Artic Monkeys lança um álbum mais obscuro
Fonte: Folha de SP
Um doce que leva mais tempo até você sentir o açúcar. É assim que o baterista do Arctic Monkeys, Matt Helders, definiu o novo disco da banda inglesa, "Humbug", que tem previsão de lançamento para o final do próximo mês.
O título do álbum é engenhoso. Humbug é o nome de um doce popular na Inglaterra, mas também pode significar o ato deliberado de enganar, e ainda tem o sentido de "nonsense".
"Os dois primeiros álbuns eram como doces bem açucarados, esse aqui requer um pouco mais até você chegar no doce. É a nossa analogia. E humbug é também a expressão usada pelo Scrooge do "Conto de Natal" do Dickens, porque ele não gosta das coisas de Natal, então o nome do disco soa um pouco como uma piada", disse.
Deliberadamente, com a intenção de enganar ou não, Matt afirma que as inspirações para o disco vieram de artistas como Black Sabbath e Jimi Hendrix. Segundo ele, a banda quis experimentar um som mais obscuro e sombrio em momentos pontuais.
"Não queríamos fazer um álbum inteiro assim, mas queríamos que esses momentos sombrios fossem especiais." Para Matt, o novo disco é mais profundo que os anteriores e as letras deixam mais espaço para a imaginação.
Desta vez, o baterista afirma que a banda teve mais tempo para se dedicar ao álbum. "Humbug" foi gravado em parte em um estúdio no deserto, em Joshua Tree, com coprodução de Josh Homme, do Queens of the Stone Age.
"Queríamos trabalhar com ele. Ficamos duas semanas no deserto. O lugar trouxe uma atmosfera própria." A segunda parte foi gravada no Brooklyn.
O álbum já tem uma música lançada: "Crying Lightning". Até o fim do ano, a banda se apresentará na Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França e nos EUA. No ano que vem, pretendem tocar na América do Sul, e Matt diz ter esperanças de voltar ao Brasil. Sobre a vinda ao país em 2007, o baterista conta que a banda ficou surpresa com a receptividade do público.
"Nós não tínhamos nenhuma ideia de como era o lugar, então tudo foi novidade. Só sabíamos das praias e do futebol. Ficamos bastante surpresos com a quantidade de fãs que apareceram no hotel e no show", disse o baterista.
Prestes a sair em turnê, Matt afirma que, depois de um intervalo de quase dois anos, a banda já está sentindo falta de tocar ao vivo, e compara as diferentes plateias para as quais já fizeram shows. "Os alemães são mais próximos dos ingleses, agressivos e barulhentos.
No Japão, o público fica em pé e não diz nada. Eles são educados e respeitosos, querem ouvir tudo o que você fala. É uma experiência muito diferente, mas uma hora você aprende a lidar com tudo isso."
Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.