Resenhas

Cathedral - 2013 - The Last Spire

Por Fabiano Cruz | Em 30/06/2013 - 20:54
Fonte: Alquimia Rock Club

É realmente triste saber que uma das bandas que escutamos e acompanhamos por anos, aquela que nos deixava ansiosos a todo lançamento, que influenciou toda uma geração e um estilo dentro do Heavy Metal, anunciou que encerraria as atividades. Particularmente foi assim que fiquei quando Lee Dorian anunciou que o Cathedral enceraria as atividades por “n” motivos onde ele não via mais um porquê de continuar com a banda, onde lançariam somente mais um trabalho de estúdio após o ao vivo Anniversary, gravado na turnê de despedida.


The Last Spire termina uma discografia da maneira mais digna possível; todos os elementos musicais que fizeram do Cathedral uma das bandas mais cultuadas está no disco: canções arrastadas no mais puro Doom com toques de Stoner nos riffs de guitarra em um clima soturno com um leve tempero progressivo/ psicodélico, e tudo isso sem soar em momento algum maçante ou cansativo, mesmo com a maioria das músicas passarem dos dez minutos de duração, coisa que somente músicos com pleno domínio composicional sabem fazer. A abertura com Entrance to Hell abre espaço para Pallbearer, que seus riffs lentos caem em uma passagem em violões e descambam para uma pancadaria magistral; Tower of Silence nos brinda com um dos melhores riffs criado pelo Gaz Jennings em um som que seu ritmo cadenciado chega a ser hipnotizante; Lee Dorian usa e abusa de suas variações vocais da pesada e quase prog Infestation of Grey Death. O final do trabalho com An Observation e This Body, Thy Tomb (entrecortadas pela curta vinheta The Last Laught) é algo para chorar... Enquanto a primeira a banda se mostra em um de seus momentos brilhantes, mesclando peso e psicodelia, a segunda termina a história da banda de uma maneira apoteótica e grandiosa, em um tom sombrio e soturno, em um clima que remete ao começo de sua história; impressionante a força e a qualidade dessas duas músicas.


A banda deu tudo de si. Inspirados, a cada nota fica aquele ar melancólico onde cada um quis dar o melhor para os fãs. Lee Dorian cantou, mais uma vez, de forma diferente de outros trabalhos, variando os timbres em tons mais novos e experimentando com vocalizações de trabalhos anteriores; Gaz Jennings brilha com seus riffs e solos, muito bem construídos e pensados com momentos realmente fantásticos; a cozinha por Scott Carlson e Brian Dixon é suja, agressiva, pesada, quase um “tapa na cara” dos mais desavisados.


O Cathedral termina sua história de cabeça erguida. Uma banda que em nenhum momento criou discos ruins, sempre a frente de seu tempo, que marcou a história do Heavy Metal. Agora nos resta acompanhar o Septic Tank, projeto de Thrash/ Death que os integrantes do Cathedral deixaram de lado, mas retomaram com o fim da banda...



 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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