Jethro Tull - 2011 - Aqualung 40th Anniversary Edition
Com o Rock’ n’ Roll já passando mais de 60 anos de história, cheio de caminhos e sub-estilos possíveis, é claro que algumas obras já são considerada “materpieces” pelo público e crítica, e os 40 anos de vida de Aqualung, passados como clássico absoluto, já provou a qualidade imortal que Ian Anderson, Martin Barre, Clive Bunker, John Evan e Jeffrey Hammond-Hammond deixaram registrado. Misturando o Rock com Folk, esse quarto trabalho do Jethro Tull abriu os caminhos para a banda adentrar mais a fundo no Progressivo, sendo considerado até mesmo um disco “de passagem” do Folk dos primeiros trabalhos para a maior complexidade adquirida em trabalhos posteriores.
Todos já ouvimos pelo menos uma vez clássicos do porte de Aqualung, Cross-eyed Mary e Mother Goose, mas essa edição comemorativa deixou tudo mais cristalino e claro, sem perder a magia que as composições deixaram no ano de seu lançamento em 1971 e tons bem fiéis. Isso graças ás “mãos mágicas” de Steve Wilson que vem realizando trabalhos fantásticos em re-mixar e re-masterizar clássicos da história do Progressivo; Wilson trabalhou as fitas originais pista por pista, limpando muitas “sujeiras” sonoras e equilibrando ainda mais os instrumentos, mas tudo com cuidado para que não perdesse a sonoridade que marcou uando lançado. O resultado ficou perfeito, mostrando detalhes sonoros que não encontramos na versão original: basta comparar Locomotive Breath, onde aqui a introdução tem uma claridade sonora que enriquece muito mais a canção!
E como toda edição especial, o segundo disco é cheio de jóias raras para os fãs. A começar pelas faixas históricas onde mostra embriões de músicas como Wind-up, Wond’ring Aloud (em uma versão de um pouco mais de sete minutos de encher os olhos de lágrimas) e Slipstream. E canções inéditas como a belíssima - tanto musicalmente como liricamente - Life is a Long Song, a bem “rocker” Lick Your Fingers Clean com sua pegada no baixo e solo de flauta contagiantes e From Later que antecipa muito da “progressividade” da banda em trabalhos posteriores. As faixas foram gravadas entre 1970 e 1971, mostrando claramente que a banda estava afinadíssima em termos de criação e composição. E completando o conjunto, o digipack vem com um booklet de 32 páginas, sendo 16 delas de uma deliciosa descrição histórica da criação e gravação do trabalho, carregado de fotos da banda.
Esse trabalho histórico do Jethro Tull influenciou gerações de bandas e músicos dos mais diversos estilos dentro do Rock, tamanha importância teve. E o que já era mágico, nessa edição ficou ainda mais encantadora.
Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.