Death Angel - 2010 - Relentless Retribution
Temos em mãos um disco que com certeza terá discórdias e infinitas discussões sobre ele entre os fãs do Death Angel. Após uma mudança de formação, saindo os fundadores Dennis Pepa e Andy Galeon e entrando em seus lugares Will Carroll (bateria) e Damien Sisson (baixo), ao lado dos cultuados Mark Osegueda (voz), Rob Cavestavy e Ted Aguilar (guitarras), o Death Angel segue uma linha que vem fazendo desde seu retorno com o álbum The Art of Dying; ou seja, toques mais diretos (leia-se toques de punk), toques alternativos e toques mais modernos na produção, mas sem deixar aquela pegada forte típica do Thrash das bandas que nasceram na Bay Area. E nesse disco, o mais diferente de tudo que a banda já fez, esses elementos novos são gritantes.
O disco abre com a paulada Relentless Revolution. Mas os fãs já vão estranhar com a Claws In So Deep, uma das mais diferentes do disco. Bem melódica e com algumas partes da voz de Osegueda extremamente limpas, pode estranhar (ou não gostar!) a princípio, mas é uma das melhores faixas do disco; só peca Leo final experimental em dois violões (participação de uma dupla chamada Rodrigo Y Gabriela), não que o som seja ruim, mas caberia bem mais como uma Intro do trabalho. E assim é o disco, intercalando sons sem muita “novidades”, típico Thrash já consagrado pela banda (mesmo com toques que aproximam muito de bandas Thrash mais melódicas e/ou alternativas), como as músicas River of Rapture, Death Of The Meek e This Hate. Volcanic é uma peça acústica, somente violão e voz (o que a banda já fez em Act III), enquanto a mais diferente composição – de tudo que a banda já fez – fica a cargo de Opponents At Side: excelentes riffs que fazem com que ela tenha um caráter meio épico.
A produção feita nos Audio Hammer Studios sobre supervisão do produtor Jason Suecof (que ja trabalhou com All That Remains e Whitechapel) é perfeita, podendo arriscar como uma das melhores do ano, como também a bela e violenta capa feita pelo ilustrador Brent Elliot. A banda está em um de seus melhores momentos: Osegueda cantando e variando sua voz de uma forma primorosa, Cavestany tocando riffs monstruosos e a cozinha nova muito bem entrosada. O que pode gerar discórdias, como já disse, são justamente as composições que diferem em muito do que a banda já fez. Um trabalho perfeito? Os fãs que tirem suas conclusões...
Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.