Foto: Caio Luigi (@caioluigicaio) / Voy-Age Studio (@voyagecasa)

 

A banda Foxes On The Run acaba de lançar seu disco de estreia com título homônimo. O álbum 'Foxes on The Run' chega às plataformas digitais após o lançamento do EP Wild Things (2017) que introduziu o trio de Mogi das Cruzes, em São Paulo, no cenário do rock alternativo brasileiro. 

 

Com participação de Alain Johannes (Queens of the Stone Age, Eleven) na mixagem, eles entregam um som com atmosfera perfeita para desbravar o mercado internacional com algo que perpassa o experimental, alguma 'sujeira' muito bem vinda e bem colocada de alt rock, e tudo isso com classe, mirando sempre, claro, o rock and roll.

 

O álbum foi gravado no estúdio Voy-Age (Mogi das Cruzes) e dele foi extraído o clipe para a música "Friends". Jordi Wagner foi outro nome que também esteve à frente da mix de 'Foxes on the Run'. 

 

Mirando bastante o universo das artes visuais, a identidade visual da banda é impecável e, com primor, o trio compartilhou em suas redes sociais uma série especial de desenhos dedicados a cada uma das faixas do novo disco junto a um trecho do áudio na época do aquecimento para o lançamento do álbum. 

 

A arte da capa de 'Foxes on The Run' é assinada pelo artista espanhol Gato-Iberico que compôs o desenho das raposas que aparecem nela a partir de sentimentos e ideias explicadas pela banda, ainda que o trio prefira deixar aberto a cada pessoa dar seu próprio significado à ilustração.

 

Arte: Gato-Iberico (@gatoiberico) 

 

O Alquimia Rock Club conversou com o vocalista e guitarrista da Foxes on the Run, Eduardo Santana, e com o baixista Fábio Blanco, que arrematam o trio com a presença de Luiz Castrizana na bateria. O resultado do nosso bate papo você pode conferir agora:

 

Alquimia Rock Club: Para quem vai conhecer Foxes on the Run agora, como a banda explica o som que apresenta em seu disco de estreia?

 

Eduardo Santana: A sonoridade da banda é um mix das influências que temos, Queens of the Stone Age, Muse, St. Vincent, Grizzly Bear, Pink Floyd e Led Zeppelin, acredito que ela hoje se aproxima do Indie Rock moderno, porém estamos sempre atrás de influências e sons novos. Um dos nossos objetivos com o álbum era de criar uma atmosfera que representasse as sensações que as músicas querem transmitir.

 

Alquimia Rock Club: Como foi o processo de gravação desse disco?

 

Eduardo Santana: A gravação foi realizada no estúdio Voy-Age em Mogi das Cruzes, alugamos ele por uns 10 dias e fomos passando cada parte das músicas por instrumento, para dar um pouco mais de flexibilidade e não perder muito tempo com montagem e desmontagem do equipamento. Depois que as gravações estavam prontas, enviamos o material tanto para o Alain (Johannes) quanto para a Jordi Wagner, que realizaram os mixes. Após isso só fomos fazendo alguns ajustes, acho interessante que muitas das idéias surgiram após a gravação e conseguimos trabalhar elas no álbum.

 

 

Ouça o disco 'Foxes On The Run' no Spotify: https://open.spotify.com/album/6xVRZHyrgOAiAwgEmnYC2Y

  

 

 

Alquimia Rock Club: Este álbum conta com os trabalhos de mixagem de Alain Johannes, que já trabalhou com Queens of the Stone Age. Como aconteceu a aproximação de vocês? Queens of the Stone Age é uma inspiração?

 

Eduardo Santana: Entramos em contato com o produtor do Alain por e-mail, apresentei o projeto e algumas demos que tínhamos, ele gostou do material e fomos trabalhando a partir disso. QOTSA são uma inspiração clara da banda, a maneira com que eles carregam a música que tem peso, porém aparenta ser mais delicada nos detalhes e na riqueza sonora sempre me atraiu e me deu vontade de compor mais seriamente.

