O Absurdo Brasileiro por Andreas Kisser
Fonte:Yahoo
Eu sei que esta é uma coluna dedicada à música, mas ela muitas vezes foi usada como condutor de mensagens de protesto (por sinal, esse foi o tema de uma de minhas colunas, clique aqui para ler), por isso, estou usando este espaço para - como músico e cidadão brasileiro - expressar o que sinto em relação a esta palhaçada no Senado.
Nestes últimos meses, nós brasileiros estamos presenciando um show de hipocrisia, mentiras, caras lavadas e a ratificação do coronelismo na política nacional. O que é ética? Ela existe na nossa política? Ela depende da maioria ou é um conceito independente de qualquer outra influência? Pelo que parece, no Brasil, ela depende de alianças políticas e ela é usada de acordo com a conveniência.
Uma das definições da palavra ética mais adequada à atividade política é: "Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão" - apesar de não considerar a política uma profissão, já que não existe faculdade ou escola para ser político, a não ser a própria política.
Conselho de Ética?! Que piada! Um conselho, que leva o nome que leva, baseado em maioria. Que ética é esta? Processos arquivados, políticos antes inimigos agora "lutam" do mesmo lado, xingamentos, baderna, gritaria, tudo isso acontecendo e o Brasil esperando os senadores se entenderem, se é que isso é possível. Muita coisa a ser discutida, assuntos a serem resolvidos mas nada anda, somos obrigados a assistir a este espetáculo lamentável das Vossas Excelências que, no ápice das discussões, também deixaram a educação de lado.
E nós, o povo, o que fazemos? Não acho que adianta nenhuma revolução ou qualquer outro movimento violento e, sem a ajuda da mídia, a população não sai às ruas para protestar. Os protestos que foram feitos contra José Sarney (PMDB-AP) foram tímidos e, por isso, os políticaos tiveram poder e a cara de pau de arquivar tudo. Por que agora é diferente da época do impeachment do ex-presidente e agora senador Collor?
A mídia em peso trouxe o povo para rua no que ficou conhecido como o protesto das caras pintadas e, em consequência disso, o presidente foi deposto. Todos se uniram para limpar a imagem dos políticos brasileiros. Por que agora não? Muito rabo preso no Senado.
Eu admiro o Senador Eduardo Suplicy (PT-SP) que usa a música, inclusive o rap, para protestar contra estes absurdos. Parece que é brincadeira, mas ele só está reagindo devido ao nível em que o Senado se encontra. Até cartão vermelho ele mostrou para o Sarney, mas isso adiantou? Não muito.
A única forma de protesto e que pode mudar alguma coisa é o nosso voto, mas a grande maioria da população não tem acesso aos jornais e à internet - principalmente a web, onde você pode procurar mais opções e não ficar preso sempre aos mesmos meios de comunicação. A grande parte da população é ignorante e este é o terreno fértil para a política, só assim se explica ter o Collor novamente na política, apesar de toda a sua história de corrupção e escândalos.
Outra forma de protesto é a arte, seja música, poesia, gravuras, charges, etc., e é desta forma que eu faço o meu protesto. No meu primeiro disco solo, entitulado "Hubris I & II", fiz uma música com o escândalo do mensalão como inspiração, que inclusive não teve consequências para os envolvidos a não ser perder algumas mordomias, mas todos estão ai "trabalhando". Eu coloquei o nome da música de "Virgulândia", a Disneylandia de Virgulino.
Aqui no Brasil pode tudo, desde que você conheça alguém na política e peça para alguns dos coronéis que habitam o Senado para te livrar dos problemas. Uma vergonha!
Eu tenho muita esperança e fé neste país. Precisamos que a informação chegue a todos os cantos e que o povo tenha condições de avaliar com clareza os nossos representantes e que no voto se faça justiça. Fora com esta corja de sanguesugas, o Brasil não é deles!
Membro Idealizador do Projeto, Produtor de Eventos e Produtor Cultural, atuando profissionalmente na área de eventos desde 1993, na produção técnica/artística com serviços prestados em praticamente todos os veículos de comunicação: teatro, televisão, eventos sociais e coorporativos, desfiles, portal web etc. Na Produção Cultural com atividades em organizações do terceiro setor atuou como Diretor de Eventos do I.A.C.E ( Instituto de Ação Cultural e Ecológica) desde o ano 2000 até 2010 com eco-eventos em parceria com o Grupo Pão de Açúcar, Uni Lever dentre outros e Produtor Cultural do Casa Brasil de Pirituba no ano de 2008, alem de toda a programação cultural do Alquimia Rock Bar em 2003 e 2004.