Billy Sheehan fala sobre seu último trabalho solo e sua carreira
O virtuoso baixista Billy Sheehan é um dos músicos mais competentes do cenário Hard Rock. Foi integrante das maiores formações que o Hard Rock já viu, como a primeira formação da banda solo de David Lee Roth, ao lado do também virtuoso Steve Vai, e da famosa banda Mr. Big. Nessa conversa, Sheehan nos fala de seu trabalho solo, das bandas que já fez parte e da volta do Mr. Big.
“Nunca pensei em qualquer vocalista. Tive esse pensamento até o fim quando decidi chamar Dug [Pinnick do King’s X] para gravar Turning Point. Somente achei que ele seria perfeito para isso... Este é um álbum solo, então foi desenhado para ser solo” responde o baixista sobre a participação de Pinnick no álbum. Ele também fala dos músicos que já trabalhou em seus álbuns solos. “Meu primeiro álbum solo [Compression de 2002], chamei Terry Bozzio e Steve Vai, mas fiz quase tudo ali. No segundo trabalho solo, Ray Luzier tocou bateria e também fiz quase tudo nesse disco. Tive várias participações de outros músicos, foi bastante divertido e eles tocaram realmente bem as músicas.” Mas Sheehan destaca o baterista Luzier dos que participaram de seus trabalhos solos. “Todo mundo que grava com ele absolutamente acaba amando seu trabalho. Ele é grande em estúdio. Ele é realmente criativo...”
Um de seus trabalhos que mais se destacou em carreira foi a banda instrumental Niacin, uma mistura de Jazz com o Rock. “Isso foi criado por causa da revista Guitar World... A revista entrou em contato comigo e disseram que queriam eu numa faixa do CD de compilações da Guitar World. Então disse ‘que seria uma grande idéia, mas faria uma faixa sem guitarras’. Então chamei um amigo que toca em um Hammond B3 e o baterista Pat Torpey. Mais tarde, tivemos a oportunidade de trabalhar em mais tempo na banda e escolher outro baterista para o Niacin e nós, é claro, escolhemos Dennis Chambers, que é um dos meus favoritos músicos em qualquer instrumento”, deixa claro sua admiração pelo talentoso baterista.
Recentemente, o anúncio de uma reunião do Mr. Big deixou todos surpresos. “Isso começou quando Paul [Gilbert] tocou na música Dynamic Exhilarator do Henry Cow [último trabalho solo de Sheehan]. Foi a primeira vez que trabalhamos juntos em um estúdio após a separação do Mr. Big. Já fizemos milhões de jams, pois ambos moramos em Los Angeles. Mas nunca tivemos a oportunidade de trabalharmos juntos novamnete. Então ele fez o solo em Dynamic Exhilarator. Foi divertido. Ele fez um grande, grande solo. Após isso, fizemos uma jam mais organizada aqui em Los Angeles, quando nós tocamos com a banda. Ritchie Kotzen e o Pat Torpey estavam aqui e tocamos vários sons do Mr. Big. As lembranças veio em nossas mentes e a única coisa que faltava era a voz do Eric Martin”. Após essa jam, a banda decidiu trabalhar na volta ao trabalho. “E foi que todos tiveram a mesma idéia e dissemos ‘sim, vamos colocar a banda de volta na estrada. Vamos colocar a banda em um ônibus em algum lugar por seis meses antes de nos separarmos novamente’. Então isso veio de nós, de nosso desejo de tocarmos juntos novamente, e como amamos essa banda”.
Mas o passado do Mr. Big é cheio de brigas e desentendimentos, mas isso foi relevado pelos integrantes. “Não notei nada [de animosidade entre os integrantes]. Muito das brigas do passado, as dificuldades são como quando você encontra um velho amigo que teve problemas em sua juventude, mas por muitas razões, vocês brigaram e nunca se falaram novamente. Bem, quando vocês se vêem depois de tanto tempo, é como se nada tivesse acontecido. Foi mais ou menos isso que aconteceu”.
Sheehan fala também sobre os guitarristas que o Mr. Big teve. “Todos nós amamos Ritchie e a sua contribuição que fez na banda. Nós tocamos juntos noites atrás. Estava eu, Paul Gilbert, Ritchie, Torpey e outras pessoas no House of Blues. Amamos Ritchie. Ele é fantástico, mas par Amim, qualquer membro original de uma banda é substituído, não é mais a mesma banda. Rithcie é mais que um competente guitarrista. Ele é espetacular dentro de seu estilo único, mas ao memso tempo, ele não é a mesma coisa. Então temos de volta a formação original com Paul, Eric Martin, eu e Pat Torpey... é uma grande banda. Essa é a banda que tivemos nosso sucesso. Para mim, essa é a real formação do Mr. Big.”
