Resenhas

Running Wild - 2012 - Shadowmaker

Por Fabiano Cruz | Em 02/06/2012 - 19:15
Fonte: Alquimia Rock Club

Hoje em dia quando uma banda fala em se aposentar, podemos compreender como “daremos um tempo nela para que os integrantes lancem outros trabalhos e depois voltaremos”; foi praticamente o que Rock’ n’ Rolf fez com o Running Wild, ícone do Heavy Metal alemão. Deu um tempo da banda, lançou o fraquíssimo Toxic Taste e passou algum tempo fazendo shows esporádicos com o Running Wild – o que causou a gravação do DVD The Final Jolly Roger (excelente registro, porém precipitado em relação ao nome...)


A falta dos riffs e mais riffs do Running Wild fez com que Rolf voltasse a banda à ativa. Arriscado diria, pois foram ai sete anos depois do controverso Rogues en Vogue e experimentos não muito bem vindo pelo líder da banda... Com somente Peter Jordan ao lado de Rolf, Shadowmaker marca o retorno do Running Wild; porém em vez de uma maneira avassaladora - como muitos fãs pensavam, inclusive eu - vem de uma forma mais modesta e um tanto quanto com o “pé no freio”


Confesso que a abertura com Piece of the Action fez eu pensar no porquê da volta do Running Wild, se é um som típico Hard Rock que o Rof testara com o Toxic Taste, mas ao longo do trabalho temos algumas peças típicas da sonoridade que tanto agradou e influenciou nos anos 80 e 90. Black Shadow e a faixa título caberia em qualquer trabalho da banda. Algumas, mesmo com temas de juras de amor ao Heavy Metal e sendo praticamente uma cópia do que a banda já fez, soam como um desabafo de Rolf pelas críticas recebidas nesses anos, como em I Am Who I Am (I am who I am and I always take a stand/ And I keep the flag just high above my head) e Me & the Boys (Just another night we are Running wild). Dracula é uma tentativa da banda soar novamente épica sem uitos resultados, porém, mesmo assim, talvez seja a melhor faixa do disco


Mas, no geral, é um disco mediano. Soa como se faltasse forças pro Rolf voltar com “dois pés no peito”, como nos clássicos discos da banda. O uso de bateria eletrônica, mesmo Rolf sabendo usar cada vez mais esse recurso, ainda soa como algo plastificado e sem alma, e alguns efeitos realmente não soaram legais, vide início de Sailing Fire. O disco foi lançado, para a alegria dos colecionadores, em vários formatos, inclusive um box especial com vinil transparente, DVD com o making off e comentários de Rolf sobre o trabalho e um livreto especial. Shadowmaker é um disco que dividirá opiniões, mas vale muito mais pela volta da banda do que pelo trabalho em si. Ficamos no aguardo do futuro do Running Wild...



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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