Resenhas

Kreator e Tim "Ripper" Owens - 14.12.2013 - Carioca Club, São Paulo

Por André BG | Em 03/01/2014 - 21:35
Fonte: Alquimia Rock Club

Passados quatro anos desde sua ultima passagem pelo Brasil em 2009, a lenda do Thrash Metal Kreator retorna aos palcos brasileiros com a turnê de seu mais recente trabalho, Phantom Antichrist, lançado em 2012, com ótima recepção por parte dos fãs e da mídia especializada. Mas desta vez tocando em uma casa de shows menor e com estrutura bem mais modesta que em seus últimos dois shows em São Paulo, onde em 2004 foi no antigo Directv Music Hall e em 2009 no Via Funchal, ambas casas mais modernas, espaçosas e com uma estrutura mais apropriada para um show de uma banda do porte do Kreator, que teve todos os ingressos vendidos até o inicio do show. Não que o Carioca Club seja uma casa ruim, mas para uma banda do porte do Kreator ficou pequena, apertada e desconfortável para assistir o show até mesmo nos camarotes, sem contar filas para entrar no pequeno banheiro e para comprar alguma bebida, situação lastimável.


Mas falando do show que é o que realmente importa, os fãs não puderam reclamar, a começar pela abertura, que ficou a cargo do Tim “Ripper” Owens (ex-Judas Priest, Iced Earth, Yngwie J. Malmsteen's Rising Force, entre outros) acompanhado pela banda Tempestt, sendo o vocalista BJ na guitarra base, Edu Cominato na bateria, Paulo Soza no baixo e Léo Mancini (Shaman) na guitarra solo. O show começou por volta das 18:00 horas, logo de cara com a clássica paulada Painkiller do Judas Priest, e a não menos clássica The Ripper. Obviamente que o set foi calcado em Judas Priest por ser a banda que o mostrou ao mundo no ápice de sua carreira, fase esta lembrada em Burn in Hell, porrada do álbum Jugulator de 1997; apesar de Rob Halford ser uma unanimidade em se tratando de Judas Priest, a qualidade do trabalho de Tim com a banda é indiscutivel. Scream Machine do Beyond Fear e Heart Of A Killer do Winters Bane também foram lembradas e bem recebidas pelo publico, mas indiscutivelmente foram os classicos do Judas como The Green Manalishi e Victim of Changes emendada com Metal Gods que fizeram o publico agitar, além de uma mais que justa homennagem a Ronnie James Dio com Stand Up And Shout, seguida de mais duas do Judas, Electric Eye e One on One, essa ultima do álbum Demolition de 2001, também de sua fase com a banda. O desfecho dessa abertura de luxo ficou por conta de Heaven and Hell do Black Sabbath. Apesar de ter um estilo diferente da atração principal, Tim conseguiu fazer uma apresentação certeira em aproximadamente 55 minutos agradou quem já aguardava ansioso pelo Kreator.


Por volta das 19:30, com o Carioca Club simplesmente entupido por headbangers sedentos por Thrash Metal indo ao delirio no inicio com a intro Mars Mantra, seguida da faixa titulo do álbum Phantom Antichrist, pancada que logo de cara fez abrir imensas rodas no Carioca Club; quem estava na pista simplesmente não tinha para onde correr, então o jeito era entrar na onda, com porradas do nível de From Flood into Fire, (também do ultimo trabalho), War Curse do álbum Hordes of Chaos (2009) e os primeiros clássicos da noite: Coma of Souls emendada com Endless Pain, e a furiosa Pleasure to Kill. Esse incio avassalador já dava indícios do que viria pela frente, com a grande quantidade de fumaça na casa, a pista do Carioca Club parecia um verdadeiro inferno com o clima intenso proporcionados por musicas como Hordes of Chaos (A Necrologue for the Elite) e Death to the World, seguida de Riot of Violence, essa com o baterista Jürgen "Ventor" Reil nos vocais. Em seguida o lider guitarrista e vocalista Petrozza resolve dar uma palavrinha; "fuck the religion! fuck the politics!" Arrancando aplasos de todos, era a chamada para Enemy of God com seus riffs furiosos. Phobia, proporcionou um clima mais ameno mas não menos empolgante (comparada ao restante do show), musica que apesar de ter sobrevivido ao tempo, pertence há uma fase considerada não tão Thrash do Kreator, mas que caiu no gosto dos fãs. Um pequeno momento de silencio antecedeu a intro The Patriarch, era hora de mandar Violent Revolution, faixa titulo do álbum de 2001 que representa a volta do Kreator ao seu tradicional estilo; teve seu refrão cantado por todos em alto e bom som, alias, se a estrutura da casa estava aquém do Kreator, o mesmo não se aplica ao som que estava muito bom. Em seguida para dar um clima mais clássico ao show, o guitarrista Sami Yli-Sirniö assume o violão para mandar a introdução de United in Hate; apesar da introdução, essa é uma das faixas mais brutais do ultimo álbum. O show se aproximava do final com People of the Lie, uma das preferidas dos fãs seguida de Civilization Collapse, a quinta faixa do mais recente trabalho a ser executada na noite, sendo que todas foram muito bem recebidas, mas para os mais velhos é indiscutivelmente que um clássico como Betrayer já faz valer a pena um show do Kreator. Já eram quase 21:00 horas, não havia mais tempo pra muita coisa, sendo assim com uma bandeira em mãos, Mille trata de fazer seus últimos discursos, de uma forma bem humorada e com a banda mandando trechos de Billie Jean do Michael Jackson e Painkiller do Judas Priest, antes de mandar as ultimas pauladas da noite, obviamente, Flag of Hate, porem emendada com Tormentor. Foram aproximadamente uam hora e meia de uma apresentação intensa e matadora de uma das melhores bandas do mundo em seu estilo, porém, é inegável e inevitável dizer que faltaram algumas musicas indispensáveis para os fãs como por exemplo The Pestilence, Terrible Certainty e Extreme Aggression, só pra citar algumas, sendo que essa ultima jamais poderia ficar de fora. Mas isso de forma alguma tirou o brilho e a energia intensa de um show dessa lenda do thrash metal chamado Kreator.


Tim “Ripper” Owens setlist:
Painkiller (Judas Priest song)
The Ripper (Judas Priest song)
Burn in Hell (Judas Priest song)
Scream Machine (Beyond Fear song)
The Green Manalishi (With the Two Pronged Crown) (Judas Priest song)
Heart Of A Killer (Winters Bane song)
Victim of Changes / Metal Gods (Judas Priest song)
Stand Up and Shout (Dio cover)
Electric Eye (Judas Priest song)
One on One (Judas Priest song)
Heaven and Hell (Black Sabbath cover)


Kreator setlist:
Intro - Mars Mantra
Phantom Antichrist
From Flood into Fire
War Curse
Coma of Souls / Endless Pain
Pleasure to Kill
Hordes of Chaos (A Necrologue for the Elite)
Death to the World
Riot of Violence (com Ventor nos vocais)
Enemy of God
Phobia
Encore:
The Patriarch
Violent Revolution
United in Hate
People of the Lie
Civilization Collapse
Betrayer
Flag of Hate / Tormentor
Until Our Paths Cross Again


(O Alquimia Rock Club agradece ao Thiago Carvalho pelas fotos cedidas)




André BG



blog comments powered by Disqus