rápido. Nesse dia nem deu tempo de almoçar! [risos]
VM: Além destes dois clipes e o lyric vídeo, há planos para mais produções visuais?
AM: Estamos estudando a possibilidade de fazer uma filmagem ao vivo executando três músicas do álbum. Mas isso ainda não está certo.
VM: Conforme você nos revelou, tudo começou pela bonus track “Follow Me Up”. Ela ficou apenas na prensagem nacional de Out Of Reach ou para a Europa e restante do mundo também?
AM: Este CD teve apenas prensagem européia com distribuição para todos os continentes. A parte do Brasil ficou a nosso cargo vender um lote importado limitadíssimo através do nosso site oficial, o www.marenna-meister.com, que, por sinal, já praticamente esgotou o estoque! Essa bonus track está presente na versão física do álbum e é a faixa de encerramento do CD.
VM: A Lions Pride Music é dinamarquesa e, em matéria do site Sonic Perspectives sobre os quinze melhores álbuns de hard rock melódico em 2020 [https://www.sonicperspectives.com/features/the-2020-favorite-melodic-hard-rock-albums], me impressionou o número de bandas escandinavas produzindo bom material hard rock e AOR: quatro. Na mesma lista, há cinco grupos dos Estados Unidos, mas há de se relevar que o site é norte-americano. Para quem não acompanha o estilo tão a fundo, como eu, seriam estes os dois maiores mercados?
AM: A Escandinávia sempre exportou grandes nomes do hard rock desde os anos oitenta, sendo o Europe seu maior representante! Bandas como o TNT (Noruega) e os suecos do Treat, Alien e Dalton são alguns exemplos da cena da época. O surgimento do Crashdiet (Suécia) em 2005 reacendeu esse mercado que havia ficado esquecido após os obscuros anos noventa. Desde então, eles são a maior referência da nova geração do hard rock, como o Reckless Love (Finlândia) e os suecos do H.E.A.T., Crazy Lixx e Eclipse. Mas, no geral, a referência do estilo está toda na Europa, atualmente até pelo fato de a maior gravadora estar situada na Itália.
VM: Instintivamente tendo a pensar que o Japão também seja um mercado considerável. Há fundamento neste quase mero chute baseado na específica predileção nipônica por melodia?
AM: O Japão sempre foi um grande mercado consumidor de música ocidental, principalmente de hard rock e heavy metal. Tanto que a música atual deles tem muito desses elementos presentes, mas, como exportador de música, eles se destacam apenas pelas bandas Loudness e X Japan.
Foto: Eduardo Amayo (@eduardoamayo)
VM: Gostaria que você falasse um pouco sobre as participações especiais em Out Of Reach. Para iniciar, quem curte a cena hard rock sabe que C. Marshall era o vocalista do Pleasure Maker. Mas como vocês sacaram que ele seria ideal como convidado em “(There’s So) Many Things” e “Follow Me Up”?
AM: Na realidade, sempre convido algumas pessoas para gravarem os backing vocals para dar corpo e timbres diferentes à produção. No Dancin’ With Danger, convidei Gus Monsanto para fazer os vocais ao meu lado e de C. Marshall. Outro detalhe foi que “Follow Me Up” e “(There's So) Many Things” foram originalmente gravadas na mesma situação, ainda no primeiro semestre de 2019, e queria mais uma voz para somar comigo e o Gavioli. Como foi o primeiro trabalho feito após a dissolução do Pleasure Maker, achei que seria legal convidar o Marshall após tantos anos de parceria.
VM: Não sei se dá para considerar como participação especial, mas Sidney Sohn, que mixou e masterizou o álbum, toca todos os teclados do play. Foi uma escolha natural ou simplesmente prática?
AM: Sidney Sohn é um parceiro de estrada que tenho desde os anos noventa. Já tocamos na mesma banda nesta época, inclusive. Ele, na verdade, gravou teclados em quase todos os meus álbuns! Participou dos três do Pleasure Maker e agora do Out Of Reach. Essa parceria de mix e master já aconteceu antes, em 2008, no segundo CD do Pleasure Maker, “Twisted Desire”. Ou seja, é algo que provavelmente irá se repetir mais vezes!
VM: O último convidado é Adriano Fontenelle, fazendo backing vocals nas quatro primeiras faixas de Out Of Reach. O que você poderia dizer sobre ele e sua colaboração?
AM: O Adriano seria a terceira voz para fazer os backing vocals do álbum todo, somando timbre comigo e o Gavioli. Mas, como dividimos as gravações em duas sessões, ele participou somente da primeira. A segunda só contou comigo e o Cris pelo fato de a data agendada já estar no início da quarentena. Esse foi justamente o último dia que entramos em estúdio para a gravação do disco.
