Resenhas

Sepultura - 10.05.2014 - Aquarius Rock Bar, São Paulo, SP

Por André BG | Em 17/05/2014 - 14:48
Fonte: Alquimia Rock Club

Após voltar de mais uma bem sucedida turnê pela Europa onde fez mais de mais 30 shows, (muitos com ingressos esgotados) divulgando seu mais recente álbum, The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart lançado no ano passado, tendo ótima resposta por parte do publico e mídia especializada no mundo todo, o maior expoente do Metal nacional, Sepultura, se apresentou no sábado dia 10 de maio, pela primeira vez no Aquarius Rock Bar em Itaquera, zona leste de São Paulo.


O show ainda contou com bandas de abertura, com destaque para o Claustrofobia, um dos nomes mais fortes do Metal nacional que comemora 20 anos de estrada. A principio todos esperava que a banda formada por Marcus D'Angelo (vocal/guitarra), Caio D'Angelo (bateria), Alexandre de Orio (guitarra) e Daniel Bonfogo (baixo/backing vocal) tocaria apenas antes do Sepultura, mas houve uma mudança na programação do evento e eles ficaram encarregados de abrir a noite, fato que deixou muitos fãs descontentados, já que o Claustrofobia é uma banda bem consolidada na cena. Mas independente de qualquer coisa, os caras subiram no palco e mandaram seu Metal Maloka que todos já conhecem. Pauladas como Peste e Metal Maloka do ultimo trabalho da banda (Peste 2011), iniciaram a apresentação de forma quente, o suficiente para abrir varias rodas. Thrasher, Pino da Granada e War Stomp, essa ultima o vocalista Marcus fez questão de dedicar a Andreas Kisser do Sepultura, mantiveram o clima tenso e pesado, agitando o publico, apesar do som não estar muito bom, se devendo muito ao fato do Aquarius não ter uma acústica apropriada, não sendo nada parecido com um bar e sim com um galpão com telhado de zinco. Em certo momento se viu certa discussão entre os músicos e alguém da produção, não se sabe o que aconteceu, mas o fato é que a banda teve que reduzir seu set-list antes do previsto, encerrando seu show com Paga Pau e Eu Quero é Que se Foda. Foram pouco mais de 40 minutos de apresentação, muito pouco para uma banda que comemora 20 anos de estrada; uma pena, pois tanto a banda quanto o publico mereciam muito mais que isso.


O relógio marcava pontualmente uma da madrugada quando a banda Jonh Wayne entrou no palco. Formada em 2010 no bairro de Perus em São Paulo, a banda que vem se destacando no underground paulista toca um Metalcore/Deathcore com forte influencia das bandas norte americanas do estilo, com a diferença do idioma das letras, todas em português. Embora a maior parte do publico se perguntasse o motivo de uma banda tão nova e ainda desconhecida por boa parte dos presentes tocar depois de uma banda tão respeitada e conhecida na cena como o Claustrofobia, o fato é que os caras não tiveram culpa alguma e possuem qualidade indiscutível no palco, destacando-se o vocalista Fabio Figueiredo que mostrou boa performance e presença de palco. Sendo assim fizeram bem seu papel, apesar do pouco tempo, apenas meia hora de show, conseguiram dar seu recado e agitar parte do publico com musicas pesadas e com letras fortes.


Falar da maior e melhor banda de Heavy Metal do Brasil é chover no molhado, afinal já são três décadas de atividades. A banda entrou em cena por volta das 02h00 da madrugada com a casa lotada e o publico nas mãos, sedento para ver a banda, sendo nítida a carência de grandes shows no extremo leste da capital paulista, o que vimos foi um publico local totalmente insano diante de uma banda implacável ao vivo. Trauma of War e The Vatican, temas do mais recente álbum The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart, ou apenas The Mediator como vem sendo chamado, iniciaram a apresentação de forma matadora abrindo caminho para Propaganda e Kairos. A primeira parte do show contou com temas mais recentes da carreira da banda, sendo assim mandam mais duas do novo álbum; Impending Doom e Manipulation of Tragedy, seguida de Convicted in Life do álbum Dante XXI de (2006). Uma das novidades da noite ficou por conta do novo visual de Derrick Green, agora sem seus longos dreadlocks que o acompanharam durante muitos anos, com a cabeça totalmente raspada, causando surpresa para quem ainda não havia o visto em fotos e vídeos recentes na internet. Mas o fato é que o cara esta cantando muito, certamente vivendo seu auge. A clássica Dead Embryonic Cells seguida de Biotech Is Godzilla fizeram com que todos tivessem a certeza que assim com o vocalista, todos os demais integrantes estão em um ótimo momento. O baterista prodígio Eloy Casagrande esta mais que adaptado à banda, mostrando um entrosamento perfeito com Paulo Jr. (baixo). E o que dizer de Andreas Kisser? Mais uma vez “comeu a guitarra com farinha”, mostrando bom desempenho também nos vocais em Polícia (Titãs cover) e Da Lama ao Caos (Chico Science & Nação Zumbi cover). Em um clima de descontração, mandam um trecho de Highway to Hell do AC/DC antes da clássica Inner Self. E por falar em clássicos, mandaram uma seqüência matadora; Territory, Refuse/Resist e Arise, do jeito que os fãs mais antigos adoram.  O encerramento em grande estilo ficou por conta Ratamahata e Roots Bloody Roots. Já passavam das 3 da madrugada e o publico estava mais que satisfeito com o show de uma das maiores bandas de Metal do Mundo, mas para aqueles que não queriam ou não podiam ir embora por falta de transporte coletivo em decorrência do horário, ainda puderam conferir a banda Crowz (Slipknot cover).


Lembrando que o Sepultura volta para Europa para dar continuidade a partir do dia 29 de maio na turnê de divulgação do seu mais recente álbum. A banda se apresentará nos grandes festivais de verão do velho continente como Hellfest (França), Download (Inglaterra) e Graspop Metal Meeting (Bélgica) entre outros.


Set-list Sepultura
Intro/ Trauma of War/ The Vatican/ Propaganda/ Kairos/ Impending Doom/ Manipulation of Tragedy/ Convicted in Life/ Dusted/ Dead Embryonic Cells/ Biotech Is Godzilla/ Polícia (Titãs cover)/ Da Lama ao Caos (Chico Science & Nação Zumbi cover)/ Inner Self/ Territory/ Refuse/Resist/ Arise/ Ratamahata/ Roots Bloody Roots




André BG



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