Sylvio Passos fala sobre Raul Seixas.
Fonte: Revista Interatual
Em entrevista para a revista InterAtual Sylvio Passos, que foi amigo e conviveu com o genial Raul Seixas. Hoje é dono do legado Raul Rock Club. Nesta entrevista concedida por email, conta a reação do “maluco-beleza” ao saber da criação do fã-clube, além de contar algumas passagens vividas ao lado dele e opinar sobre a música atual alegando que atualmente há uma grande variedade de opções e liberdade para ouvir o que se quer sem se prender à mídia de massa.
Segue trecho da entrevista:
Revista InterAtual: Fale um pouco sobre o dia que você “descolou o fone” do Raulzito, e como foi a reação dele quando você disse que queria fazer um fã clube para ele?
Sylvio Passos: Consegui o telefone de Raul por intermédio de um anúncio num jornal. O Luiz Antonio, do Cavern Club (fã-clube dos Beatles), me ligou dizendo que havia feito um entrevista com Raul sobre o encontro dele com o Lennon e me passou o telefone da casa de Raul. Levei uns 2 ou 3 dias para criar coragem e ligar; mas quando liguei qual não foi minha surpresa ao notar que quem atendeu o telefone foi o próprio Raul. Ele perguntou quem estava falando e eu falei: “É o Sylvio...”. Ele então falou: “Silvio Santos!?!?! Eu faço seu programa.” Desfeita a confusão, Raul mostrou-se surpreso com a informação de que eu havia fundado um fã-clube para homenageá-lo e falou: “Rapaz, ninguém nunca fez um fã-clube pra mim. Você pode vir almoçar aqui pra gente conversar mais sobre isso?” Imagine como me senti naquele momento. Alguns dias depois lá estava eu na casa do Raul Seixas, almoçando com ele, e iniciou ali uma amizade que transcendeu a relação fã-ídolo. Nascia ali uma amizade que perdurou até o fatídico 21 de agosto de 1989.
R. I.: Das músicas em parceria com Paulo Coelho tem alguma que o Raul tinha preferência?
Sylvio Passos: A música favorita de Raul era A MAÇÃ. Ele dizia que ali tinha exatamente tudo aquilo que ele gostaria de ser. Afinal, ele nunca conseguiu colocar em termos práticos o que ele cantou em A Maçã.
R. I.: Sylvio, uma curiosidade de cachaceiro: o Raul gostava de beber uma purinha ou com limão?
Sylvio Passos: Raul era alcoólatra, tomava o que tinha pra tomar. Mas tinha preferência por Jack Daniels e Hi-Fi (Vodka com suco de laranja)
R. I.: No vídeo “Meu amigo Raul” a letra é sua e a voz é do Caverna. Adorei a frase mais do que verdadeira para muitos fãs: “muitas vezes você Raul faz falta”. Fale um pouco sobre nós, os órfãos do Raul, nos dias de hoje, onde a mídia só toca lixo, e bandinhas de rock que vem e vão a todo momento. O Raul já estava prevendo isso nos anos 80, quando cantou em alto e bom som “que é muita estrela para pouca constelação”. Você também acredita que a música hoje em dia é uma “charrete que perdeu o condutor”?
Sylvio Passos: Não consigo acreditar que a música atual é uma “charrete que perdeu o condutor”. Existe muita gente boa fazendo música de qualidade nos quatro cantos do mundo. A questão não está na música em si; e sim nos veículos que executam músicas para as massas. Esses sim estão mais dentro dessa idéia da charrete sem condutor. Temos a opção de ouvir o que desejarmos. Se ficarmos nos preocupando com as coisas que não nos agradam, com essas tendências musicais, acabamos perdendo um tempo preciso com coisas que não nos interessam e que não temos poder algum para mudá-las. É um desgaste completamente desnecessário focar nossas energias nessas coisas.
Veja entrevista na integra no link abaixo:
Membro Idealizador do Projeto, Produtor de Eventos e Produtor Cultural, atuando profissionalmente na área de eventos desde 1993, na produção técnica/artística com serviços prestados em praticamente todos os veículos de comunicação: teatro, televisão, eventos sociais e coorporativos, desfiles, portal web etc. Na Produção Cultural com atividades em organizações do terceiro setor atuou como Diretor de Eventos do I.A.C.E ( Instituto de Ação Cultural e Ecológica) desde o ano 2000 até 2010 com eco-eventos em parceria com o Grupo Pão de Açúcar, Uni Lever dentre outros e Produtor Cultural do Casa Brasil de Pirituba no ano de 2008, alem de toda a programação cultural do Alquimia Rock Bar em 2003 e 2004.