Running Wild - 2012 - Shadowmaker
Hoje em dia quando uma banda fala em se aposentar, podemos compreender como “daremos um tempo nela para que os integrantes lancem outros trabalhos e depois voltaremos”; foi praticamente o que Rock’ n’ Rolf fez com o Running Wild, ícone do Heavy Metal alemão. Deu um tempo da banda, lançou o fraquíssimo Toxic Taste e passou algum tempo fazendo shows esporádicos com o Running Wild – o que causou a gravação do DVD The Final Jolly Roger (excelente registro, porém precipitado em relação ao nome...)
A falta dos riffs e mais riffs do Running Wild fez com que Rolf voltasse a banda à ativa. Arriscado diria, pois foram ai sete anos depois do controverso Rogues en Vogue e experimentos não muito bem vindo pelo líder da banda... Com somente Peter Jordan ao lado de Rolf, Shadowmaker marca o retorno do Running Wild; porém em vez de uma maneira avassaladora - como muitos fãs pensavam, inclusive eu - vem de uma forma mais modesta e um tanto quanto com o “pé no freio”
Confesso que a abertura com Piece of the Action fez eu pensar no porquê da volta do Running Wild, se é um som típico Hard Rock que o Rof testara com o Toxic Taste, mas ao longo do trabalho temos algumas peças típicas da sonoridade que tanto agradou e influenciou nos anos 80 e 90. Black Shadow e a faixa título caberia em qualquer trabalho da banda. Algumas, mesmo com temas de juras de amor ao Heavy Metal e sendo praticamente uma cópia do que a banda já fez, soam como um desabafo de Rolf pelas críticas recebidas nesses anos, como em I Am Who I Am (I am who I am and I always take a stand/ And I keep the flag just high above my head) e Me & the Boys (Just another night we are Running wild). Dracula é uma tentativa da banda soar novamente épica sem uitos resultados, porém, mesmo assim, talvez seja a melhor faixa do disco
Mas, no geral, é um disco mediano. Soa como se faltasse forças pro Rolf voltar com “dois pés no peito”, como nos clássicos discos da banda. O uso de bateria eletrônica, mesmo Rolf sabendo usar cada vez mais esse recurso, ainda soa como algo plastificado e sem alma, e alguns efeitos realmente não soaram legais, vide início de Sailing Fire. O disco foi lançado, para a alegria dos colecionadores, em vários formatos, inclusive um box especial com vinil transparente, DVD com o making off e comentários de Rolf sobre o trabalho e um livreto especial. Shadowmaker é um disco que dividirá opiniões, mas vale muito mais pela volta da banda do que pelo trabalho em si. Ficamos no aguardo do futuro do Running Wild...
Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.