VM: No mais, tudo que se escuta em Out Of Reach são os quatro músicos, porém você também assina a produção. Como é ocupar essa função em seu próprio álbum?
AM: Assumir a função de produtor dos meus álbuns é algo normal na minha carreira, pois assinei a produção dos três CDs do Pleasure Maker e também do meu álbum solo, My Way. Quando começo a compor os discos, já tenho toda a concepção de onde quero chegar. Dificilmente outro produtor, ainda mais do Brasil, teria a mesma concepção musical que a minha. Sou profundo admirador e muito influenciado pelos trabalhos de grandes produtores como Robert John “Mutt” Lange, Keith Olsen, Bruce Fairbairn e Beau Hill. Porém, posso afirmar que desempenhar essa função é algo muito delicado e exige extrema auto-crítica o tempo todo. Outro fator que também serve como termômetro para mim é justamente prestar atenção às reações das pessoas quando elas têm contato com o novo trabalho durante o processo da mix e master. Isso ajuda a confirmar o caminho da produção toda, como também a escolher os singles de cada álbum.
Foto: Eduardo Amayo (@eduardoamayo)
VM: Ainda sobre esta segunda função, na hora de gravar, você automaticamente toma alguma decisão já pensando no processo como um todo, meio que “cortando caminho”? Ou executa uma função por vez para lidar com os detalhes de cada parte em isolado?
AM: Acabo sempre fazendo as duas funções ao mesmo tempo. Na hora que vou escrevendo o refrão da música, já penso em todos os contra-pontos e harmonias vocais, como se a faixa já estivesse pronta. Penso sempre em todos os instrumentos e não apenas na guitarra. Isso é exatamente o processo de pré-produção, que é indispensável para um álbum dar certo. E uma curiosidade: a última coisa que escrevo e produzo são os solos de guitarra! Quem diria? [risos] Eles são, para mim, a cereja do bolo e não a principal parte da obra.
VM: Caminhando para o final, alguns assuntos não relacionados entre si. O primeiro deles é sobre o Pleasure Maker, com quem você lançou Love On The Rocks (04), Twisted Desire (08) e Dancin’ With Danger (18). Sei que a separação é recente, mas para quem curtia o som de vocês e se sente meio “órfão" com o término, há chances de um revival no futuro, mesmo que para uma reunião esporádica?
AM: Sim! Nada impediria isso de acontecer. Tanto que isso já aconteceu num passado não tão distante: o Pleasure Maker teve um hiato entre 2010 e 2017, quando resolvi dar um tempo para fazer outros trabalhos. No entanto, em 2014, quando o CD de estréia completava dez anos de lançamento, fizemos uma reunião da banda num show de comemoração muito legal! Ele aconteceu no Calabouço Heavy & Rock Bar, no Rio de Janeiro, e inclusive se encontra disponível no YouTube [https://www.youtube.com/watch?v=w3aR3CgSy9k].
VM: A biografia do seu site [https://alexmeister.com/biografia] cita uma participação no festival Gods Of Metal, em Milão, em 2003. Como ela se deu exatamente?
AM: Isso rolou com o Thoten, banda de heavy metal que integrei, ao lado de Sidney Sohn, de 1996 a 1999, voltando no ano de 2003 justamente para fazer shows substituindo o guitarrista que gravou o álbum de 2000. Eu era praticamente um membro contratado, mas posso dizer que a experiência que tive neste festival foi algo sensacional, dividindo palco com Whitesnake, Queensrÿche, Motörhead e Saxon, entre outras. Algo inesquecível!
VM: Falemos agora se sua carreira solo. My Way saiu há quase dez anos. Há material composto para um sucessor? E em 2019 você estreou nos vocais relançando “Just Thinkin’ About You”, que saiu no début do Pleasure Maker. Enfim, quais são seus próximos passos solo?
AM: My Way foi um álbum instrumental importante a ser feito na minha carreira naquele momento, porém não pretendo lançar outro álbum nesta mesma linha. O single de “Just Thinkin’ About You” veio para mostrar que o direcionamento é hard rock com vocais, o que, na real, sempre foi meu padrão. Em 2021, lançarei mais um single com a regravação de “Hard To Say Goodbye”, faixa que também integra o CD de estréia do Pleasure Maker. Porém, não tenho mais previsão de nenhum outro lançamento solo planejado, além deste. A intenção real com a carreira solo é reforçar a minha marca além de guitarrista, mas também como compositor e produtor, sem ter o nome vinculado a uma banda, ainda que esse trabalho fosse todo idealizado e criado por mim, como era o Pleasure Maker. Penso nisso, pois o público normalmente não decora o nome dos músicos de cada banda, ainda mais se não for o do vocalista [risos].
