Resenhas

Megadeth - 2011 - Th1rt3en

Por Fabiano Cruz | Em 24/11/2011 - 18:53
Fonte: Alquimia Rock Club

Desde a “volta” do Mustaine com o Megadeth após batalhas judiciais, um disco que não condiz com a história da banda e problemas pessoais, é fato que o Megadeth vem lançado discos cada vez mais primorosos, culminando num dos ápices da carreira com o Endgame. Sem parar de trabalhar – afinal, entre um disco e outro a banda caiu na estrada em turnês como a comemoração dos 25 anos de Rust in Peace e o mega evento Big Four – a banda entrou no estúdio particular de Mustaine para gravar o décimo terceiro trabalho, nomeado simplesmente de Th1rt3en. O novo trabalho dá uma pausa no som mais “na cara” dos trabalhos anteriores. Mas isso ficou ruim? Não! Th1rt3en é perfeito em sua proposta! Soando como um resgate da carreira da banda – inclusive isso se mostra na belíssima arte do disco, percebam os inúmeros detalhes e citações de todos os trabalhos anteriores – Mustaine e companhia conseguiram colocar a visceralidade dos primeiros discos, os complexos riffs e solos dos anos 90 e o peso absurdo dos trabalhos mais recentes.


Começando a falar da banda... Bem, Chris Broderick e Mustaine estão impecáveis; riffs perfeitos, solos fantásticos e em um entrosamento de cair o queixo – me desculpem os puristas da formação “clássica”, mas Broderick chegou a um nível – ou ate mesmo passou! – igual ao, para muitos, eterno Marty Friedman. Shawn Drover conseguiu evoluir mais ainda sua técnica desde Endgame e, após oito anos, na turnê de 25 anos de Rust in Peace, Dave Ellefson esquece as brigas e mágoas com Mustaine e volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído, tocando como nunca!  Para mim, o Megadeth está com uma de suas melhores formações!


As canções. Logo com a típica abertura de um disco do Megadeth já nos prepara para o que virá: Sudden Death é pesada, agressiva, riffs matadores e solos virtuosos, preparando o terreno para a já clássica Public Enemy No. 1 com sua pegada típica dos melhores momentos da banda. E destacar um som no meio das canções... O disco tem uma veia mais Heavy Tradicional, principalmente pelas canções resgatadas dos tempos do Youthanasia; New World Order foi regravada de uma maneira mais paulada enquanto a soturna Millenium of the Blind foi terminada e re-arranjada. A pancadaria típica fica por conta da insana Whose Life (Is It Anyways?) (que riff!! Que riff!!!), da trabalhada Never Dead e da cadenciada Fast Lane. Alguns riscos – mesmo com um pé no tradicionalismo – percebemos na meio “grooveada” We the People, na melodia pegajosa de Deadly Nightshade e na épica 13. As canções são bem mais trabalhadas, com muitos detalhes sendo percebidos somente algumas boas escutadas.


Mustaine caprichou também na lírica. Um dos discos mais bem escritos em passagens tanto belas (At thirteen I started down this path/ Fueled with anger music was my wrath/ Years of clawing at scars that never healed/ Drowning my mind, the thoughts are too real - 13) como carregadas de fúria e críticas à sociedade (Our founding fathers are rolling in their graves/ The land of liberty needs a regime change/ Until you no longer know right from wrong/ The constitution isn’t worth the paper it’s written on - We the People). O único “porém” ficou a cargo da produção de Johnny K.; não ficou ruim, mas realmente nesse ponto a produção ficou abaixo da que o “mago” Andy Sneap fez em Endgame. Mas isso não tira o brilho em mais um excelente trabalho dessa que vem se tornando aos poucos uma das mais importantes e criativas da história do Heavy Metal – Isso se já não é!



 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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