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Documentário relembra perseguição política a John Lennon

Por Bruno Veloso | Em 02/04/2010 - 15:30

Fonte:uol musica


SÃO PAULO (Reuters) - Realizado em 2006, "Os EUA X John Lennon", documentário de David Leaf e John Scheinfeld, demorou quatro anos para entrar em cartaz no Brasil. Acabou chegando numa boa hora, quando se completam 30 anos do assassinato do ex-Beatle, em Nova York. O filme estreia em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Num tempo em que a celebridade mais fácil decorre de uma superexposição da intimidade, é uma boa oportunidade rever o perfil de um astro de rock que se tornou famoso não só pela qualidade de suas canções e declarações bombásticas -- como "somos mais famosos do que Jesus Cristo", que ele passou metade da vida explicando -- mas especialmente por um engajamento político intenso.

Este engajamento é justamente o centro do documentário, que foca a perseguição movida pelo então presidente dos EUA, Richard Nixon, e o chefe do FBI, Edgar Hoover, que mandaram espionar Lennon e fizeram de tudo para deportá-lo do país, em meados dos anos 1970.

Como não poderia deixar de ser, o documentário faz um uso intensivo de material de arquivo -- e há uma enorme fartura de imagens de Lennon, entrevistado hábil e bom de mídia, além de combatente em prol das causas que ele entendia como progressistas. O que lhe valeu o ódio de Nixon e Hoover foi justamente sua luta contra a guerra do Vietnã.

Por onde ia, Lennon atraía atenção. Suas músicas, como Give Peace a Chance, viravam hinos na boca de milhares de ativistas em passeatas de protestos pacifistas por todo mundo -- inclusive na porta da Casa Branca.

Fora isso, o músico inglês havia decidido morar em Nova York com sua mulher, a japonesa Yoko Ono, ao lado de quem assumiu mais esta persona pública. O governo norte- americano achou que a saída mais simples era expulsar os indesejáveis do país.

Além do mais, não gostaram nada quando um concerto organizado por Lennon conseguiu tirar da cadeia um ativista, John Sinclair, condenado a dez anos de prisão por ter passado dois cigarros de maconha. Esse poder de comoção, mais a amizade com ativistas radicais, como Abbie Hoffman, Jerry Rubin e os Panteras Negras, fizeram o resto, ativando o espírito anti-Lennon da administração Nixon.

O filme reconstitui não só a defesa de Lennon num processo de deportação -- que recorreu a um advogado experiente, Leon Wildes, que, curiosamente, pegou uma causa que achava perdida -- como a sua época.

Amigos como os Panteras Negras Ângela Davis e Bobby Seale, além do escritor Gore Vidal e do apresentador de TV Walter Cronkite, entre outros, são entrevistados, fazendo um balanço daqueles tempos de alta temperatura política.

Embora visivelmente caminhe ao lado de Lennon, o filme não o endeusa, nem santifica. Faz uma ótima crônica de uma época com muitas diferenças, mas também muitas semelhanças com a atual, e oferece material sólido para reflexão.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb



Bruno Veloso

Membro Idealizador do Projeto, Produtor de Eventos e Produtor Cultural, atuando profissionalmente na área de eventos desde 1993, na produção técnica/artística com serviços prestados em praticamente todos os veículos de comunicação: teatro, televisão, eventos sociais e coorporativos, desfiles, portal web etc. Na Produção Cultural com atividades em organizações do terceiro setor atuou como Diretor de Eventos do I.A.C.E ( Instituto de Ação Cultural e Ecológica) desde o ano 2000 até 2010 com eco-eventos em parceria com o Grupo Pão de Açúcar, Uni Lever dentre outros e Produtor Cultural do Casa Brasil de Pirituba no ano de 2008, alem de toda a programação cultural do Alquimia Rock Bar em 2003 e 2004.




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