Trinta anos a serviço do Heavy Metal Extremo. Trinta espalhando caos, insanidade, podridão.  O quarteto formado por Mark Barney, Mitch Harris, Shane Embury e Danny Herrea, mais conhecido como Napalm Death, já se tornou lenda dentro da história do Heavy Metal. Lenda a um ponto de pisar no freio e experimentar dentro de um estilo criado por eles mesmo. Ruim? Claro que não, afinal são Mestres no que fazem...


Utilitarian, o décimo quarto full lenght em sua extensa discografia, não muda as bases de seu Death Metal/ Grindcore típico da banda, mas o Napalm soa mais “lento” em certos momentos e com genialidade experimenta outros caminhos sonoros; a abertura densa e fria Circumspect mostra claramente isso. O trabalho é homogêneo, difícil destacar algum som, um verdadeiro caos sonoros cheio de letras podres e políticas (a simples frase ‘This world I can gladly leave behind’ de Collision Course diz tudo sobre a lírica da banda) e justamente nas faixas que ousam algo que a banda tem destaque. A começar pela Everyday Pox, onde temos um sax pertubador e insano comandado por outro mestre, John Zorn, a convite da banda. Alguns sons tem uma pegada mais Punk, aquela pegada suja e politizada, como percebemos em The Wolf I Feed; outros a banda abre horizontes além de seu som, como em Fall on the Swords. Mas não se preocupem, são composições de excelente qualidade, e a insanidade toma conta em canções como Nom de Guerre, Think Than Trials e Opossites Repellent.


São 17 petardos sonoros que deixam o ouvinte sem respirar por um momento sequer. E se falar em técnica, impossível não destacar Barney, sempre surreal em suas vocalizações e Harris sempre dando uma aula de guitarra... Um disco que faz jus a história da banda.
 

Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.