Inegável o crescimento e reconhecimento que os suecos do Grand Magus vem tendo nos últimos anos. Justo, pois poucas bandas atuais vem lançado trabalhos que altíssima qualidade na seqüência como eles. Com o vocalista e guitarrista JB Christoffersson saindo da não outra poderosa banda Spiritual Beggars e voltado suas atenções somente ao Grand Magus, as músicas ganharam contornos ainda mais épicos e influências de Hard Rock, colocando novos elementos musicais à sua sonoridade Stoner, ficando um Heavy Metal tradicional resgatado dos tempos áureos do estilo.


Mesmo tendo sua sonoridade única, a banda não inova em nada, porém a força e vontade aparente do Power trio faz com que as músicas soem contagiantes e emocionantes. Os elementos mais Hard podem ser ouvidos na faixa de abertura Starlight Slaughter, que deixa já sem fôlego o ouvinte logo no começo. Christofferson é uma máquina de riffs; Sword of the Ocean e Storm King estão ai para ser comprovado sua genialidade. O "power trio" transita com extrema facilidade nas mais diversas sonoridades do lado mais tradicional do Heavy Metal, como na belíssima (e que intro de violino!) Sons of the Last Breath, uma composição calcada na NWOBHM; na épica (e um dos melhores refrões que a banda já compôs!) Valhalla Rising e na Stoner e cadenciada Silver Moon. The Hunt é a melhor do disco, uma composição que junta todas as características musicais que a banda adquiriu em sua carreira.


A “cozinha” é perfeita. Por mais que o baixo de Fox Skinner e o novo baterista Ludwig Witt soe mais “reta” do que em trabalhos anteriores, sua consistência é algo raro de ver em bandas atuais; e souberam muito bem equilibrar peso e melodia, dando o suporte perfeito para Christofferson. Aliás, JB não dá uma aula somente nos riffs, sua evolução como vocalista é aparente e clara, em interpretações maravilhosas. O disco tem ainda uma versão especial em que a banda coloca versões demos de algumas músicas; e em tempos que no Heavy Metal vem aparecendo bandas e trabalhos extremamente complexos, o Grand Magus vai de contra a essa onda, mostrando que o velho e bom som tradicional ainda tem muita lenha a se queimar! Mais um imperdível trabalho dos caras!
 

Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.