Ainda de ressaca do Rock in Rio, os cariocas tiveram no domingo dia 13 de outubro na Praça da Apoteose a honra de ver o que para a grande maioria dos presentes foi simplesmente o show de suas vidas, tendo em vista que o Black Sabbath jamais havia vindo ao Brasil com uma formação tão próxima da clássica, já que por questões contratuais o baterista original Bill Ward infelizmente não participa dessa “reunião”. Mas o fato é que o sonho de muitos em ver no mesmo palco ao menos Ozzy Osbourne – vocal, Tony Iommi – guitarra e Geezer Butler – baixo já era algo inacreditável. A exemplo do que aconteceu no Rock in Rio, não faltaram pessoas de todas as partes do Brasil para o evento, como do Nordeste e principalmente de São Paulo; isso mesmo, com o esgotamento rápido dos ingressos no show de dois dias antes no Campo de Marte, muitos paulistas se viram obrigados a viajarem para realizar o sonho de ver o Black Sabbath ao vivo, o que não foi nenhum esforço (inclusive para esse que vos escreve).


Se não bastasse realizarem o sonho de ver o Black Sabbath, de brinde o publico ainda teve como banda de abertura o Megadeth. Dave Mustaine e companhia fizeram um show de respeito, começando por volta das 18h45 com a intro Prince of Darkness, seguida de uma sequencia arrasadora com as clássicas Hangar 18, Wake Up Dead, In My Darkest Hour e Sweating Bullets, o suficiente para ganhar o publico. A banda também mandou Kingmaker, som do seu trabalho mais recente Super Collider (2013), mas foram mesmo os clássicos dos anos 90 pra traz que fizeram a alegria do publico, como Tornado of Souls, Symphony of Destruction e Peace Sells, ultima antes do bis e contando com a ilustre presença da mascote Vic Rattlehea no palco.  Holy Wars... The Punishment Due do álbum Rust in Peace (1990) foi a encarregada de fechar a apresentação de quase uma hora em grande estilo, com Dave Mustaine aproveitando para apresentar a banda que se despede do publico ao som de Silent Scorn.


Megadeth Setlist:
Intro - Prince of Darkness (Risk - 1999)
Hangar 18 (Rust in Peace - 1990)
Wake Up Dead (Peace Sells... but Who's Buying? - 1986)
In My Darkest Hour (So Far, So Good... So What! – 1988)
Sweating Bullets (Countdown to Extinction - 1992)
Kingmaker (Super Collider - 2013)
Tornado of Souls (Rust in Peace - 1990)
She-Wolf (Cryptic Writings - 1997)
Symphony of Destruction (Countdown to Extinction - 1992)
Peace Sells (Peace Sells... but Who's Buying? - 1986)
Bis:
Holy Wars... The Punishment Due (Rust in Peace - 1990)
Silent Scorn (The World Needs a Hero - 2001)


Com uma espera de menos de 30 minutos era chegada a hora mais aguardada da noite (ou da vida). Quando o som da sirene de War Pigs começou a soar acompanhado das gargalhadas de Ozzy Osbourne, muitos marmanjos já não continham as lagrimas; e não era para menos, já que estávamos diante de três figuras que, se não inventaram o heavy metal, no mínimo definiram o estilo. Incrível ver a reação dos fãs de diversas gerações, cantando uma musica como War Pigs, que já tem mais de 40 anos (boa parte dos presentes sequer tinham isso de idade), mas ainda é adorada por todos e isso se repetiu na sequencia com Into the Void do álbum Master of Reality (1971), Under the Sun e Snowblind, ambas do Vol. 4 (1972). É obvio que todos estavam ali para ouvir clássicos dos anos 70, mas Age of Reason do novo álbum 13, lançado esse ano, foi muito bem recebida; impressionante como ainda conseguem fazer musicas com o mesmo espírito após tantos anos. O clima sombrio e pesado tomou conta da Praça da Apoteose com Black Sabbath seguida Behind the Wall of Sleep e N.I.B., onde Geezer Butler foi simplesmente impecável no seu baixo.  Só o fato de estarem com mais de 60 anos de idade e ainda estarem em cima de um palco tocando Heavy Metal melhor que muitos caras com menos de 30 anos já é algo impressionante; Tony Iommi e Geezer Butler até estão mais contidos, mas o mesmo não se pode dizer sobre Ozzy Osbourne, onde o Madman ainda se mostrou muito agitado no palco. End of the Beginning, também do novo álbum, arrancou aplausos do publico com seus mais de 8 minutos, destaque para os solos Mr. Tony Iommi: o cara mostrou o porquê é uma das maiores influencias para os guitarristas do estilo. Para matar quem ainda estava vivo, mandaram uma sequencia simplesmente matadora com Fairies Wear Boots e Rat Salad, seguida de um excelente solo do baterista Tommy Clufetos - que também toca na banda solo de Ozzy. E o que dizer de Iron Man? Simplesmente incrível, um dos ápices da apresentação. God is Dead? foi mais uma do novo álbum, tendo seu refrão cantado por todos. O clima deu uma acalmada em Dirty Women do álbum Technical Ecstasy (1976), apesar de ser uma ótima musica, valendo destacar mais uma vez a desempenho de Tony Iommi. O clima mais pesado voltou com Children of the Grave antes de a banda deixar o palco para o tradicional bis. Na volta, conduzidos por Ozzy, os fãs gritavam “one more song”, até mandam o começo de Sabbath Bloody Sabbath, mas foi o mega clássico Paranoid que fechou com chave de ouro o show da vida de provavelmente todos ali presentes, sem exagero algum, e isso ficou evidente com todos saindo em êxtase da Praça da Apoteose e com o merchandising oficial da banda sendo totalmente esgotado.


Black Sabbath setlist:
"War Pigs" (Paranoid – 1970)
"Into the Void" (Master of Reality – 1971)
"Under the Sun" / "Every Day Comes and Goes" (Vol. 4 – 1972)
"Snowblind" (Vol. 4 – 1972)
"Age of Reason" (13 - 2013)
"Black Sabbath" (Black Sabbath – 1970)
"Behind the Wall of Sleep" (Black Sabbath – 1970)
"N.I.B." (Black Sabbath – 1970)
"End of the Beginning" (13 - 2013)
"Fairies Wear Boots" (Paranoid – 1970)
"Rat Salad" (Paranoid – 1970)
(Tommy Clufetos Drum Solo)
"Iron Man" (Paranoid – 1970)
"God Is Dead?" (13 - 2013)
"Dirty Women" (Technical Ecstasy – 1976)
"Children of the Grave" (Master of Reality – 1971)
Bis:
"Paranoid" (Paranoid – 1970)

André BG

Atual Editor Chefe

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