Música e Sentido   

Li recentemente uma matéria que comentava sobre cientistas estudando os efeitos da música no cérebro humano, explicando entre outras coisas que músicas dançantes ativam áreas do cérebro ligadas ao movimento mesmo quando a pessoa está imóvel. Isso não é nenhuma novidade, todos sabem que a música mexe com nosso corpo, mente e sentimentos.
 

Então por que muitas vezes nos esquecemos disso na hora de produzir nossas músicas? Ou mesmo quando estamos finalizando sua composição? Pode ajudar muita na criação de uma obra artística a consciência do que se quer causar com aquela obra de arte. Interpretações diversas sempre surgirão, o que é ótimo, mas não se pode deixar passar o que se pretende transmitir. É uma música alegre, melancólica, raivosa ou apaixonada?? Será que antes de pensar no estilo que estamos escrevendo não seria melhor pensar no que queremos transmitir com aqueles acordes e palavras??

Aliás, pensar em estilos antes de começar a compor é uma das fórmulas mais certas para se acabar com a criatividade e originalidade de uma música. Todas as bandas que realmente foram grandes fizeram algo de novo, fugiram de regras e padrões de estilos pré-definidos. E atrás de cada um deles veio uma multidão fazendo igual e repetindo fórmulas, com mais ou menos êxito, mas os que ficaram para a história mesmo foram os pioneiros.

Assim, em vez  de quere ter o som de guitarra do seu ídolo, busque o seu. Em vez de  procurar cantar igual a alguém, desenvolva sua voz.  Arte é expressão; se você não tem o que expressar, fique na plateia.
 

Luana Moreno

Luana Moreno é guitarrista, cantora, técnica de som e produtora musical. Toca na noite, trabalha com gravação e produção de bandas, trilhas sonoras, podcasts e outros materiais sonoros. Escuta de Dark Funeral a Tom Jobim, muitas vezes no mesmo dia. Quando vai a shows faz questão de dar sua opinião. Para saber mais: http://www.luanamoreno.com, http://www.lunith.com