Deicide, Kataklysm e Vulture - 14.05.2023 - Fabrique Club, São Paulo, SP

Resenhas

Por André BG | Em 16/05/2023 - 20:50

Fotos: Flavio Santiago (@santiagrophy / @onstage666)

A noite fria da capital Paulista desse último domingo de dia das mães contou com um fator especial para os apreciadores do Death Metal, afinal, os fãs do estilo puderam enfim conferir a lenda Deicide em seu retorno ao país após duas turnês recentemente adiadas, sendo a primeira em meados 2020 quando a banda divulgava seu mais recente álbum Overtures of Blasphemy de 2018, porém cancelada com a explosão da pandemia, e mais recentemente em abril do ano passado, quando os shows foram novamente cancelados, dessa vez as vésperas, sendo anunciada em dezembro a tão aguardada volta da banda ao Brasil, agora comemorando os 30 anos do clássico álbum “Legion” de 1992, o que já seria mais que o suficiente para o deleite dos fãs, porém a outrora polemica banda veio a América do Sul acompanhada dos canadenses do Kataklysm, outra banda com carreira solidificada no metal extremo mundial que também tinha seu retorno aguardado pelo público, fechando assim a “Decimate Latin America Tour 2023”.

Realizado no Fabrique Club, o evento ainda contou com a abertura do Vulture, banda de Death Metal formada em 1995 na cidade de Itapetininga/SP. Dono de uma já respeitável discografia, o quarteto atualmente formado por Adauto Xavier (vocal/guitarra), Yuri Schumann (guitarra), Mateus Barros (baixo) e Fábio Amaro (bateria) contou com um som de qualidade para apresentar um repertório curto, de cerca de meia hora, mas muito bem recebido e aplaudido pelo público presente, já em bom número na casa naquele momento, deixando uma ótima impressão para aqueles que ainda não os conhecia.

Set List:

1- Unholy Grave

2- Murderous Disciples

3- Omnscient Ignorance

4- Mórbido Poder

5- Evil War Domination

6- Abençoado Seja o Homen Ateu

Já com a casa bem mais cheia, era vez dos canadenses do Kataklysm matar a saudade de seus fãs. De uma geração um pouco mais nova (formado em 1991) que a do Deicide e com um estilo de Death Metal mais moderno, o quarteto atualmente formado por Maurizio Iacono (vocal), Jean-François Dagenais (guitarra), Stephane Barbe (baixo) e James Payne (bateria) calcou seu repertório em temas relativamente mais recentes de sua carreira, tocando músicas de álbuns de 2001 em diante, o que não é pouco nem algo ruim, já que só daí em diante lançaram nada mais nada menos que 10 álbuns de um total de 14, sendo esses mais recentes os mais bem sucedidos das mais de 3 décadas de carreira do grupo. Uma banda extremamente afiada no palco esbanjando simpatia, principalmente por parte do vocalista e do baixista que interagiram bastante com a plateia, fizeram a alegria de seus fãs com porradas como “Push the Venom”, “Where the Enemy Sleeps”, “The Killshot” e “As I Slither”, devidamente retribuídas com rodas na pista do Fabrique Club. Maurizio Iacono ainda fez questão de anunciar um novo álbum para o mês de agosto afirmando que em breve retornariam, antes de anunciar o desfecho com “The Black Sheep”, encerrando em grande estilo o show impecável de 50 minutos cravados, porém, deixando aquele gostinho de “quero mais” por parte de alguns fãs que esperavam um repertório um pouco maior.

Set List:

1- Push the Venom

2- Guillotine

3- Narcissist

4- The Ambassador of Pain

5- Where the Enemy Sleeps

6- Manipulator of Souls

7- The Killshot

8- Outsider

9- Crippled & Broken

10- As I Slither

11- In Shadows & Dust

12- The Black Sheep

Após cerca de meia hora, tudo parecia estar pronto para o Deicide entrar em cena, quando o quarteto liderado por Glen Benton (baixo/vocal), acompanhado por Steve Asheim (bateria), único membro da formação original com Benton, mais os guitarristas Kevin Quirion e Taylor Nordberg, esse último o mais novo integrante ingressado no grupo no ano passado, adentraram ao palco tranquilamente com as luzes acesas, fazendo os últimos ajustes em seus instrumentos, algo um pouco estranho e um tanto quanto displicente se pararmos pra pensar que se trata de um dos nomes mais importantes do Death Metal mundial, s nada que aparentemente tenha desagradado o público presente é verdade, que viu as luzes se apagarem para então ter início a macabra introdução de “Satan Spawn, the Caco-Daemon”, que abre e o álbum “Legion” e também abriu o show em grande estilo. E o que se viu em diante foi um verdadeiro massacre em forma de música extrema, com a execução do clássico álbum de 1992 em sua totalidade, petardos como “Holy Deception”, “In Hell I Burn” e “Revocate the Agitator” levaram os fãs ao êxtase nas rodas da pista do Fabrique Club, diante de uma performance certeira da veterana banda americana, principalmente de Glen Benton, conhecido desde sempre pela pouca simpatia e interação com o público, no entanto, mostrando estar com a voz ainda em boa forma. Após a execução completa do álbum “Legion”, o show teve sequência com mais algumas pérolas da carreira do grupo, incluindo a trinca matadora com “Once Upon the Cross”, “When Satan Rules His World” e “They Are the Children of the Underworld” do álbum “Once Upon the Cross” de 1995. Com seu marcante riff de guitarra inicial, “Scars of the Crucifix” foi mais um dos destaques do repertório que ainda contou com “Serpents of the Light”, “Sacrificial Suicide” e “Homage for Satan”, essa a mais nova do setlist, lançada no álbum “The Stench of Redemption” de 2006, antes do desfecho com “Dead by Dawn”, dando números finais ao show fulminante de exatamente uma hora de duração.

Não, não tocaram nada do mais recente álbum “Overtures of Blasphemy” de 2018, o que certamente não foi um problema para os fãs, que foram presenteados apenas com clássicos dessa verdadeira instituição do Death Metal mundial chamada Deicide, sempre bem-vinda em São Paulo!

Set List:

1- Satan Spawn, the Caco-Daemon

2- Dead but Dreaming

3- Repent to Die

4- Trifixion

5- Behead the Prophet (No Lord Shall Live)

6- Holy Deception

7- In Hell I Burn

8- Revocate the Agitator

9- Once Upon the Cross

10- When Satan Rules His World

11- They Are the Children of the Underworld