Vader - 2011 - Welcome to the Morbid Reich
Insano. Não tenho outra palavra que descreva Welcome to the Morbid Reich, o novo trabalho do Vader. O disco é uma porradaria quase doentia do começo ao fim em 09 faixas – tirando as duas intros que tem no disco - totalmente matadoras. Mesmo contando com Piotr "Peter" Wiwczarek como único integrante original, o Vader nunca perdeu a mão em seus discos e com mais uma mudança de formação, dessa vez Peter escolheu o que parece ser os caras certos para a banda. A começar pelo guitarrista Spider; os riffs e solos ganharam muito com a entrada dele, deixando os riffs com um pouco mais pro lado Death da banda e seu solos são inacreditáveis: o senso melódico que beira o estilo neo-clássico cultuado por muitos “guitar-heros” junto com a velocidade insana são os tons de seus solos. Pawel Jaroszewicz talvez seja o maior destaque e surpresa do trabalho; o que esse baterista faz não é normal. Blast Beast violentos, bumbos duplos parecendo um rolo compressor, caixa muito bem trabalhada – muitas vezes fora dos tempos em que estamos acostumados a ouvir; em alguns sons a insanidade e monstruosidade sonora desse baterista vai de uma maneira que soa independente do som em verdadeiros solos no meio da condução, sem perder o pique ou que faça as canções soarem sem sentido algum na rítmica.
Destaques? Difícil, todas as músicas estão no mesmo nível, mas pode chamar a atenção de alguns à primeira audição a Return To The Morbid Reich, um murro na cara logo de início; os riffs mortais e cadenciados de I Am Who Feasts Upon Your Soul – e que contém o solo mais matador de Spider; a destruição geral que Don't Rip The Beast's Heart Out nos traz (Que bateria! Que bateria!); a pegada extremamente forte de Come And See My Sacrifice; The Black Eye, uma das melhores composições da banda e a crueza e rispidez que a pancadaria da regravação de Decaptated Saints ficou. Peter parece que se soltou mais do que em outros discos, principalmente na voz, onde sai coeso e muito forte – no trabalho todo, mesmo com a avalanche de riifs, sua voz sempre está acima das guitarras; fora que, como compositor, sua evolução foi muito clara – as músicas foram muito bem arranjadas e escritas, alguns detalhes nos riffs so percebi depois de umas três escutadas.
A produção também foi de excelente trabalho, sendo que em nenhum momento soa embolado e escutamos tudo perfeitamente, mesmo com a intensidade e quantidade de notas que a banda joga sem piedade nenhuma em nossos ouvidos. A versão Special Edition vem com duas pedradas surreais como bônus: as covers de Troops Of Tomorrow, do The Exploited, e Raping The Earth, do Extreme Noise Terror, deixando elas ainda mais violentas do que já são. Um belíssimo e forte trabalho desses poloneses que com esse lançamento se afirmam de vez como um dos maiores nomes do Death/Thrash Metal mundial.
Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.