Resenhas

Michael Monroe - 26.05.2012 - Inferno Club, São Paulo

Por Fabiano Cruz | Em 27/05/2012 - 21:23
Fonte: Alquimia Rock Club

Já tem um tempo que muitos músicos e bandas vem se apresentando no Brasil mesmo tendo passado suas “épocas de ouro”, mas dando oportunidade a um público que em menos de 10 anos atrás não tinha oportunidade de ver muitos artistas que criaram e foram influência quase que unânime em alguns estilos musicais. Michael Monroe foi um desses para o Glam Rock e pela primeira vez tocou para o público brasileiro.


Pelo nome e história que o vocalista e o multi-instrumentista tem, a casa Inferno estava um tanto quanto vazia, um pouco mais de sua capacidade; apesar pelo lado ruim para a banda, isso causa uma certa intimidade no show, o que Michael deixou bem claro pela sua vontade no pequeno palco da casa. Com um pouco de atraso e sem banda de abertura, um pouco mais de uma da manhã a banda entra em palco mandando uma trinca do aclamado Sensory Overdrive: Trick of the Wrist, Got Blood e Modern Day Miracle; e que... paulada inicial! Supreendendo com uma atitude quase punk, Michael e a banda joga logo de cara uma energia incrível (não é para menos, pois junto a ele em palco estava outras lendas do Hard Rock, do New York Dools em sua nova formação: Steve Conte em uma das guitarras e Sami Yaffa no baixo – esse último acompanhando o Michael desde tempos de Hanoi Rocks).


E em falar em Hanoi Rock, Motorvatin, o primeiro som da noite da lendária banda, fez o Inferno quase cair abaixo! E ficou claro o quanto o trabalho do Michael é conhecido pelso que estavam presentes, onde agitaram e cantaram também na Hammersmith Palais, do Demolition 23, grupo de Michael nos anos 90. O vocalista é um “frontman” no mais alto grau da palavra: não para um minuto em palco, correndo e pulando, interagindo hora com a banda, hora com o público, numa performance inacreditável. Depois de falar a primeira vez com os presentes, a banda apresenta ’78, All You Need e mais uma do Demolition 23, Nothin’s Alright.


A banda não fica atrás de Monroe no quesito “agitação”. O guitarrista Dregen, mais focado nas bases, correu e pulou tanto quanto Michael; Yaffra agitou o show todo sem parar e o baterista Karl Rockfist simplesmente destruiu seu kit. Somente Conte ficou mais reservado em palco, porém na hora de seus solos sempre interagiu com os fãs do lado do palco em que estava. Not Fakin' It e Superpowered Superfly, tocadas de uma forma muito mais rápida e poderosa que em suas versões de estúdio, abriram espaço para a pancadaria de Bomb Away, também do último trabalho do Michael e para o cover de I Wanna Be Loved, de Johnny Thunders & The Heartbreakers (historicamente, banda formada pelo Johnny após sua saída do New York Dolls) dando um ar ainda mais punk à apresentação.


Daí pra frente... Somente clássicos da carreira do vocalista. Mystery City, Malibu Beach Nightmare (do Hanoi Rocks) e Dead, Jail or Rock 'n' Roll - inclusive nessa última tive que obrigatoriamente guardar a câmera e agitar junto com o público... Depois de uma pausa, a banda volta para o bis de uma forma devastadora, com a mais que clássica Taxi Driver do Hanoi Rocks e fechando com 1970 (I Feel Alright) do The Stooges.


Falar que foi 100% do show seria mentira. Michael manda muito bem no palco, cantando ou empunhando sua gaita ou o saxofone, mas o show foi curto, não chegando a uma hora e meia de duração (o que, pela primeira vez no Brasil, poderia ter tocado mais) e algumas partes da apresentação, principalmente no começo, a voz de Monroe ficou um pouco embolada com o instrumental. Mesmo com pequenos detalhes que poderiam atrapalhar ou deixar o show frio, Michael e banda passaram por cima e fizeram um ótimo show cheio de energia!


 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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