O Heavy Metal cantado em portugues sempre dividiu opiniões no Brasil. Tem muitas pessoas (principalmente das antigas) que defendem essa idéia, às vezes até por questão de patriotismo; como existem também aqueles que acham que o Metal não combina muito com o português, e que em alguns casos soa ridículo, como musicas temas de super heróis e coisas do tipo. Mas com o Claustrofobia isso nunca foi um problema, já que os caras sempre contam com pelo menos uma musica com letra em português em seus álbuns, sem em nenhum momento soarem forçados ou ridículos, sempre com ótimas canções; além de receberem uma resposta muito positiva pelos fãs, principalmente ao vivo. E como já haviam anunciado recentemente, lançam um álbum inteiro com letras em português.


Peste segue o mesmo padrão das já conhecidas musicas em nossa língua natal da banda com o mais puro Metal Maloka (como eles mesmos se intitulam). São apenas 10 faixas em cerca de 35 minutos de duração de um som brutal com letras cheias de raiva e protesto, começando com a faixa que da nome ao CD, que conta com um refrão que define muito bem o Claustrofobia: "É pior que febre, Claustrofobia é Peste". Metal Maloka e Bastardos do Brasil dão sequência a brutalidade formando a trinca inicial, mas o diferencial mesmo fica por conta de Nota 6,66, gravada com o grupo de samba Batuque de Corda, da Zona Norte de São Paulo. Imagine toda a batucada e todos os instrumentos tradicionais do samba de raiz unidos com riffs e solos de guitarra: o resultado é bem interessante, inclusive um teaser do álbum com essa faixa já havia sido divulgado pela banda, assustando muita gente na net, causando muita curiosidade sobre o direcionamento que a banda seguiria; mas essa é a única que se difere das demais, algo completamente diferente do disco Roots do Sepultura, por exemplo. Peste é um álbum curto e que da vontade e merece ser ouvido varias vezes seguidas, mas outras que merecem destaque são Pino da Granada e Alegoria do Sangue. Vale lembrar que esse lançamento é apenas um lance especial e particular da banda, sendo assim eles devem retornar a seu “formato original” em seu próximo álbum, que já esta sendo preparado - mas não seria má idéia se repetissem a dose futuramente, sabendo que o resultado foi muito bom.
 

André BG

Atual Editor Chefe

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