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‘Não somos efeminados, somos sensuais’, diz vocal do Massacration

Por Bruno Veloso | Em 28/10/2009 - 10:16

Fonte: Do G1, em São Paulo


Detonator fala sobre os novos rumos dos reis do heavy metal.Banda lança novo disco ‘Good blood headbanguers’ no Brasil

  Foto: Divulgação

“Bandas comédia como esse Spinal Tap tiram o lugar de grupos sérios como o Massacration”. Detonator, vocalista de uma das maiores bandas de heavy metal de todos os tempos, o Massacration, não mede palavras na hora de criticar grupos como o Spinal Tap, grupo de mentira criado para um documentário fictício inglês nos anos 80.

Lançando seu novo álbum, “Good blood headbanguers”, o castrati (ele teve os testículos removidos quando criança para poder chegar a agudos sobre-humanos) e líder da banda aproveita a entrevista ao G1 para falar mal das outros grupos de heavy metal (“É um meio muito nojento”), e comentar sobre traição feminina (“não gosto de tocar no assunto”), sua terra natal ("Metal Land acabou de ser reconhecida pela ONU") e sobre o novo visual do Massacration (“Não somos efeminados, somos sensuais”).

Confira abaixo a controversa entrevista de Detonator.

G1 - O que aconteceu com o visual do Massacration? Vocês não acham que vão assustar alguns fãs parecendo efeminados?

Detonator – Não somos efeminados, nós somos sensuais. E outra, usamos roupas de animais porque há dois anos nós estávamos na África, fazendo uma turnê, nosso avião caiu e a gente ficou à deriva no continente africano, sem comida, sem bebida. Nós fomos adotados por animais. Eu fui adotado por uma zebra e por uma tigra (sic). É tigra ou tigresa? Não sei. Então eu fui desmamado por eles e, em homenagem a eles, depois eu os matei e fiz a minha roupa com as roupas do papai tigre e do meu papai, mamãe zebra (sic). E o Metal Avenger, Blonde Hammet, todos foram criados por animais na selva, por isso essas roupas são de animais.

G1 – Mas o que você diria para as pessoas que estão chamando vocês de posers do metal?

Detonator – (Nervoso) Eu só digo uma coisa. Esses caras que chamam a gente de poser, quando encontrar com um tigre na frente, se vai chamar ele de poser. O tigre vai dar uma patada nele e vai arrebentar no meio. Aí eu quero ver quem é poser, tá bom?

G1 – Vocês sempre tiveram o lema “death to all those who play false metal” (“Morte a todos que tocam o falso metal”), mas agora você tem uma nova frase no encarte do disco, “fuck offy” (sic). O que significa isso para vocês?

Detonator – “Fuck offy” é um extravasamento de pensamentos. É como se fosse uma anarquia. Porque quem gosta do Massacration, é porque gosta, e quem não gosta, “fuck offy”. Tudo que contraria a gente, “fuck offy”. É tipo uma libertação. 

 

G1 – Você , como um bilionário do metal, já quis aproveitar o seu dinheiro e os avanços da tecnologia para resolver os seus problemas enquanto castrati?

Detonator – Na verdade eu tenho uma prótese muito eficiente de titânio que ela resolve todos os meus problemas, então não tenho muito do que reclamar, é o metal mais duro que tem. Nenhuma mulher reclamou até hoje. Prefiro usar esse dinheiro, como a gente fez com esse disco, em que dedicamos 0,0000 (pode botar uns 15 zeros aí) 1% da venda do disco para uma entidade social chamada “Todos somos criaturas”, em homenagem às pessoas, porque as pessoas também são seres humanos. 

G1 – No último disco vocês têm uma balada digna de coletâneas como “Love metal”, chamada “The bull”, sobre um homem traído. Isso aconteceu com você, foi com um amigo seu?

Detonator – (Triste) Isso é uma coisa sobre a qual eu não queria falar muito, porque é muito difícil para um homem como eu passar por uma situação dessas. Mas, como sou praticamente um deus, devo passar para os meus súditos coisas que devem ser passadas pelas pessoas e que talvez aconteçam, e isso aconteceu comigo. E se aconteceu comigo, com certeza vai acontecer com qualquer um, se já não aconteceu.

G1 – E como foi trabalhar com um produtor experiente como o Roy Z nesse novo disco?

Detonator – A gente estava gravando o nosso disco na pirâmide de Queóps e ele bateu na nossa porta, falando que é um produtor de heavy metal, que já tinha feito trabalhos com outras bandas, o Judas, o Bruce, bandas menores. E implorou com uma mala de dinheiro, falando “se eu pagar essa quantia, vocês deixam eu produzir o disco?”. Então a gente acabou deixando ele fazer o disco com a gente como uma oportunidade de ele engrandecer o seu currículo.

G1 – Vocês escreveram o hino da Metal Land...

Detonator – Na verdade o hino da Metal Land é um hino composto há muitos anos, há muitos anos mesmo (silêncio)... Por nós mesmos, é verdade.

 

 

G1 – E por que gravar só agora?

