Jeff Young: Mustaine perdeu a chance de superar o Metallica
Fonte:whiplash
Robert Gray, do Ultimate-Guitar.com recentemente conduziu uma entrevista com o ex-MEGADETH e atual guitarrista do HYDROGYN, Jeff Young. Alguns trechos da conversa seguem abaixo.
Dave [Mustaine, líder do MEGADETH] alega que você abriu a maleta dele uma vez e encontrou uma carta de amor da Doro Pesch. Você, então, não ficou feliz e largou o MEGADETH.
Jeff: "Não. Não foi assim que aconteceu. Foi mais para a Doro Pesch ter dado a carta de amor para ele e ele ter corrido pra dentro. Eu meio que tinha uma queda por Doro, não posso mentir: ela era bonita, ela era sexy. Nós estávamos flertando, mas, aparentemente Doro tinha mau gosto e estava a fim do Mustaine. Ele sabia que eu estava a fim da Doro, mas, correu para o camarim com a carta e mostrou pra todo mundo bem na minha frente, lendo-a em voz alta. Eu não precisei olhar na maleta dele. Ele só acrescentou esse detalhe para me fazer passar por mau ou desonesto. Ele apenas foi lá e estava orgulhoso daquilo. Foi chato; se você está a fim de uma garota e ela gosta de outro cara... eu não estava de coração partido e de nenhuma maneira foi como se eu já tivesse ficado com ela. Éramos apenas amigos".
E você não pediu demissão verbalmente por causa dessa carta?
Jeff: "Não. Nós saímos. Eu sai com ele e com Doro naquela noite e depois ele foram para algum outro lugar. Só Deus sabe o que aconteceu depois disso. Nós todos saímos juntos por algumas noites. Saímos muitas noites juntos naquela turnê; ela voltava para o quarto de hotel e saíamos. Se você está a fim de uma garota e ela a fim de outro cara, você só pensa 'OK'. Era onde eu estava, mas a história sempre fica melhor no papel, e o Dave gosta de aparecer bem, fazer um drama, de agitar uma história".
Você disse que você, Dave Effefson [baixista do MEGADETH] e Chuck [Behler, baterista do Megadeth naquela época] tinham feito um acordo com o técnico de som da turnê para deixar as contribuições de Dave em volume baixo e que ele tinha que ser carregado para fora do palco todas as noites.
Jeff: "Eu gostaria que você colocasse as contribuições dele entre aspas. Bem, é como quando alguém estraga tudo; ele cantava desafinado e tocava de qualquer jeito. Nós queríamos soar bem, certo? Nós apenas pedimos ao Louie, técnico de som, 'Cara, quando ele estiver soando fraco...' e muitas bandas fazem isso. Se o vocalista estiver em uma noite ruim, talvez não queiram que a voz dele esteja tão alta. Não foi como se tivessemos pago a ele por isso. Não foi uma conspiração, mas ele sabia. Você pode ouvir as gravações ao vivo. Você pode ouvir por si mesmo".
E você diz que Dave estava tão inútil na turnê que precisava ser carregado para fora do palco todas as noites?
Jeff: "Todas as noites e a pior delas foi... e esse, para mim, foi um dos momentos mais embaraçantes na banda. Vou contar a história porque envolve o Metallica. Essa noite foi na turnê do DIO, na turnê 'Dream Evil' em Oakland, California, que é bem nas redondezas de São Francisco, de onde o Metallica é. MEGADETH e DIO estavam tocando no Coliseum e James Hetfield e Lars Ulrich foram ao show. Eles estavam parados ao lado do nosso palco durante nossa apresentação e ninguém precisa dizer novamente o que tinha rolado antes entre Dave e o Metallica. O MEGADETH estava indo muito bem àquela altura, estávamos na posição 28 da Bilboard e éramos uma das primeiras bandas de speed metal a ultrapassar a barreira das Top 30. Estávamos prontos para agarrar aquela chance e Dave, naquele momento do show, pronto para esfregar tudo no nariz deles. Ele teve a chance de fazer o show da vida dele. Lembra daquela parte do 'Some Kind of Monster' quando Lars vai ver a nova banda de Jason e ficou com uma cara de 'Jason é a nova sensação. O Metallica vai se reerguer... Jason é o cara?" Dave teve a chance de fazer esses caras sentirem a mesma coisa naquela noite, mas ele não pôde – por quarenta e cinco minutos – ficar sóbrio e tocar naquele show. Ele terminou tão detonado justamente pelo mesmo motivo que o levou a ser despedido do Metallica – ficar bêbado. Ele estava tão detonado naquela noite e quando voê abre para uma banda você sabe que tem apenas quarenta e cinco minutos. Você vai lá, pega suas melhoras músicas, toca e vai pra casa feliz da vida. Você não sobe no palco e toca um troço, bêbado, por oito a dez minutos. Eu nem conseguia compreender o que ele falava. Aquela foi a primeira vez que pensei 'Que vergonha de estar aqui. Eu não trabalhei toda minha vida e pratiquei quatorze horas por dia pra isto... mas aqui estou eu. Como isso é possível? Estou tocando para treze mil pessoas por noite e com vergonha? Como?' Finalmente ele parou e fizemos o show. Todos nós tinhamos que passar ao lado de James e Lars, e passamos por eles de cabeça baixa porque o nosso vocalista estragou tudo por nós. Então esse era Dave ao vivo com o MEGADETH. Aquele era o momento dele, ele poderia ir lá e mostrar a eles. Ele poderiam ter simplesmente encerrado todo aquele drama com o Metallica e ter dito 'Bola pra frente!'. Ele teve a chance naquela noite".
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Membro Idealizador do Projeto, Produtor de Eventos e Produtor Cultural, atuando profissionalmente na área de eventos desde 1993, na produção técnica/artística com serviços prestados em praticamente todos os veículos de comunicação: teatro, televisão, eventos sociais e coorporativos, desfiles, portal web etc. Na Produção Cultural com atividades em organizações do terceiro setor atuou como Diretor de Eventos do I.A.C.E ( Instituto de Ação Cultural e Ecológica) desde o ano 2000 até 2010 com eco-eventos em parceria com o Grupo Pão de Açúcar, Uni Lever dentre outros e Produtor Cultural do Casa Brasil de Pirituba no ano de 2008, alem de toda a programação cultural do Alquimia Rock Bar em 2003 e 2004.