Resenhas

Accept - 2012 - Stalingrad

Por Fabiano Cruz | Em 22/04/2012 - 17:28
Fonte: Alquimia Rock Club

A cena headbanger comemorou a volta de uma das bandas clássicas do Heavy Metal a dois anos atrás, quando o Accept, superando a saída de Udo, lançou Blood of the Nation, dando um “tapa na cara” de muita gente na época. O clima do disco, a turnê na seqüência, os elogios, tudo ficou muito claro que a banda não pararia mais. E mantendo o time, inclusive com Mark Tornillo na voz e a produção do “mago” Andy Sneap, os alemães soltaram o conceitual Stalingrad, trabalho que fala sobre a famosa batalha de Stalingrado na Segunda Guerra Mundial.


E o que ouvimos aqui é uma verdadeira “masterpice” do Heavy Metal. Se Blood of the Nations a banda retornou com tudo e experimentando sonoridades em algumas faixas, em Stalingrad o Accept literalmente “chuta o balde” e nos brinda com 10 faixas do mais puro Heavy Metal Clássico. As raízes estão todas no som, mas o Accept conseguiu em nenhum momento soar datado; riffs e mais riffs, solos extraordinários, “twin guitars” de deixar a boca abreta, as guitarras de Wolf Hoffmann e Herman Frank dão o tom do trabalho – e que guitarras!. Poucos trabalhos hoje em dia soam tão perfeitos nas seis cordas como esses dois conseguiram em absolutamente tudo: técnicas, improvisos, timbres. Outro ponto de destaque é a voz de Tornillo. Muito mais solto e com desenvoltura ao som da banda, soube com maestria dominar seu timbre de voz, indo do rouco ao agudo, passando por passagens de voz limpa à agressividade; inclusive um perfeito trabalho de melodias com sua voz e coros ao estilo da banda que nos faz bravar os refrões em bom e alto som!


A sonoridade está bem mais épica – não teria como ser diferente pelo tema proposto... Stalingrad, Shadow Soldiers, Agains the World e Gallery são faixas de emocionar qualquer um; épicas e um tanto cadenciadas, são canções que ao vivo irão fazer os fãs cantarem junto à banda. O Accept não esqueceu seu lado mais “pancadaria”; Hung, Drawn and Quartered é daquelas tradicionais faixas de abertura da banda, rápida e com vocais bem altos, um “arrasa-quarteirão”; The Quick And The Dead é bombástica, uma pegada que lembra os grandes momentos da banda; Revolution tem um dos melhores riffs da discografia da banda, rápido e preciso, com coros fazendo contraponto à voz de Tornillo.


O Accept conseguiu, com Stalingrad, voltar a soar como em discos clássicos como Metal Heart e Restless & Wild. Uma aula para muitas bandas de como se faz um Heavy Metal clássico, sem soar datado e muito menos sem soar moderno demais, fazendo de Stalingrad, por todo os seus elementos, um dos melhores lançamentos desse ano.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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