Detonator – Porque Metal Land é um país recentemente novo – apesar de velho, ele é novo. A ONU só concedeu o nome de Metal Land e a postura de Metal Land como país no ano passado, e é por isso que a gente divulgou o hino neste ano.

G1 – E onde fica, geograficamente, a Metal Land?

Detonator – A Metal Land é fácil de encontrar. Sabe onde fica a Groenlândia? Fica entre a Groenlândia, o Japão e a Austrália ali, sabe? Perto da Antártida.

 

  Foto: Divulgação

G1 –Vocês cantam com Falcão em “The mummy”. Como foi chamar e trabalhar com um artista que não é do metal?

Detonator – O Falcão na verdade é um gênio, ele é um mestre. Porque, eu vou te falar a verdade, o heavy metal é um meio nojento, o heavy metal é um meio podre, onde um quer ver a caveira do outro. A gente abomina os artistas de heavy metal. Os artistas de heavy metal fedem. Infelizmente nós temos que levantar a bandeira do heavy metal, mas muita gente acaba não levando como se deveria levar o respeito que se tem o Massacration. Muitas dessas bandas invejam o Massacration e copiam o Massacration. Por isso a gente procura mestres fora do heavy metal, e o Falcão é um deles. Ele foi o primeiro cara que acabou com os preconceitos no Brasil, com os preconceitos linguísticos, se podemos dizer assim. Ele foi o primeiro cara a sacanear os EUA com as suas letras. Por isso gostamos dele, da atitude dele e por isso ele participa do disco. 

 

 G1 – Você diz que não gosta dos artistas do heavy metal, mas o Massacration fez uma turnê com o Sepultura e participa de festivais de metal. Você acha que isso é se vender?

Detonator – Na verdade a gente dá oportunidade para certas pessoas, certas bandas que merecem. O Sepultura é uma banda que está começando agora, e então a gente resolveu dar um espaço para essa banda. É uma banda que está despontando no Brasil, e a gente gosta muito do Brasil. É um país muito interessante e a gente gosta muito das bandas daqui, principalmente o Sepultura. O Deep Purple também abriu um show do Massacration no Rio alguns anos atrás. Com eles já é o contrário, como são velhinhos, foi quase um caso de caridade.

G1 – Muitos críticos comparam vocês a uma banda inglesa chamada Spinal Tap, que fez muito sucesso e acabou de voltar. Você acha que eles voltaram seguindo o sucesso de vocês? O que você acha dessas comparações?

Detonator – Na verdade isso é um absurdo, porque na verdade o Massacration é uma banda que leva o heavy metal muito a sério, e esse Spinal Tap, pelo que eu sei é uma banda comédia. Banda comédia, banda que faz palhaçada dizendo que faz heavy metal, e eu acho isso um absurdo. É bom você colocar aí, que bandas como essa, que fazem palhaçada, acabam tirando o espaço de bandas sérias, como o Massacration. Bandas sérias, que fazem um trabalho sério de heavy metal, podiam estar no lugar desses palhaços. Então isso é uma grande palhaçada e nós somos totalmente contra esse tipo de palhaçada no heavy metal. 

 G1 – Alguns fãs e críticos esperavam mudanças no som do Massacration, mas o novo disco é bastante aguerrido às raízes do metal. Vocês pensaram em mudar de estilo?


Detonator – O heavy metal é a nossa vida. O heavy metal é nosso pai, o heavy metal é a nossa mãe, o heavy metal é nosso avó e todos os parentes nossos são o heavy metal. Então o heavy metal não é nada mais que a síntese do Massacration. E o que seria do heavy metal se não fosse o Massacration? Nós temos que fazer com que o mundo se torne um lugar melhor, e isso através do heavy metal. Heavy metal é ser o que você quiser. Heavy metal não tem preconceitos, e é isso que a gente quer passar no novo disco do Massacration.

G1 – E o que você acha de estilos mais pesados, como o death e o black metal?

Detonator – O heavy metal é puro, ele não pode ser sujo. O heavy metal deve ser cantado, o heavy metal não deve ser gritado com voz de urso. Para mim o heavy metal tem que ser puro e genuíno como é o Massacration. Heavy metal diferente do Massacration não é heavy metal.

 

* "Detonator" é personagem do humorista Bruno Sutter, da trupe Hermes & Renato, e a entrevista tem caráter anedótico. O Massacration é uma banda fictícia criada pelos comediantes do Hermes & Renato, e já lançou dois álbuns.



Bruno Veloso

Membro Idealizador do Projeto, Produtor de Eventos e Produtor Cultural, atuando profissionalmente na área de eventos desde 1993, na produção técnica/artística com serviços prestados em praticamente todos os veículos de comunicação: teatro, televisão, eventos sociais e coorporativos, desfiles, portal web etc. Na Produção Cultural com atividades em organizações do terceiro setor atuou como Diretor de Eventos do I.A.C.E ( Instituto de Ação Cultural e Ecológica) desde o ano 2000 até 2010 com eco-eventos em parceria com o Grupo Pão de Açúcar, Uni Lever dentre outros e Produtor Cultural do Casa Brasil de Pirituba no ano de 2008, alem de toda a programação cultural do Alquimia Rock Bar em 2003 e 2004.




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