 

Alquimia Rock Club: Além do autointitulado Foxes on The Run, a banda possuía singles e um EP. Houve alguma mudança na sonoridade da banda entre os trabalhos anteriores e o atual?

 

Eduardo Santana: Acredito que tivemos algumas mudanças sonoras em relação ao EP. Quando o gravei, praticamente sozinho (o André Marques do próprio estúdio Voy-Age tocou as baterias), em 2017, eu nunca tinha pisado os pés em um estúdio, então tiveram algumas escolhas que foram feitas por sorte (risos!). Com esse álbum quis revisitar as músicas do EP que tem um significado especial para mim e gravá-las no seu maior potencial.

 

Alquimia Rock Club: Conte-nos um pouco como a banda foi formada e os caminhos que percorreram até aqui.

 

Eduardo Santana: A banda foi formada em 2017 logo após a gravação do álbum, queria começar a tocar ao vivo, porém não conseguia praticamente ninguém da cena musical de Mogi, conversei com um colega que foi me dando indicações e foi nascendo daí organicamente. De lá para cá tocamos em vários festivais e fomos amadurecendo vários aspectos da música, da apresentação, para sair de banda de garagem para algo mais sério.

 

Alquimia Rock Club: Vocês escolheram a faixa 'Friends' para ser primeiro clipe extraído do álbum. Qual foi o motivo dessa escolha e como foi a produção desse clipe? Há outros clipes na fila de produção?

 

Fábio Blanco: Eu costumo compartilhar o andamento dos meus projetos com alguns amigos próximos e essa música foi a que despertou o maior interesse, e por ser uma das músicas mais "dançantes" dele,  acredito que uma visão artística olhando para o lado de outra expressão artística, que é a dança, essa faixa em forma de clipe venha a somar com todo o trabalho do disco.

 

Eduardo Santana: Por enquanto não temos nenhum outro clipe em produção, porém idéias e vontade são o que menos falta!

 

Assista o clipe do single 'Friends': https://www.youtube.com/watch?v=3Fc5d4gi5v8

 

 

 

Alquimia Rock Club: Quais são as principais inspirações musicais da banda?

 

Eduardo Santana: Josh Homme, Tom Jobim, St. Vincent, Pink Floyd, Steely Dan, todas bandas que sempre estou ouvindo.

 

Fábio Blanco: Tenho muita influência da cena underground de Mogi das Cruzes, bandas como Motocontínuo, Topsyturvy e Universe Garden são alguns exemplos e alguns artistas e bandas do exterior como referência Dave Grohl, Josh Homme, Steven Tyler e outros.

 

Alquimia Rock Club: A capa do álbum tem um ar de modernidade muito bem-vindo além de as raposas que aparecem serem um bom cartão de visitas se ligando ao nome da banda. Quem é o responsável pelo projeto e qual o conceito da capa?

 

Eduardo Santana: A capa do álbum foi feita pelo artista Gato Ibérico, seu trabalho é fenomenal. Apresentei para ele as músicas e deixei-o livre para criar algo que ele entendesse que representasse o material, a capa tem as raposas em um círculo onde todas estão "ligadas" entre si, como se fosse a "alma" de cada uma.

 

Alquimia Rock Club: Pesquisando sobre a banda, fica evidente o interesse e o zelo de vocês pela parte gráfica e o design em tudo o que vocês apresentam ao público. Quem é o responsável pelas artes e identidade visual da Foxes on the Run? De onde surgiu essa predileção pelo mundo gráfico?

 

Eduardo Santana: Atualmente sou eu quem dá mais esse direcionamento, gosto muito de pintura e artes em geral, gosto muito do fato de que elas conseguem transmitir histórias completas sem dizer uma palavra sequer.

 

Alquimia Rock Club: O espaço é de vocês! Deixe suas considerações finais.

 

Eduardo Santana: Fazer esse álbum foi um desafio enorme, aprendemos muito e estamos felizes de poder compartilhar ele com vocês, espero que gostem! Sigam a Foxes on The Run nas redes sociais e no YouTube!

 

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