Sobre a turnê de reunião, Sheehan fala o porquê de começarem no Japão. “Japão nos contatou e desejaram uma turnê, então nós dissemos ‘ok!’ Bandas normalmente não escolhem onde tocar, elas somente tocam onde o público querem elas, então nós vamos onde aparece pequenas ofertas para diferentes coisas, mas um critério que tivemos no começo de nossa reunião é que não faremos isso de uma forma enjoativa, pessoas atualmente gastam seu dinheiro ganho em seus trabalhos e não querem ver uma situação estranha, de alta pressão onde tocaríamos em lugares sujos e ruins”.
“Nós progredimos em linhas que cada um traçou”, Sheehan começa a falar sobre sua banda Talas. “Chegamos a um ponto onde olhamos para alguns trabalhos, fizemos promessas, e essas promessas foram quebradas. Fizemos mais promessas e mais promessas foram quebradas. Mas mesmo assim nos expandimos bem. Estávamos fazendo o melhor conforme nosso alcance. Sabíamos que não ia ser algo da noite pro dia... Tive que trocar dois membros originais. A banda continuou bem, mas não era a mesma coisa, então David Lee Roth me chamou, perguntando se queria integrar sua banda. Eu disse ‘bem, a única banda que eu pensaria em deixar o Talas era pelo Van Halen, então se o David Lee Roth está me chamando, acredito que isso possa ser o suficiente”
“Então fui para L.A.. Dave me encontrou lá. Fui o primeiro que ele chamou e começamos a planejar a banda’ lembra o baixista de seu trabalho com Lee Roth. “O guitarrista original era pra ser o Steve Stevens. Era o que David estava em mente. Não lembro porquê, falei pro David ‘Hey, eu conheço outro Steve que pode ser perfeito’, então David chamou o Steve Vai. Amo o Steve Stevens. Ele é grande, mas acredito que o Steve Vai era mais perfeito para o Eat ‘Em And Smile. Ele é um garoto formidável. Jantava com ele e todos os rapazes do Eat ‘Em And Smile. Claro que Dave nunca ia,por causa que ninguém encontrava ele, mas estava sempre ali eu, Steve, Greg Bissonette e o tcladista Brett Tuggle... toda a banda que fez a turnê”. Mas, mesmo sendo feliz nessa época com o David Lee Roth, Sheehan saiu da banda após dois álbuns gravados. “Ele decidiu a trilhar uma nova direção para as músicas. Ele queria batidas de Dance Music no som. Era como se falasse ‘precisamos ser mais orientados a uma música dançante’. E eu pensava ‘Isso é legal, mas...’, não era para mim. Somente não quis fazer esse tipo de coisa. Então deixei a banda”.
Mas não foi só nesse tempo ao lado do Lee Roth que Sheehan teve experiências com o pessoal do Van Halen. “Por um longo tempo, eu resisti a isso [sobre entrar no Van Halen] por causa que Michael é um grande amigo meu. Amo muito ele. Isso aconteceu várias vezes. Uma vez após terminar uma turnê do Talas em 1980, outra vez em 1982 após a gravação do Diver Dows, depois novamente após Dave me chamar... então, estava fora do Mr. Big quando Gary Cherone entrou para a banda, eu falei com eles novamente após tudo isso”, relembra Sheehan sobre as vezes que poderia ter integrado ao Van Halen. “Por mais que gostaria de estar na banda, não queria estragar a formação dela, porquê sou muito fã deles. Se Michael não está lá, não é a mesma banda. Mas acredito que se a oportunidade aparecer novamente, recusarei novamente”, mostra o baixista seu respeito pelo trabalho do Michael Anthony, baixista original do Van Halen.
“Basicamente, tive o Talas, Dave Lee Roth e o Mr. Big. Teve outros trabalhos no meio, mas realmente nunca integrei outra banda’, comenta o baixista sobre seus trabalhos. “Fiz uma Turnê com o UFO e poucas outras coisas, Mas as únicas bandas que realmente tive foram essas. Mr. Big, claro, foi meu maior sucesso”.
Billy Sheehan termina dizendo como será a turnê de seu mais novo trabalho solo. “Espero não ter que tocar somente coisas de Holy Cow, mas também do Compression e do Cosmic Troubador, algumas coisas do Mr. Big, outras do David Lee Roth e do Talas, talvez uma música do UFO para completar. Quero que seja um grande entretenimento para as pessoas!”
Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.