A arte de The Oracle assinada por Manoel Hellsen (MH Design Art.)

Com seus mais 20 anos de atividades, a Brave carrega consigo a alcunha de “criadores do Brutal Power Metal”, o que seria uma mutação mais pesada e vigorosa do já conhecido Power Metal, chegado nesse ano de 2020 ao seu terceiro álbum de estúdio, “The Oracle”, lançado pela Anti Posers Records.

A banda da cidade de Itu/SP, atualmente formada por Sidney Milano (vocal), Ricardo Carbonero (baixo), Carlos Alexgrave (bateria) e Carlos Bertolazi (guitarra) mostra um amadurecimento nítido em todos os aspectos nesse lançamento. Em termos musicais, esse amadurecimento se mostra em canções que ainda bebem da fonte de inspiração em bandas como Manowar e Grave Digger, com alguns clichês inevitáveis do estilo é verdade, mas aqui com uma identidade muito mais própria, com composições digamos “menos inocentes” do que haviam mostrado em seus álbuns anteriores, bem como a adição de uma dose extra de peso, o diferencial da banda, mas verdade seja dita, nada de exatamente muito surpreendente para o estilo. 

Mas o fato é que “The Oracle” atende todos os principais requisitos para agradar os amantes do bom e velho Power Metal, com letras que possuem temática pagã com inspiração em mitologias nórdicas, germânicas e vikings, em músicas empolgantes que contagiam os apreciadores do estilo, dando uma saudade ainda maior nesses tempos de pandemia de bangear nos shows de Metal por ai, com destaque para músicas como a faixa titulo “The Oracle” e “We Fight for Odin” que mostram um Metal vigoroso e cheio de energia, chamando atenção para a levada pesada das guitarras que ditam o ritmo. Já “Valhalla” tem o baixo mais em evidencia, sendo uma composição criativa e cativante. E com um ótimo refrão e uma levada bem pesada e quase Thrash Metal, “Wake The Fury” é uma das melhores do álbum, apesar de algumas partes mais agudas do vocal de Sidney Milano não soarem tão bem nessa composição, pois o vocalista possui uma voz que comina mais com o grave, algo mais na linha do Chris Boltendahl do Grave Digger, só pra citar um exemplo. A calma e melancólica “We Burn The Heart”, contando apenas com vocal e violão, é o desfecho perfeito para o álbum, contando ainda com um som de mar ao fundo.   

Em termos de qualidade na gravação e produção, esse novo trabalho também mostra uma grande evolução, qualquer tipo de comparação com os registros anteriores seria até uma covardia. A gravação e mixagem a cargo de Marcio Teochi no Teochi Studio em Itu/SP e a masterização feita no estúdio Absolute Master em Capivari/SP, certamente ajudaram a Brave atingir um novo patamar em sua carreira com “The Oracle”.

Faixas:

1- Intro

2- Firestorm 

3- The Oracle 

4- We Fight for Odin 

5- Valhalla

6- Wake The Fury 

7- Fall To The Empire 

8- We Burn The Heart 

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Foto: Susi dos Santos

 

André BG

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