VM: Por que você optou por assumir os vocais no single de “Just Thinkin’ About You”, ao invés de convidar outro cantor?
AM: Eu tinha em mente construir a imagem de um artista completo, por mais que eu não fosse um exímio cantor. Seria algo que agregaria valor, assim como muitos outros guitarristas famosos fizeram num determinado momento de suas carreiras, como Gary Moore, John Norum e John Sykes. Desta forma, o público teria a real noção de que realmente componho e produzo, independentemente de qualquer outro músico que seja convidado a participar.
VM: Essa se tornou clichê, porém é necessária: como essa parada forçada em razão da pandemia te afetou diretamente, tanto em nível pessoal quanto musical/profissional? Digo, o que precisou ser colocado em compasso de espera?
AM: A pandemia atrasou em duas semanas a finalização da produção de Out Of Reach, além de nos impedir de fazer shows para o lançamento do disco. Isso foi realmente uma lástima! Queríamos muito tocar essas músicas ao vivo. Apesar disso, na minha vida como professor de guitarra, não tive muitos problemas e consegui me adaptar facilmente, pois já oferecia aulas online ao vivo desde 2012. Então apenas transferi todos meus alunos presenciais para a modalidade online. Foi algo a que todos se adaptaram facilmente por eu ter exatamente a mesma dinâmica de ensino, mesmo à distância.
VM: Para fechar a entrevista como iniciamos, mais três perguntas sobre Marenna-Meister! Uma das benesses dos tempos atuais é que a tecnologia possibilita a troca digital de arquivos de forma que tudo pode ser composto à distância. Nem sei se foi o caso, mas como Rod mora no Rio Grande do Sul e você no Rio de Janeiro (fora Cris Gavioli e L.A. Tilly), quantas vezes os quatro (ou vocês dois, pelo menos) chegaram a estar fisicamente no mesmo ambiente para elaborar o material de Out Of Reach?
AM: Nós nunca estivemos fisicamente, os quatro juntos, no mesmo ambiente! Além disso, eu e o Rod só nos conhecemos pessoalmente na oportunidade que filmamos os vídeo-clipes! Parece inacreditável, não é?! [risos] O álbum foi todo composto à distância através da troca de idéias por telefone e WhatsApp. E tudo transcorreu de modo extremamente fácil e rápido, como se nos conhecêssemos e trabalhássemos juntos havia muitos anos.
VM: E sobrou alguma composição guardada ou não utilizada? Ou todo o material que vocês tinham foi para o play?
AM: Todas as composições foram incluídas no CD. Não ficou de fora nenhuma faixa pronta. Foi 100% de aproveitamento em apenas quatro meses de composição e pré-produção [risos]. Porém, tenho vários embriões de novas músicas guardados!
VM: E mais importante do que ter sobrado algo: há tratativas para uma parte dois?
AM: Claro que sim! A partir do segundo semestre deste ano, começaremos a compor novas músicas para o segundo CD do Marenna-Meister, que pretendemos lançar no segundo semestre de 2022 ou começo de 2023. Inclusive, os embriões que citei acima já estão separados para esse novo disco! Grandes refrãos estão a caminho, na mesma pegada dos de Out Of Reach! Decidimos que essa parceria não poderia acabar, pois somos muito mais fortes e vamos mais longe juntos!
VM: Alex, valeu mesmo por conversar conosco. O espaço é seu para o recado final:
AM: Mais uma vez, muito obrigado pelo convite! Podem esperar por mais músicas novas e álbuns! Essa caminhada levando a bandeira do hard rock não tem data para acabar!
Confira a resenha do álbum “Out Of Reach”: http://www.alquimiarockclub.com.br/resenhas/7069/
Arte por: Tiago Medeiros (@xtiagombx)
Links:
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Foto: Roger Clots (@rogerclots.fotografia) e Eduardo Amayo (@eduardoamayo)
Bacharel em inglês/português formado pela USP em 2003; pós-graduado em Jornalismo pela Cásper Líbero em 2013; professor de inglês desde 1997; eventualmente atua como tradutor, embora não seja seu forte. Fã de música desde 1989 e contando... começou a colaborar com o site comoas melhores coisas que acontecem na vida: sem planejamento algum! :)