Notícias

“EU ODEIO MEU JEITO DE CANTAR”, diz Eric Clapton

Por Bruno Veloso | Em 31/08/2010 - 15:20

Fonte:imprensarocker


O repórter Johnny  Walker, da “Mojo Magazine”, conduziu uma ótima entrevista com o lendário guitarrista Eric Clapton. Dentre outros assuntos, ele falou sobre o novo álbum e o som de New Orleans.

 

 

Confira com exclusividade no Imprensa Rocker a entrevista na íntegra, já traduzida para o português!

 

 

O 19º álbum de estúdio de Eric Clapton será lançado em 27 de setembro. Intitulado de “Clapton”, e com colaboradores que incluem J.J. Cale, Wynton Marsalis e Allen Toussaint, Clapton desencava Blues antigos, um pouco de Jazz e alguns standards, como “Rocking Chair” de Hoagy Carmichael, e “How Deep is The Ocean?” de Irving Berlin, além de “Run Back to Your Side”, a primeira composição própria de Clapton desde 2005. Entretanto, como ele revela nesta entrevista, inicialmente este seria um trabalho intimista, mas que cresceu e se tornou uma coisa diferente. “Se é uma surpresa para os fãs, é porque é uma surpresa para mim também, diz Clapton”. 

 

 

Você acha que os fãs de Eric Clapton ficarão surpresos pela escolhas das canções no novo álbum?
Claro que sim (risos). Espero que não desagradavelmente, mas veremos.

 

 

De alguma forma, foi um feliz acidente, não?
Sim, ele não é o que deveria ter sido. E provavelmente é melhor do que seria, porque de alguma forma eu deixei acontecer. Então é uma eclética seleção de canções que não estavam no mapa. Você sabe, eu tinha outras idéias. E é por isso que eu gosto tanto dele, porque se é uma surpresa para os fãs, é porque é uma surpresa para mim também.

Há uma canção que você faz com J.J. Cale: “That’s No Way to Get Along”.
Sim. Aquela canção é pré-histórica. É de um cara chamado Robert Willians, dos anos 20 e 30. Acho que ele era do Delta do Mississipi, mas a canção tem um feeling Country, sabe? Quando comecei a cantá-la, J.J. começou a repetir o que eu estava cantando e eu pensei: “O que ele está fazendo?”, porque achei que ele fosse cantar comigo, está entendendo? Mas aquilo foi J.J. colocando aquele coisa de New Orleans na música e ficou perfeito. E a interpretação de Walt Richmond, pianista, do feeling de New Orleans é perfeita. Na verdade, fiquei impressionado de termos obtido um bom resultado nesta canção, porque ela muito difícil de interpretar.

Quando você pega standards, de gente como Irving Berlin, Hoagy Carmichael – este tipo de standards clássicos – o que você pensa?
Bom, primeiro eu pego uma guitarra e descubro como posso tocar aqueles acordes, já que são acordes de piano na maioria das vezes. Como eles soam na guitarra? Como posso aplicar o que eu faço a eles? Eu as toco com uma sensibilidade do Blues, suponho. Eu meio que imagino como Big Bill Broonzy tocaria, como ele fez com “The Glory of Love”, canção de Billy Hill dos anos 30. Ele a tornou um Blues. Então quando comecei com “How Deep is The Ocean”, primeiro aprendi ela na guitarra. Sentado, tocando-a, apenas me divertindo, e desse jeito ela saiu como um blues.

 

 

E o que você acha do seu jeito de cantar?
Eu odeio como eu canto. Sempre parece soar como se eu fosse um garoto de 16 anos, vindo de Surbiton. Eu faço o meu melhor para sentir a música. Quando vejo Ray Charles cantar, eu penso “é isso! É assim que se faz”! Ele lembrava de milhares de canções e cantava cada uma como se fosse a música mais importante que ele sabia. Não é como ler a letra ou fazer como outra pessoa. Ele cantava do fundo do coração, todas as vezes, em todas as músicas. E esta é a minha inspiração. Esta é minha influência. Mas eu sou tão cheio de dúvidas com relação ao meu canto, que fica muito difícil eu ter a liberdade que estes tipos de cantores têm.

 

 

Mas você soa como se tivesse, em muitas destas canções. “How Deep is The Ocean” é tão relaxante.
Yeah, quase parece que não estou tentando cantar. Eu consigo cantar bem serenamente e fica legal. Eu aprendi isto com J.J.. Você pode ter Ray Charles num extremo, que podia fazer todo tipo de coisa com sua voz, subir e descer oitavas; e você tem J.J. no outro extremo, que cria exatamente a mesma capacidade emocional, só que de uma forma bem minimalista. E ele é tão bom de se escutar quanto. Então há jeitos diferentes de fazer a coisa.

 

 

Você esperou muito tempo para fazer algumas destas músicas.
É assim que é. Quando chega a hora de fazer um álbum, é geralmente dois anos após o último. Posso ter algo pressionando para ser dito ou não. Se não tenho, crio alguns subterfúgios. Mas então algo acontece por debaixo. Acho que, de minha experiência, frequentemente estes são os álbuns mais significativos para mim. 

 

 

O engraçado é que o “Unplugged” foi um pouco desta forma, porque íamos apenas criar uma noite de música. Foi muito relaxado e sem pressão. Quero dizer, eu pensei “bem esse álbum vai sair de qualquer jeito, então poderíamos apenas nos divertir”. Tínhamos tempo, e como poderíamos preencher aquele tempo? Quero dizer, que melhor forma de abordá-lo do que esta? Não houve nenhum cálculo nele. Foi apenas o que veio a superfície.

Você acredita em destino?
Sim, sim.

 

veja materia completa no imprensarocker



Bruno Veloso

Membro Idealizador do Projeto, Produtor de Eventos e Produtor Cultural, atuando profissionalmente na área de eventos desde 1993, na produção técnica/artística com serviços prestados em praticamente todos os veículos de comunicação: teatro, televisão, eventos sociais e coorporativos, desfiles, portal web etc. Na Produção Cultural com atividades em organizações do terceiro setor atuou como Diretor de Eventos do I.A.C.E ( Instituto de Ação Cultural e Ecológica) desde o ano 2000 até 2010 com eco-eventos em parceria com o Grupo Pão de Açúcar, Uni Lever dentre outros e Produtor Cultural do Casa Brasil de Pirituba no ano de 2008, alem de toda a programação cultural do Alquimia Rock Bar em 2003 e 2004.




blog comments powered by Disqus