Resenhas

Sodom - 07.04.2012 - Carioca Club, SP

Por Fabiano Cruz | Em 09/04/2012 - 23:06
Fonte: Alquimia Rock Club

“Como pode um trio fazer tanto barulho e caos desse jeito?” foi minha pergunta para um amigo ao meu lado na apresentação da lenda alemã Sodom. A banda passou pelo Brasil em duas datas (na quinta, dia 06, foi a vez de Curitiba ter visto o show) na turnê do último trabalho In War And Pieces. Com a casa aberta desde as 16:00, coube as bandas Machinage e Red Front abrirem a apresentação do Sodom, o que fizeram com perfeição – inclusive a hilária cena no show do Red Front onde lançam o Judas pro público malhar, com um detalhe: seu nome era Pe Lanza...


Em pouco tempo, sem cortinas ou telões – algo que a casa sempre usou – as luzes se apagam e um a um entram em palco e começam o massacre sonoro com a faixa título do último trabalho e sem tempo para respirar, um dos maiores clássicos logo de cara: Sodomy And Lust. O começo o som estava embolado e a guitarra de Bernemann sem os médios, causando um som extremamente grave; mas isso não impediu da banda continuar tocando e às primeiras rodas e “crowd surfing” – essa última prática contida para evitar problemas que os headbangers tiveram em outros shows de Thrash Metal no Carioca Club – nas clássicas M-16 e Outbreak of Evil. Uma homenagem ao Ramones, o Sodom em sua maneira peculiar de juntar o Punk com o Thrash manda Surfin’ Bird em uma alucinada versão para emendar com The Saw is the Law, num dos momentos altos da apresentação.


Tom Angelripper é de poucas palavras. Agradece aos fãs, resmunga uma coisa aqui e ali; mas compensa com a adrenalina que ele tem em palco. A bateria massiva e poderosa de Makka é a base perfeita para a dupla de frente: Tom e Bernemann não param um minuto sequer e quanto mais o publico brasileiro agitava, mas energia a banda tinha, numa clara troca de energias como poucas vezes eu vi em um show. Proselytism Real, The Art of Killing Poetry e o cover Iron Fist serviu para que o publico “esquentasse” para o que viria. Num verdadeiro inferno, onde até os mais quetos pingavam suor, o Carioca Club veio abaixo com City of God e o ponto máximo do show, Napalm in the Morning, onde Tom deixa o microfone de lado e o público canta palavra por palavra da letra da música, fazendo com que a banda agitasse sem parar um único momento em palco.


Blasphemer veio como um assalto e com o som já muito bem regulado e a interação dos músicos em palco de uma forma perfeita, Eat Me! Abriu espaço para a “classuda” Agent Orange, causando um frenesi e caos na pista. Um tempo um poquinho demorado, o Sodom volta ao palco agradecendo rapidamente o público brasileiro e gravando os coros e cantos dos fãs (algo que logo nos primieros minutos da apresentação Tom já tinha feito, deixando claro sua satisfação e surpresa com o público do Brasil, mesmo já ter vindo outras vezes) e terminam com Remember the Fallen e Bombenhagel em um fim de apresentação alucinante.


O Sodom deixou a casa com um saldo extremamente positivo, tirando que foi um show com um tempo menor do que a banda está acostumada a fazer (um ponto legal, o Sodom faz um set list, porém não o segue com firmeza, mudam ordens de músicas, trocam algumas, deixando o show deles bem dinâmico e de uma forma que nunca esperamos o que vão tocar); mas no fim isso não foi algo que prejudicou ou falaram mal, tanto banda e público saíram satisfeitos da casa nesse mais um assalto sonoro dos alemães.


(As fotos foram gentilmente cedidas pelo fotógrafo Leandro Pena - www.leandropena.com)


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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