Se você estiver na casa dos 30 ou 40 anos assim como eu, sabe muito bem que NA NOSSA ÉPOCA (leia-se com saudosismo), as coisas eram bem diferentes, tínhamos músicas que passavam a casa dos 5 minutos de duração (ALÔ LEGIÃO), era comum pararmos para ouvir um álbum inteiro junto com nossos amigos e isso era uma das coisas mais legais, criar teorias sobre como tal música foi produzida, pensada e quem nunca imaginou em como seria um clipe de Faroeste Caboclo? 

Tinham bandas que faziam um som mais “rápido”, Raimundos por exemplo que tinham músicas que chegavam quase em três minutos, sim galerinha, músicas com menos de 3 minutos e meio, é pouco para nós, sendo assim, a gente escutava o disco ou cd até quando o material físico aguentasse, sim, nós comprávamos os discos e cd´s, às vezes ficavam em um lugar que cultuávamos como um santuário, outras, ficavam jogados perto dos jogos de vídeo game.

Mas hoje em dia é tudo diferente (leia-se com tristeza), gravadoras forçam seus artistas, para que entreguem um hit, uma música que se torne viral para que seja compartilhada por seus usuários, que seja um som atraente em 15 segundos fazendo seus usuários ficarem pelo menos 1 minuto e meio ouvindo a música, tudo isso, para que seja gerado engajamento, se tornando rentável pelas plataformas e assim lucrar com um novo hit. Seria o hit para um verão, uma época, um comercial ou algo do tipo? Fato, diga você mesmo, em 10 anos, qual foi a música com M maiúsculo que você se lembra, uma música digna de entrar no cd da “coletânea com as melhores músicas do mundo”, que era vendida em canais de venda na tv, uma música que seja responsável por uma geração ou que represente de forma positiva os adolescentes e jovens, que são os principais responsáveis pelo nosso futuro. 

Nossa turma, a turma dos anos 80 e 90, parece que já estão cansados em falar e ninguém ouvir, escutar eles escutam, mas ouvir é diferente. Ouvir é um ato de você prestar atenção, de se fazer entender sobre o que está sendo dito, em procurar saber o que está acontecendo, buscando um pouco mais em nossos arquivos, essa geração parece música do Roberto, “Todos Estão Surdos”, essa geração se tornou usuário, de plataformas musicais, de redes de streamings, como o próprio nome reflete, o usuário usa, descarta e busca um novo produto e como fazer para que eles nos ouçam? 

Essa é uma pergunta que chega próximo de questões dignas de Nobel, como; “O que aconteceu antes do Big-Bang?

O principal desafio que o profissional de comunicação precisa resolver, especificamente o jornalista, pois ele é o único e principal responsável em utilizar a comunicação com o intuito de despertar o pensamento, seja do leitor ou do ouvinte hoje através de podcast´s, utilizando a internet como meio primordial para que a ideia seja divulgada para essa Geração X. Segundo uma pesquisa realizada pela Roberts Radio, tradicional fabricante de rádio no Reino Unido, os jovens nascidos entre 1997 e 2010 não souberam dizer quem foram os Beatles, mas isso é assunto para uma outra conversa.

Resumindo, está na hora de acordar né, Little Peter!

Nuno Lima

 Estudante de jornalismo, maluco por música, livro e arte. Tendo como missão, divulgar a boa música e novas bandas que estão surgindo. Atuando também no apoio de producão artística e roteirização em gravações de shows e dvd's.