As Mercenárias - 24.05.2015 - Centro Cultural São Paulo, SP
O cenário dos anos 80 era repleto de boas bandas que, por n motivos tiveram suas carreiras encerradas precocemente ou simplesmente nunca obtiveram grande sucesso comercial ou ao menos o mínimo reconhecimento merecido, mas que de certa forma, marcaram seu nome na história do Rock brasileiro com suas obras, que se por um lado não fizeram suas carreiras decolarem, ao menos são cultuadas por um publico cativo que curte uma boa musica. E é nesse contexto que podemos incluir a veterana banda As Mercenárias, com uma bagagem de mais de três décadas (alguns anos de inatividade é verdade), a banda de Pós-Punk liderada por Sandra Coutinho (baixo/vocal), única integrante da formação original retornou as atividades em um show no Centro Cultural de São Paulo nesse ultimo domingo, tendo como grande novidade a soma de Silvia Tape (guitarra/vocais) e Michelle Abu (bateria/vocais) que completam o Power trio.
A nova formação mostrou estar bem afinada, em uma apresentação de cerca de uma hora, que foi calcada em seus dois álbuns, Cadê as Armas? e Trashland, lançados respectivamente em 1986 e 1988. Logo de cara ficou evidente que as novas integrantes deram todo um gás e trouxeram uma energia positiva a banda, destaque para a ótima e energética performance da baterista Michelle Abu, que alias, é uma das bateristas e percussionistas mais gabaritadas da musica brasileira, já tendo trabalhado com nomes como Lobão, Ira!, Elza Soares, Baby do Brasil, Arnaldo Antunes e Edgar Scandurra.
Mas voltando a apresentação, foi muito legal ver uma mescla de diferentes gerações que estavam presentes para prestigiar a banda e acompanhar a apresentação de uma forma bem próxima e aconchegante, um ponto positivo que a estrutura do CCSP permite, o que deixou a apresentação bem descontraída, embora a qualidade do som esteja um pouco abaixo do ideal, mas nada que comprometesse. Apesar de pouco tempo juntas, a banda mostrou já estar bem entrosada, isso se deve a boa experiência de ambas é verdade. O ponto alto da apresentação foi embalado por musicas mais agitadas e com letras fortes que resistiram bravamente ao tempo como Pânico e Polícia entre outras que permanecem atuais até os dias de hoje como fez questão de lembrar a vocalista e baixista Sandra Coutinho. E falando em letras fortes, o melhor foi deixado para o final, com Santa Igreja, provavelmente, o tema mais marcante da carreira da banda e encarregada de fechar a apresentação em grande estilo.
Atual Editor Chefe
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