Resenhas

Queensryche - 2011 - Dedicated to Chaos

Por Fabiano Cruz | Em 15/08/2011 - 21:54
Fonte: Alquimia Rock Club

O Queensrÿche foi uma das bandas mais festejadas e admiradas nos anos 80, muitos inclusive atribuindo a eles o começo do chamado Progressive Metal, mas é fato que desde a saída do guitarrista Chris DeGarmo e depois de Promise Land no meio dos anos 90, a banda não fez mais nada que chamasse a atenção ou que resgatasse sua sonoridade de outrora. Bem que tentou nos últimos trabalhos, na continuação de seu maior sucesso, Operation Mindcrime II e bom American Soldier, mas foram discos que passaram desapercebidos. Deixando um pouco mais de lado a complexidade em que são conhecidos, Geoff Tate e companhia se arriscaram em um disco mais direto. As faixas de abertura de Dedicated to Chaos até dão um ânimo, com a “rocker” Get Started e com Hot Spot Junkie (mesmo com seu começo em efeitos de DJ que soam meio estranhos), mas não é a realidade do disco.


É fato que o Queensrÿche não tem mais o pique e a criatividade de outrora, ou até mesmo poderia falar que se perderam muito na criação do disco, então muitas músicas soam meio vazias e não chamam a atenção. Até tentam dar algum ar diferente ao disco, como na meio funkeada Got It Bad ou nos toques industriais de Retail Therapy, mais soam muito vagas; e músicas como The Lie e Drive da aquela impressão de ser “mais-do-mesmo”. Mas nem tudo é perdido; as faixas de aberturas já citadas, mais a belíssima balada Broken (que vem orquestrada e nela tem o melhor momento de Tate numa bela interpretação), a pegada firme de At the Edge e a quase experimental e bem progressiva Big Noize salvam o trabalho.


Mesmo com alguns destaques e algumas passagens instrumentais do baixista Eddie Jackson e a voz de Tate – mesmo que nem de longe sequer lembra o que ele já fez com sua voz -, é muito pouco para uma banda que carrega boa parte da história do Heavy Metal/ Rock dos anos 80. Inclusive, por causa da predominância de faixas que mal chamam a atenção, o trabalho chega a ser massivo de se escutar, principalmente a edição Especial que vem com 4 bônus; um disco longo em duração que ficou muito cansativo. Talvez agrade somente aos fãs. Talvez...
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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