Resenhas

Anathema - 2012 - Weather Systems

Por Fabiano Cruz | Em 20/06/2012 - 20:22
Fonte: Alquimia Rock Club

Depois da fase de mudanças” que o Anathema passou, deixando para trás seu passado Doom e apostando em sonoridades mais progressivas, no súltimos trabalhos adotou de vez as novas roupagens nas músicas, chegando inclusive a regravar clássicos de outrora em novas sonoridades. Perdeu muitos fãs, mas ganhou inúmeros outros; e muitos esperavam como seria Weather Systems. E o disco chegou muito além do que esperávamos... A banda se aprofundou ainda mais nas texturas e sonoridades musicais que adotou e resgatando, mesmo que de uma maneira muito distante, algumas sonoridades de seu passado, tornado a audição desse trabalho como uma experiência única.


Melodias soturnas e melancólicas se misturam a arranjos extremamente bem pensados em orquestras ou em violões. As duas partes de Untouchable são a prova inicial do que ouviremos pelo disco... Além do instrumental, o jogo de vozes entre a vocalista Lee Douglas e Vicent Cavanagh chega a dar aquele “arrepio” na alma, o contraste entre o timbre dos dois é uma das pasrtes que torna esse trabalho especial (inclusive, Lee tem uma das mais belas vozes femininas atualmente, com uma perfeita interpretação das notas). Momentos progressivos chega a lembrar muito o auge do estilo nos anos 60/70 – afinal, Pink Floyd é descaradamente uma enorme influência para a banda, nunca escondida – como nas canções Sunlight (de arrancar lágrimas) e Lightning Song. The Storm Before The Calm com seus arranjos eletrônicos e experimentalismos nos faz lembrar do distante passado da banda, com sua sonoridade soturna, sendo um dos pontos latos do trabalho; The Lost Child chega a impressionar a manipulação de notas e texturas na complexidade orquestral e de tempo; Internal Landscapes termina de uam maneira melancólica, com uma atmosfera bem onírica em mais uma aula de sonoridades.


O Anathema seguiu um caminho que muitas bandas (como Opeth, Porcupine Tree, entre outras) estão seguindo: um caminho mais progressivo onde o que mais comanda são as emoções jogadas ao ouvinte, mostrando que Daniel Cavanagh chega ao seu ápice como compositor e produtor. Um trabalho indispensável do Anathema, sendo um dos melhores de sua discografia.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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