Megadeth - 07.08.2016 – Espaço das Américas, São Paulo, SP
Fotos: Aline Narducci Photography (https://www.facebook.com/alinenarducciphotography)
Existem bandas que apenas por seu nome já geram uma enorme expectativa ao anunciar uma turnê pelo Brasil, e uma dessas bandas com certeza é o Megadeth. Mas já não bastasse ser uma das maiores bandas de Metal do Mundo, ainda traz um excelente novo álbum de estúdio para sua turnê e uma formação reformulada contando com o guitarrista brasileiro Kiko Loureiro (Angra), o que da todo um tempero a mais para os brasileiros, que puderam conferir o “guitar hero” brasileiro ao lado das lendas Dave Mustaine (guitarra/vocal), David Ellefson (baixo) e do novo baterista Dirk Verbeuren (Soilwork).
E diante de todas essas condições mais que favoráveis para uma apresentação no Brasil, o Megadeth fez uma apresentação impecável no Espaço das Américas em São Paulo, para um publico muito ansioso e avido pela banda, mais até que em outros shows do próprio Megadeth em outras ocasiões por aqui.
A apresentação prevista para as 20 horas, começou com cerca de 40 minutos de atraso, algo até irrelevante se levar em conta a recompensa dada pela banda no palco, um show simplesmente incrível, recheado de grandes clássicos da banda começando logo de cara com “Hangar 18”, ganhando o publico desde o inicio e seguida de The Threat Is Real, faixa de abertura do novo álbum (Dystopia, 2016), muito bem recebida cantada por todos os presentes, mostrando que a banda não vive apenas de seus clássicos, ainda tendo muita lenha pra queimar.
Mas um dos momentos mais emocionantes do show se deu logo na terceira musica, “Tornado of Souls”, que Dave fez questão de dedicar ao ex-baterista Nick Menza, falecido em maio desse ano, sendo impossível para um fã da banda não se emocionar.
O show seguiu com uma mescla muito bem feita de temas do novo álbum mesclados a outras mais antigas, com destaque especial para “Rattlehead”, clássico das antigas não tocada nas ultimas turnês da banda seguida de outras não menos clássicas como “Wake Up Dead” e “In My Darkest Hour”, com um publico mais que satisfeito e totalmente ensandecido por uma banda afiadíssima no palco. Os fãs das antigas e mais conservadores que me desculpem, mas essa atual formação não deve em nada para nenhuma outra formação do Megadeth. Enquanto Dave Mustaine e David Ellefson faziam o de sempre com extrema maestria, Dirk Verbeuren simplesmente destruía na bateria, dando um gás a mais no som da banda. Já Kiko Loureiro, parecia brincar com seu instrumento, interpretando as musicas de forma fiel, mas ao mesmo tempo com seu estilo particular de tocar, não sentindo em nenhum momento o peso e a responsa de tocar em uma banda com o publico tão exigente como o Megadeth.
No decorrer da apresentação, o set executado ia se desenhando de forma idêntica ao do show de dois dias antes na Argentina, sendo assim, porradas como “She-Wolf” do álbum Cryptic Writings de 1997, seguida de “Dawn Patrol” e “Poison Was the Cure”, ambas do clássico Rust in Peace de 1990 eram executadas de forma incrível, e o que dizer de uma trinca com “Sweating Bullets”, “A Tout Le Monde” e Trust? Simplesmente sensacional!
A faixa titulo do novo álbum (Dystopia, 2016) foi a mais bem recebida dentre as novas, com seu refrão sendo cantado em alto e bom som, sendo um provável novo clássico da banda que deve permanecer no set list mesmo nas próximas turnês.
Mas um fato um pouco curioso (ao menos para os mais fanáticos pela banda) se deu justamente no set list, pelo fato da banda ignorar completamente os sete álbuns anteriores ao Dystopia, executando apenas hits do álbum Cryptic Writings de 1997 para trás, o que não foi nenhum grande problema, principalmente se levar em conta que os maiores clássicos da banda de fato são dessa fase e também a riqueza da discografia de uma banda como o Megadeth, obviamente que muita coisa boa sempre vai ficar de fora.
“Symphony of Destruction” como sempre teve a bela participação do publico gritando Megadeth durante o riff da musica, mas já dando indícios que a apresentação se aproximava do final, e logo mandam “Peace Sells”, que a principio seria penúltima musica do set, mas para a surpresa de todos, Dave anuncia mais uma das antigas, dessa vez “Mechanix” (chupa Argentina!), levando o publico ao delírio. Muito carismático durante todo o show, Dave fez questão de falar do quanto era especial tocar com Kiko no Brasil e lembrando do fato curioso de Kiko ser brasileiro, Dirk Verbeuren da Bélgica e David Ellefson “de Marte” (risos) antes do desfecho final com “Holy Wars... The Punishment Due”, dando números finais para um show que já pode ser considerado facilmente um dos melhores desse ano.
Set list:
Intro (Prince of Darkness)
1- Hangar 18
2- The Threat Is Real
3- Tornado of Souls
4- Poisonous Shadows
5- Rattlehead
6- Wake Up Dead
7- In My Darkest Hour
8- Conquer or Die!
9- Fatal Illusion
10- She-Wolf
11- Dawn Patrol
12- Poison Was the Cure
13- Sweating Bullets
14- A Tout Le Monde
15- Trust
16- Post American World
17- Dystopia
18- Symphony of Destruction
19- Peace Sells
Bis:
20- Mechanix
21- Holy Wars... The Punishment Due
Confira a galeria completa no flickr da fotografa Aline Narducci: https://www.flickr.com/photos/alinenarducci/sets/72157669198289653
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