JOHNNY ROTTEN: “TODOS OS GOVERNOS SÃO CULPADOS, MAS TODOS OS POVOS SÃO INOCENTES”.
Fonte:Imprensa Rock
John Lydon, eterno vocalista do Sex Pistols, deu um pontapé incial fantástico. A “O2 Arena”, em Oxford, ainda estava reverberando em conseqüência de uma apresentação intensa da atual encarnação de sua outra banda, Public Image Ltd, quando a “Mojo” foi convocada ao seu camarim para uma entrevista. Batemos na porta, abrimos alguns centímetros e, por um nanosegundo, lá está o outrora anticristo como veio ao mundo. Eca! A porta se bate raivosamente, e uma fúria incontida escapa.
Em poucos minutos, a “Mojo” é convocada novamente. Ainda bem, Lydon tem outros alvos para sua raiva – aquelas pessoas que questionaram sua decisão de permanecer como atração num festival em Tel Aviv, enquanto outros artistas do ocidente o boicotaram em razão de Israel manter sua ocupação de Gaza…
MOJO: Desculpa por mais cedo, meu velho!
Lydon: Está tudo bem, mas você me pegou sem calças. Deus o abençoe. Quando meu amigo está pra fora e meu traseiro está molhado, não posso dar entrevista, desculpe.
MOJO: A banda está detonando!
Lydon: Estamos tão afiados quanto é possível, e podemos levar as canções aonde quisermos. Estes são os caras que não conseguem uma parte justa do bolo na indústria musical. Eu também. Nós todos nos sentimos um pouco desprestigiados, e não deveríamos. Todo mundo nos copia e não há nenhuma porra de apreciação. Lu (Edmonds, guitarrista) foi muito além do que aquele babaca bêbado quando era do The Damned! Ele é fantástico. Você não precisa ficar com o mesmo modelo por toda a sua vida. Se você não evolui – no dia a dia – então você é um desperdício de espaço e tempo. Uma porrada de bandas Punk ainda estão tentando soar tão ruim quanto era originalmente. Isto não é muito inteligente, não é?
Mojo: Músicas chave, como “Death Disco”, são obviamente muito pessoais, sobre a morte de sua mãe, mas você está tocando canções mais políticas nesta turnê, como “USLS1”, sobre “Lockerbie” (Nota do tradutor: ataque terrorista ao vôo 103 da Pan Am em 21 de dezembro de 1988 que matou 270 pessoas). Você se sente mais engajado com o mundo agora?
Lydon: Eu tinha esta situação bizarra em minha volta, com estes grupos estudantis, ou estudantes hippies, ou seja lá o que forem, dizendo que se eu tocar em Israel, estarei apoiando o apartheid, o que é um ponto de vista completamente sem sentido. Eu fui acusado de muitas coisas em minha vida, mas esta supera. Algumas de nossas canções, como “Four Enclosed Walls” (uma canção na visão de um mulçumano extremista) – você não pode dizer que o governo de Israel está patrocinando ela.
Enfim, não é o governo israelense nos patrocinando, é um promotor de eventos. Nós vamos a Israel tocar para o povo. Eu adoraria ir para a Palestina e tocar para o povo. Estou esperando por esse convite há muito tempo. Eu toquei em países onde há uma grande mistura de religiões, mas nunca um país estritamente islâmico. E países islâmicos têm problemas políticos: eles parecem não gostar de forasteiros. Eu não me vejo como um forasteiro.
Eu ofereci os Sex Pistols para tocar no Iraque, quando aquela invasão começou, e eu acho que foi uma decisão corajosa pra caralho, porque teríamos que passar pelo governo norte americano, que nos disse abertamente, “não, a não ser que seja para tocar para as tropas”. Minha resposta foi de que tocaria para as tropas em qualquer outro momento, em seus próprios países, mas não no Iraque. Eu queria tocar para o povo do Iraque, e mostrar a eles que o ocidente tem muitas coisas ruins – na época, era George Bush – mas que também tem muitas coisas boas. E esta não é a mensagem que os governos querem espalhar.
Você não pode separar a música do povo. Você não pode usá-la como seu “joystick” político. Se o Public Image Ltd for reduzido à covardia de Elvis Costello, que descorda de que todos os povos são inocentes – todos os povos; todos os governos são culpados, mas todos os povos são inocentes – então não teremos mais mundo.
Mojo: Então você não concorda com a lógica das sanções?
Lydon: Me diga se as sanções alguma vez serviram para alguma coisa. Não está indo muito bem no Iran, está?
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Membro Idealizador do Projeto, Produtor de Eventos e Produtor Cultural, atuando profissionalmente na área de eventos desde 1993, na produção técnica/artística com serviços prestados em praticamente todos os veículos de comunicação: teatro, televisão, eventos sociais e coorporativos, desfiles, portal web etc. Na Produção Cultural com atividades em organizações do terceiro setor atuou como Diretor de Eventos do I.A.C.E ( Instituto de Ação Cultural e Ecológica) desde o ano 2000 até 2010 com eco-eventos em parceria com o Grupo Pão de Açúcar, Uni Lever dentre outros e Produtor Cultural do Casa Brasil de Pirituba no ano de 2008, alem de toda a programação cultural do Alquimia Rock Bar em 2003 e 2004.